Entre Dois Mundos

Dez

Depois de todos estarem no quarto, inclusive Julieta, eles se sentaram nas camas e esperaram Theo se decidir logo de uma vez que presente iria abrir.

-Qual vocês acham que eu abro primeiro? - pergunta Theo indeciso, olhando para os três presentes colocados na cama.

Ao ver o leão na caixa vermelha, Pedro se levanta em um pulo, com uma expressão assustada e com o cenho franzido.

-O que foi Pedro? - pergunta Julieta suspeitando do garoto.

-Quem te deu isso? - pergunta Pedro apontando para o presente na cama.

-Ganhei de uma amiga. Porque? - pergunta Theo começando a estranhar a situação.

-Porque não o abriram ainda? Você disse que o ganhou já faz um tempo. - continua Pedro pegando o comprido presente e observando o leão.

-Esse é o presente não conseguimos abrir. - responde Julieta.

-É porque ele não é de vocês... - afirma Pedro colocando o objeto no chão, onde todos se juntaram abaixados a sua volta para ver o que tinha lá dentro.

-Como assim? Eu ganhei ele, isso significa que deram ele para mim! - diz Theo incrédulo.

-Como vocês não conseguiram abrir? Não está nem trancada! - comenta Pedro analisando a fechadura.

-Esse é o problema, acho que ela está emperrada ou algo assim. - explica Theo. - Só sei que ela não quer abrir de jeito nenhum. E Julieta diz que essa fechadura queimou os dedos dela quando tentou abrir.

-Eu não entendo como você consegue me tratar como maluca toda a vez que fala de mim. -comenta Julieta. - Parece loucura, mas quando eu coloquei a mão nessa coisa... - diz ela estendendo sua mão para tocar a tranca do objeto, e queimando os dedos novamente. - AAAAI!

-Olha, acho melhor parar com a brincadeira Julieta. - diz Suzana séria.

-Acha mesmo que eu estou brincando? - pergunta Julieta sem acreditar no que ouviu. - Se não acredita, tente abrir! - diz ela cedendo caminho para Suzana passar e tentar abrir a caixa.

-Olha, sinto em informar que a briga de vocês duas não vai abrir a caixa.  - comenta Lúcia com medo de onde isso iria parar. - Deixa eu tentar abrir. Talvez tenha algum macete ou algum segredo nela. - completa Lúcia se levantando e se sentando ao lado de Pedro.

Logo que colocou a mão sobre a fechadura, percebeu que não havia acontecido nada.

-Eu disse que era mentira. - comentou Suzana satisfeita.

-Olha, podem pensar o que quiser, mas nada vai mudar o que eu senti. - desabafa Julieta curvando os ombros.

-Talvez tenha sido o calor do país. - diz Lúcia tentando justificar o possível fato. Ela estava tendo muita dificuldades para abrir a caixa. - Ouvi dizer que lá é bem quente.

-Estava frio aquele dia. - fala Theo começando a refletir sobre julgamento que havia feito da irmã.

-Me deixa tentar.- se oferece Edmundo.

-Duvido que consiga. - provoca Theo. - Se nem a Lúcia conseguiu, quem dirá você.

-De novo não. - suspira Lúcia. - Vamos parar com isso vocês dois?

-Foi ele quem começou! - dizem os dois ao mesmo tempo apontando um para o outro.

-Me dá isso aqui! - esbraveja Pedro impaciente e curioso. - E parem com essa implicância!

Com a caixa nas mãos, Pedro tenta abrir pela tranca, mas não conseguiu. Então ele pensa em usar a força bruta.

-Tem alguma tábua de madeira aí? - pergunta ele.