XXVI - PANSY

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Já fazia mais de seis meses desde que compareci a minha última festa e tenho de confessar que era bom estar de volta entre os meus. Era ainda melhor com Mi a meu lado.

Desfrutei de assistir à experiência de seu ponto de vista de novata, mas gostei ainda mais de ver seu nervosismo se dissolver em excitação.

Eu não conseguia me concentrar na cena que se desenrolava diante de mim; meu corpo e minha mente eram atraídos para Mi. Ela se mexia contra mim, esfregando-se sempre que a ponta do açoite recaía sobre o traseiro da loura. Mary, eu me corrigi. O nome da loura é Mary.

Ela tinha enviado sua candidatura a Godwin, o cavalheiro que selecionava minhas submissas, mais ou menos na época em que Mi sugeriu enviar a própria candidatura pela segunda vez.
Pensei que seria suficiente dizer a Godwin que eu não estava interessada. Não tinha imaginado que Mary provavelmente compareceria à reunião e à festa.

Ela veio falar comigo depois da reunião, enquanto Mi preenchia a papelada. Sim, disse a ela. Eu me lembrava de Godwin ter falado nela.
Não, eu não procurava uma nova submissa. Não, eu não previa que algum dia procuraria uma nova submissa. Sim, eu iria à festa. Não, eu não estava interessada em participar de nada com ela. Nunca, finalmente tive de acrescentar, na esperança de finalizar a conversa.

Ela levou tudo numa boa, embora eu temesse ter sido ríspida com ela. Em outra hora e em outro lugar, eu podia ter ficado interessada. Ela era muito bonita e possuía uma atitude despreocupada que agradava a muitos dominadores, mas não era nada em que eu estivesse interessada. Não quando já tinha tudo o que queria.

Mi.

A uma ordem minha de tirar a saia, ela manteve os olhos na encenação diante de nós, mas passou a mão pelas suas costas. Lentamente abriu o zíper da saia, mas não antes de se aproximar mais e roçar a mão em mim.

— Safada — sussurrei, adorando a provocação. — Pagará por isso, Hermione.

O segundo golpe de sua mão me disse que ela estava mais do que ansiosa por isso. Ela deslizou a saia pelos quadris e a empurrou para o chão, retirando dela uma perna de cada vez. Seus olhos ainda estavam concentrados na encenação quando entregou a saia a mim.

— Dobre e coloque em sua bolsa — eu disse.

Eu não tinha planos para ela participar de nada esta noite, nada além de algumas simples ordens. Eu amava e respeitava Mi, mas também a pressionaria. Comparecer à festa, tirar a saia e andar por ali de espartilho, cinta-liga e calcinha era muita pressão por uma noite. Afinal, não queria assustá-la.

Porém, como seus objetivos de longo prazo combinavam com os meus, talvez daqui a alguns meses déssemos nossa própria festa em nossa casa. Eu iria pressioná-la um pouco mais. Talvez fazer uma encenação de demonstração simples.

A caminho de casa, depois da reunião, ela me falou da conversa que havia tido com Tom. Fiquei feliz de ele ter convidado Mi para se juntar ao grupo de submissos. Ela encontraria mentores lá e a companhia e o apoio ajudariam Mi a evoluir e desabrochar.

Ouça a si mesma, Parkinson, repreendi-me. Está pensando em objetivos de longo prazo, de evoluir e desabrochar em uma festa de jogos. Que merda, mulher, relaxe.

A encenação diante de nós perdia o gás. Olhei para o relógio. Quase na hora da demonstração de Nagini e Tom.

— Hermione — chamei, desviando a atenção que ela concentrava no casal. — Venha comigo.

Eu a instruíra a andar um pouco atrás de mim e se manter sempre ao meu alcance, sabendo que obrigá-la a se concentrar em algo além de seu nervosismo ajudaria a acalmá-la. É claro que ela não estava parecendo muito nervosa ao assistir à encenação do açoite.

O treinamento - Pansmione | Parte 3/3Onde histórias criam vida. Descubra agora