That Girl. (z.m) - Completa

36. True

Os seus olhos azuis avalariam-me novamente com atenção e forcei um sorriso aumentando o meu aperto em Zayn.

Zayn lançou-lhe um olhar ameaçador e Louis encolheu-se, sentando-se numa poltrona ao lado de Harry.

Louis- Então colegas, o que vos fez trazer-me aqui?

Harry suspirou e revirou os olhos.

Harry- É que este estúpido.

Apontou para Zayn.

Harry- Matou o Barney.

Os olhos de Louis alargaram, parecendo aumentar de tamanho.

Louis- O Barney? Tu queres dizer o Barney dos...?

Harry interromepeu-o com um olhar, mostrando que não era suposto serem ditos nomes à minha frente, o que me deixou sinceramente com uma leve vontade de matar aquele caralho.

Louis- O Barney Newts?

Eles aceneram afirmativamente e eu suspirei encostando-me em Zayn e deixando a cabeça pender para trás. Todos estes segredos irritam-me genuinamente. Não vejo a necessidade do Zayn me contar tudo, mas sinceramente acho que isto é a vida dele. E eu não conheço nem um pouco dele enquanto ele conhece o meu maios segredo.

Zayn- Eu quero contar-lhe.

A sua voz áspera soou perto do meu ouvido e os meus olhos fecharam-se naturalmente, enquanto absorvia o tom doce que aquela voz me transmitia, a forma como o meu coração dispara quando ele diz cada sílaba.

Louis- Não sei se é boa ideia. Eles já querem eliminá-la pelo simples facto de te afetar. Achas boa ideia quererem também eliminá-la por saber demais?

Zayn suspirou.

Zayn- Meio que tens razão, mas ela está metida nisto invuluntariamente. Acho que tem o direito de saber.

Louis deixou a sua respiração sair.

Louis- E se para o mês que vem já não souberes dela, e depois? Contas-te tudo de ti a uma gaja qualquer sem razão nenhuma.

Levantei a cabeça e lancei-lhe um olhar matador. Eu vou dar-lhe uma cabeçada, eu juro.

Joy- Eu estou aqui caralho. Parem de falar como se não estivesse.

Zayn olhou para mim e sorriu.

Zayn- Ela tem razão Tomlinson. Vamos contar-lhe.

Ele suspirou e revirou os olhos. O facto de Zayn não ter respondido a eu ser "uma gaja qualquer" acertou-me de pontada no coração, mas o entusiasmo de vir a saber tudo sobrepôs esse pensamento.

Harry- Hà uns anos, dois se não me engano, eu, o Louis e o Zayn éramos... Diferentes. Nós eramos os populares, os badboys. Os rapazes queriam ser como nós, as raparigas pensavam que conseguiam mudar-nos, todos queriam o Styles, o Malik e o Tomlinson, porque eles eram aqueles que dominavam tudo. Sempre em festas, em loucuras, uma rapariga diferente na cama todas as noites, drogas e alcóol. Esses éramos nós.

O Harry parou indicando a Zayn que continuasse.

Zayn- Um dia, fomos fazer uma tatuagem. Não me lembro o que é que o Styles tatuou mas eu fui fazer os lábios no meu peito. Queria provar que era um mulherengo e que dominava tudo. Quando acabámos a Megan, a tatuadora, chamou-nos para uma sala aparte. Pensei que nos queria foder aos três, ela era maluca e flertava connosco a toda a hora. Pensei que fosse só isso, mas quando etrámos na sala, o Frank estava sentado numa poltrona vermelha a olhar para nós.

Ele era alto, assustador mesmo, e pensámos que já nos tinhamos metido em merda por causa da droga.

Lançou um olhar a Louis para que este continuasse, e ele revirou os olhos e suspirou, começando a falar contra a sua vontade.

Louis- Ele ofereceu-nos emprego. Mas não um emprego qualquer, do tipo vender sumos no mini-mercado. Ele queria-nos na rede de tráfico. Ele ouviu falar na nossa fama e pensou que se éramamos gajos duros para andar a porrada com toda a gente, foder non stop e consumir droga até não aguentar que podíamos safar-nos bem onde ele precisava de nós. O Frank tinha a maior rede de tráfico de armas do país e queria novos gajos no terreno, vendedores, passadores. Ele vendia armas a terroristas, a toxicodependetes, a assassinos escapados da prisão. Não interessava quem fosse desde que pagasse bem.

Ele colocou-nos no terreno. Só tinhamos que ir levar as armas e trazer o dinheiro sem ser vistos, coisas fáceis para uns putos. Não tinhamos opção porque era certo que se não fizessemos o que ele queria, como ele queria, ele nos matava. Iamos fazendo as coisas tranquilamente, o dinheiro vinha rápido e muito. Era tudo positivo, tudo bom. Mas como tudo de bom não duro muito. Pouco depois de um ano ele começou a querer mais coisas, começou a pedir serviços mais complicados e nós não estávamos à altura para tudo.

Foi a vez do Zayn falar.

Zayn- Uma das vezes um negócio foi um fracasso e o Frank culpou-nos a nós. Perdemos metade da confiança dele nessa altura, e ao mínimo balanço, puf. Estávamos acabados.

Houve um trabalho. Um trabalho simples, nada de especial. O trabalho era para mim, mas o Harry andava enrascado porque não tinha o que consumir, então pedi ao Frank que me paga-se em droga. Mas o trabalho não valia toda a droga que ele me deu, e por isso ficámos a dever-lhe dinheiro. Dinheiro que o Harry não tinha.

Harry suspirou.

Harry- Eu tinha que pagar. Por esta altura o Frank já me tinha posto fora da rede e já não precisava de mim. Só cabia ao Zayn dar-lhe o dinheiro, mas tinha que ser o meu dinheiro, e eu não tinha. Arranjei-o atrasado, mas arranjei e o Frank espacou-o mas nada de grave. O Zayn pediu para sair da rede de tráfico e ele não queria deixar. Então ele simplesmente saiu. Acabou aí. Mas depois tu apareces-te e depois o Frank quis matar o teu avô, e agora aqui estamos nós.

Ele deu um sorriso pouco convencido. Assimilei tudo na minha mente com 3 pares de olhos a olharem para mim atentamente.

Joy- Onde está o Barney nisso tudo?

Louis revirou os olhos e encostou-se nas costas da cadeira.

Harry suspirou.

Zayn- O Barney era o sócio do Frank. Eles faziam parte de um grupo chamado os Gun Fighters, que era uma espécie de máfia. Eles são 5 ao todo, quer dizer, eram 5, agora que despachei o Barney são 4. Eles ameaçaram-nos diretamente muitas vezes, e nós temos que os matar. A todos.

Acenei com a cabeça.

Joy- Okay.

Eles olharam os 3 para mim ao mesmo tempo.

Louis- Não estás chocada, chateada, assustada, nada?

Acenei negativamente com a cabeça de um lado para o outro.

Joy- Nope.

O Zayn olhou-me surpreso.

Zayn- Babe, podes dizer-me se não estiveres bem com isto.

Acenei com a cabeça e sorri maliciosamente.

Joy- Tudo bem.

Zayn sorriu e deu-me uma festa na perna.

Joy- Só quero uma coisa.

Ele acenou a pedir-me para continuar.

Joy- Ensina-me a usar uma arma e vamos dar cabo desses filhos da puta.

Eu sorri de lado.