XIX - PANSY

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Eu a abracei enquanto ela dormia. Carreguei-a da sala de jogos para nosso quarto, onde a envolvi em cobertores e acariciei seu cabelo. Nosso dia tinha sido mais longo e mais intenso do que nunca e não sabia como Mi reagiria. Eu, porém, esperava que ela dormisse depois disso e sabia que estaria dolorida no dia seguinte.

Quando ela acordar, passaremos algum tempo na hidro, relaxando e descansando seus músculos. Não pude deixar de comparar meus atos e planos com Mi com o que havia feito com minhas submissas anteriores.

É claro que eu cuidava delas, mas mesmo depois de um dia como aquele que acabei de fazê-la passar, elas teriam dormido no quarto de submissa. Nunca, jamais em minha cama.

Perguntei a mim mesma se isso era diferente porque era o nosso quarto. Se Mi não tivesse concordado em morar comigo, eu a teria feito descansar no outro quarto? Não. Eu sabia, mesmo que ela tivesse continuado no apartamento dela, que ela descansaria em minha cama.

As sombras no quarto se alongavam quando ela finalmente se mexeu. Mantive a mão em seu ombro, acariciando de leve enquanto ela acordava. Espreguiçou-se contra mim, empurrando o traseiro em minha virilha sem querer e soltando um leve gemido.

Ela está dolorida.

Eu tinha água e ibuprofeno esperando por ela, porém o mais importante naquele momento era que soubesse que eu estava ali. Ela caiu no sono na sala de jogos; podia ficar desorientada. Apoiei-me num cotovelo e sussurrei para ela:

— Você está em nosso quarto. Quando tiver vontade de se levantar, me diga.

— Hmmmmm — murmurou ela, ainda meio adormecida.

— Preparei salada Caesar com frango para o jantar — eu disse, sabendo que era uma de suas refeições leves preferidas. — Pensei que talvez pudéssemos descer para a hidromassagem quando você levantar.

Ela ficou mais falante na hidro. Especialmente quando sugeri que passasse a noite em nossa cama. Ela se virou em meu colo e me olhou.

— Posso fazer uma pergunta, mestra?

— Sim — respondi, satisfeita que ela se sentisse mais à vontade para falar comigo num fim de semana. — É claro. Fale livremente.

— Se não fosse eu, se fosse uma de suas outras submissas, a senhora me convidaria para partilhar sua cama?

— Não. Mas não vejo o que isso tem a ver.

— Se um quarto no mesmo corredor bastava para elas, por que não basta para mim?

Uma mecha de seu cabelo tinha saído do rabo de cavalo e pendia diante de seus olhos. Coloquei-a
atrás de sua orelha.

— Você não é uma das minhas submissas anteriores. Você é você.

— Não quero que me trate de um jeito diferente.

— Agradeço por isso, mas tudo em você é diferente. Além disso — acrescentei, erguendo um pouco seu queixo com a mão. — Minhas subs anteriores eram experientes. Você não é.

As narinas dela inflaram.

— E eu não consigo ver o que isso tem a ver — disse ela, repetindo minhas próprias palavras.

— Está sendo petulante de novo? — perguntei, em parte brincando, mas em parte falando sério.

— Não, mestra — respondeu ela rapidamente. — Só quero que me explique isso.

Respirei fundo.

— Você concordaria que nosso tempo na sala de jogos hoje foi mais longo do que nunca? — perguntei. — E mais intenso?

O treinamento - Pansmione | Parte 3/3Onde histórias criam vida. Descubra agora