A Cova II

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Brinco com o peixe no meu prato enquanto June conversa animadamente com meus pais. O momento no quarto quase me deu um pane no sistema, não fizemos nada demais, mas o suficiente para me deixar ainda mais apaixonada por ela e ter certeza de que minha cova de arrependimento estava pronta para que eu me jogasse dentro. Como um pedaço e suspiro, só então percebo que minha tia me encarava.
    — Oque foi pequena?
    — Nada, tia. — resmungo e Brown ajeita meu cabelo atrás da orelha.
    — Estávamos falando de você jantar lá em casa ainda hoje e ir no acampamento depois, daqui umas semanas. — ela diz enquanto encosto minha cabeça em seu ombro.
    — Vocês deixaram?! — sorrio e minha mãe dá de ombros, concordando com a cabeça.
   — Ah, eu tenho certeza de que ela vai cuidar bem de você. — a morena ri baixinho e deixo um sorriso aflorar no meu rosto.
   Termino o almoço com mais vontade do que nas outras milhares de vezes que almocei antes, June rapidamente se sacia e logo pedimos licença para irmos até o andar superior da casa, onde jogo algumas roupas dentro de uma mochila reserva que eu tinha na cor marrom escuro com um veludo na parte de fora. Ela sorri e se joga em mim, era a primeira vez que eu veria seus outros irmãos e irmãs, esperava que fossem legais iguais a irmã mais velha, provável que fossem, além dos gêmeos e Izy serem super gentis comigo, eram bem amigáveis, e esperava que fosse de família. Hoje eu conhecerei mais quatro Browns, mas realmente não sei se estou preparada para algo do tipo, conhecer a família inteira me da calafrios, ainda mais depois do que aconteceu.
    Falei que provavelmente vou aceitar seu pedido de namoro, estou indo ver sua família e eles já me conhecem como sua namorada. Eu cavei minha cova tão fundo que eu duvido que haja uma saída mais tarde, e bem... O momento mais animado que tivemos a pouco mais de uma hora também não está me ajudando a pensar claramente, e diferente do que muitos devem estar pensando, não passamos da retirada das blusas, sei que foi uma escolha idiota da minha parte, eu poderia ter tido a tarde mais perfeita da minha vida, no meu próprio quarto, mas era muito arriscado, duvido que qualquer jovem da minha idade — menos Anne, ela é uma excessão — faria sexo com os pais em casa, e ainda mais com uma tia fofoqueira junto. Não estou falando mal de Bruna, mas infelizmente sem ela e meus pais eu estaria dormindo nua ao lado da pessoa que eu mais amo. Amo? Eu realmente amo June? Encaro a morena que também me encarava.
    Estávamos pensando a mesma coisa?
    — June...
    — Sim? — ela sussura.
    — Você está pensando no mesmo que eu? — acaricio seu rosto e ela dá ombros.
    — Se você está pensando em me beijar, tirar nossas roupas e fodermos durante a tarde inteira... Então, eu acho que sim. — coro e rio, me enfiando em seu abraço — Errei?
    — Basicamente... Eu ia perguntar se você me ama... — ela ri e gira, me agarrando e me fazendo ficar sobre seu colo enquanto nos encaramos.
    — Então eu pensei muito fora da linha. — sua mão sobe minha blusa conforme se eleva na minha pele — ou não?
     — Quem sabe em um futuro próximo... Mas agora não vai acontecer... — acaricio seus lábios e suas mãos adentram meu sutiã. Não me importo, já fizeram isso tantas vezes que se tornou até mesmo um hábito.
    Conhecia esse jogo, não era só ela que fazia e não era só dessa forma que existia. Ela começava a me excitar a fim de que eu desistisse da ideia e acabássemos fazendo algo a mais, mas não funcionava comigo. Sorrio e mordo meu lábio, ela respira fundo e fecha seus olhos pouquíssimos segundos antes de me encarar. Ela me põe na cama e sobe sobre mim, mas viro as posições, lhe arrancando um risinho.
    — Posso te falar algo? — concordo com a cabeça — Não importa quantas pessoas eu tenha ficado depois de que te conheci... Nenhuma me animou e excitou como você faz. — sua mão aperta meu seio e gemo baixinho — Acho que essa sua persistência pelo tempo certo me deixa mais ansiosa para explorar tudo oque seu corpo pode me oferecer... E eu amo isso... — mordo meus lábios e nos encaramos — Eu amo isso, amo tudo em você... Eu te amo Milley... Eu te amo...
    — Eu também te amo Brown... — retiro minha blusa e ela abafa um gemido mordendo a própria língua. Só então percebo sua mão escondida abaixo de suas vestes, sorrio mesmo que pouco e puxo seu braço, colocando o meu no lugar.
    — Merda... Você mexe comigo, Hall... — sinto seu núcleo úmido e a beijo.
    — Não pense que vou parar dessa vez, meu amor... — ela geme na minha boca e suas mãos se concentram em segurar minha cintura com certa força.

Feelings - Feel Something (2021)Onde histórias criam vida. Descubra agora