1. I am a Princess

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A minha mãe deixou-me numa estação de comboios. Sentei-me no banco à espera que o meu comboio passa-se. Olhei à volta. Por todo o lado via casais abraçados, famílias abraçadas com beijos de despedida ou rostos de felicidade por regressos. Risos e lágrimas corriam toda a estação. Que lamechisse, pensei suspirando. Isto hoje em dia era tudo assim. Não me lembrava da última vez que tinha sido carinhosa com alguém. Não era uma rapariga particularmente carinhosa. Já fora. Agora não. Preferia distância do ser humano. Sinceramente a Raça Humana é nojenta. É mesmo a minha opinião peço desculpa. Suspirei e revirei os olhos. Mas a merda do comboio nunca mais chegava? Batia com os pés no chão ao som da música que estava nos meus fones. Mettalica. Meu grande amor.

Uma velhota com ar simpático passou por mim e olhou-me de alto abaixo desde os meus all star pretos, ao meu cabelo rapado de um lado para mostrar o meu pequeno alargador também preto. Adorava preto. Ela ficou a olhar para mim assustada. Benzeu-se e sentou-se longe de mim. Vaca, pensei, a porca da velha benzou-se ao olhar para mim. A única sorte daquela mulher era eu estar a ouvir os meus queridos Mettalica e eles sim, punham-me calma.

Sob a música ouvi o som do comboio a aproximar-se. Finalmente. Entrei no comboio e sentei-me suspirando. 4 horas de viagem. Que agradável -.- Supostamente havia um passageiro que se ia sentar ao meu lado, mas a única coisa perto disso foi um homem adulto com aspeto sério passar por mim, olhar para o número do lugar, olhar-me de cima abaixo, fazer uma cara de medo e rapidamente dirigir-se para outro lugar. Ri-me. Bolas, o meu companheiro de viagem não está interessado numa conversa. Era o habitual e já me tinha deixado de afetar à uns tempos. Suspirei e fiquei durante 4 horas a ler, ouvir música, jogar no telemóvel, cantar, e o melhor de tudo, escrever no meu diário. Tenho já que passar a limpo que tenho um diário e escrevo lá quase todos os dias. Sempre. É o meu melhor amigo e é o único a quem desabafo, a quem conto tudo. É o que tenho. Ao fim das quatro horas mais aborrecidas da minha vida cheguei à estação do comboio onde o meu avô estaria à espera. Olhei para todos os lados e não o vi. Onde raio estaria o meu avô? Comecei a andar de um lado para o outro a olhar para os meus ténis a sussurrar como fazia sempre que ficava impaciente.

Joy- Fodase, velho raquitico de merda, "ah as 6 da tarde tou lá à tua espera".

Imitei a voz do meu avô.

Joy- Mas claro que não, o cabrão do velho tinha que se atrasar e não aparecer na merda da estação, onde já se viu um filha da puta de um velho pontual?! Fodase mas quem se fode, SOU EU! Quem se fode sou eu, e isto não tem jeito nenhum e ...

Ouvi um sonoro assobio atrás de mim. Virei-me e deparei-me com um rapaz alto, com o cabelo preto puxado para cima, um brinco e os olhos quase pretos, conseguia ver várias tatuagens nos seus braços, visto ele estar de manga curta. Wow, nada mau. Ele levantou a mão.

Zayn- És a Joy?

Acenei.

Joy- Ya....

 Ele sorriu. E aproximou-se de mim estendo a mão.

Zayn- Eu sou o Zayn. Sou uma espécie de... "moço de recados" do teu avô. Ele pediu-me para te vir bucar.

Acenei com a cabeça desprezando a mão dele. Ele recolheu-a e encolheu os ombros. Fez-me sinal para o seguir e pegou numa das minhas malas andando até ao carro. Olhei o carro. Que merda era aquela? Oh não.... Eu não ia entrar naquilo. Era um mata-velhos. Um papa-reformas. Uma merda de carro que não passava dos 50 à hora. 

That Girl. (z.m) - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora