Quinze

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Ainda era madrugada quando os jovens se abrigaram em uma pequena casinha de madeira no meio do nada. Edmundo e Lúcia se encontram em volta de uma cama, ou melhor, em volta de Julieta desacordada.

-Será que ela tá bem? - pergunta Lúcia encarando-a.

-Claro que não, você viu o que ele fez com ela?! - pergunta Edmundo inconformado.

-Quem fez o que comigo...? - pergunta Julieta acordando aos poucos, até que sente uma pressão forte sobre a cabeça. - Aiii, o que é isso??

-Graças a Aslam, ela acordou! - exclamou Lúcia. Sabemos o que ver agora, não sabemos?

-Porque repetem tanto esse nome? - pergunta Julieta sentindo suas mãos arderem novamente, mas de uma forma mais leve. - E o que aconteceu comigo?

-Quer contar Pedro? - oferece Edmundo irritado, olhando para o irmão parado de pé ao lado da porta.

-Eu fiz apenas o necessário. Ela estava chamando muita atenção! - bravejou ele encarando-a da porta.

-Pedro bateu na sua cabeça com um pedaço de pau. - explicou Lúcia rapidamente.

-O quê?! - parou Julieta fechando os olhos para processar o que havia ouvido. - Acho que não entendi direito: Pedro, seu irmão, me bateu? 

-Foi isso mesmo! - se aproximou Pedro ardendo em fúria. - Se não fosse por Caspiam estaríamos mortos agora, sua bruxa!

-Como assim? - pergunta Julieta se levantando devagar, segurando sua raiva. - Caspiam está aqui?

-Estou sim, senhorita. - disse ele surgindo da porta. - Seu depoimento me comoveu, e eu precisava saber do que se tratava essa... sua anormalidade.

-Eu fico agradecida majestade. Eu procuro respostas tanto quanto o senhor, mas... Onde estamos?

-Estão em minha humilde casa. - respondeu um velhinho gordinho, que usava óculos redondos presos em seu nariz. Era baixinho, com cabelos ondulados brancos e uma longa barba grisalha. - Me chamo Cornelius. 

-Muito prazer, senhor. - respondeu Julieta o reconhecendo-o das histórias.

O senhor se aproximou devagar da jovem e se sentou na cama. 

-Gostaria de ver suas mãos. Me permite? - pergunta o senhor gentilmente.

-Claro!

A jovem estendeu a mão ao professor, que a pegou delicadamente e a viu de todos os ângulos. 

Todos acompanhavam atentos e calados, criando suas próprias conclusões sobre Julieta.

Cornelius fez algumas perguntas que foram respondidas sem maiores problemas, mas só havia uma que precisava ser respondida:

-Tem algo que faz com que tais acontecimentos ocorram com a senhorita? 

-Bem... Não tenho certeza... - é claro que ela tinha certeza. - Mas toda vez que escuto certas palavras, acontecem essas coisas comigo.

Lúcia entende na hora, e encara a moça com seriedade.

-Aslam... - pronuncia a irmã devagar, prestando atenção nas mãos de Julieta, que começam a arder novamente, mudando sua coloração de dentro para fora.

- Fascinante... - observa Caspiam se aproximando da jovem. - Sabe como fez isso? 

-Não, só sei que quando escuto esse nome, minhas mãos fervem. 

-Somente esta palavra lhe causa este sentimento? - questiona o senhor.

-Não, tem uma outra... É o nome daqui... - responde a moça devagar, com medo de ouvir a palavra e sentir mais dor.

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⏰ Última atualização: Mar 22 ⏰

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