- Não deveria beber tanto. – o ômega loiro o encarava com reprovação, eram amigos desde a infância, sabia que seu melhor amigo não era assim, a perda de sua ômega o havia levado a um estado de depressão e dor, que o faziam desejar estar todo o tempo embriagado, para assim não pensar, não sentir – Fugaku...
- Me deixe, Minato. – o alfa se desvencilhou da mão de seu amigo, que tentava mais uma vez lhe fazer parar de beber.
- Não, não deixo. Será que não percebe que assim não vai resolver seus problemas? Só está se destruindo e preocupando a todos, seu pai, seus irmãos, a mim. Sem contar Itachi, seu filho também está sofrendo.
- EU SEI! – gritou, para então suspirar, fechando os olhos e respirando fundo, os abrindo mais uma vez – Eu sei de tudo isso. Mas será que não entende? Sem Mikoto minha vida acabou. Sinto tanta dor que só quero dormir e não pensar, nem sentir mais. E não pense que não penso em meu filho, porque ele é a única razão pela qual ainda não terminei com tudo.
- Fugaku...
- Me deixe, Minato... só por essa vez... me deixe. – o ômega suspirou, sabia que não adiantaria convencer seu amigo, o alfa sempre havia sido teimoso, além disso, por mais que não quisesse admitir, o entendia, não sabia o que faria se estivesse em seu lugar, se fosse ele a perder sua alfa.
- Merda... – o ômega resmungou ao ouvir o despertador soar ao outro lado da cama, e praticamente pulando desta, levantou, vestindo suas roupas, até então atiradas ao chão.
- Hm... qual o problema? – seu adormecido acompanhante perguntou, mal abrindo um dos olhos, pelo sono.
- Como qual o problema? Já amanheceu, otou-san vai me matar quando perceber que passei a noite fora.
- Diga a ele que estava comigo. – o ômega o encarou como se uma segunda cabeça tivesse nascido em seu corpo, e o alfa levantou as mãos, como se dissesse "não está mais aqui quem falou". Com um sorriso divertido, se recostou ao escoro da cama, levando os braços à cabeça, admirando como o belo ômega se vestia desajeitadamente com pressa, para então se aproximar a ele e perguntar.
- Sabe o que fazer, não sabe?
- Claro, não precisa perguntar. – deixando um selinho nos lábios do alfa, o ômega pegou suas coisas e saiu correndo do pequeno apartamento, deixando o maior sozinho, este, que ainda sorrindo, negou com a cabeça, para então pegar seu celular, sobre o criado-mudo – Obito? Preciso de mais um favor.
(...)
- Merda... – o ômega resmungou ao escorregar em um dos galhos da macieira que ficava ao lado de seu quarto, quase caindo vários metros ao chão, felizmente conseguiu ser rápido o suficiente para se segurar e impedir a queda, conseguindo ao fim chegar ao galho ao lado da janela e entrar o mais sorrateiramente possível – OBITO! – se sobressaltou ao ver seu pequeno irmãozinho de doze anos sentado à cama, este tinha os bracinhos cruzados e um sorriso de lado muito característico em sua família.
- Passando a noite fora de novo, nii-san? Papai vai te matar.
- Não se não me dedurar, pirralho. – o pequeno fez uma expressão pensativa, para então levantar uma mãozinha.
- E o que eu vou ganhar com isso?
- Obito... – falou em uma advertência, mesmo suspirou ao ouvir o seguinte.
- PAPAI!
- OK! Ok... te levo no parque que você pediu. – o pequenino sorriu triunfante, levantando sua pequena mãozinha e a estendendo em frente à seu irmão mais velho, que correspondeu apertando-a com a dele, selando o acordo.
- Feito.
- Feito.
(...)
- Onde esteve à noite, Itachi? Fui a seu quarto e estava vazio. – o nomeado se tencionou ao ouvir a pergunta de seu pai, e imediatamente olhou a seu irmãozinho caçula, quem sempre o acobertava em suas "fugas" durante a noite.
- Nii-san estava comigo, papai. Fizemos uma noite do pijama. – o alfa encarou os dois ômegas, tentando descobrir a mentira.
- Fui a seu quarto e ele não estava.
- É porque nii-san estava no banheiro. Ele afundou um navio deeeeesse tamanho – abriu os bracinhos, mostrando o tamanho do "navio" – na privada, eu nem consegui entrar depois. – Itachi chegou a cuspir o suco que tomava ao ouvir a desculpa de seu irmãozinho.
- Obito... – seu rosto estava feito um tomate, mas seu irmãozinho não parecia nem um pouco tímido.
- Mas é verdade nii-san, papi deveria parar de dar aveia no café da manhã à nii-san, ou não vou mais conseguir entrar no banheiro.
- OBITO! – gritou o ômega maior, totalmente envergonhado, mesmo acabou suspirando ao ouvir a risada de seus pais, ao menos a desculpa vergonhosa de seu irmãozinho os havia convencido de que havia estado a noite toda em casa.
(...)
- Sente-se. – pediu o ômega maior, o menor assim o fez, ficando à frente do mais velho – E então... o que queria comigo ontem?
- Eu... – suspirou – Meu nome é Sasuke. Há alguns meses, fiz a prova de qualificação e recebi uma bolsa, mas... – mordeu o lábio inferior – devido a alguns problemas, acabei não conseguindo fazer a matrícula a tempo, e acabei a perdendo. – Orochimaru cruzou seus dedos sobre sua mesa, analisando o menor – Eu... queria saber... eu...
- Queria que eu lhe desse novamente a bolsa. – adivinhou o maior – Olhe filhote, sei que se me pede isso é por um motivo, mas... temos regras na universidade, trabalhamos com prazos, você teve sua oportunidade e não a aproveitou. – o menor tentou dizer algo, mas acabou interrompido – Não estou dizendo que é culpa sua. Não sei o que aconteceu que o fez perder o prazo, mas não posso lhe dar a bolsa que agora é de outra pessoa.
- Orochimaru-san...
- Tome. – o maior o estendeu uma folha – São as matérias que cairão na próxima prova. Teremos outra prova no meio do ano, se você passar novamente, terá sua bolsa, caso contrário... não posso fazer nada, outro estudante já ocupou a bolsa que era sua. – o menor abaixou os olhos, assentindo, sabia que seria difícil, praticamente impossível convencer o mais velho.
- Obrigado. – fez uma reverência, para então girar e se dirigir à saída.
- Filhote... – girou antes de sair, encarando o mais velho, que sorriu levemente – Boa sorte. – assentiu, para então finalmente sair, deixando o maior sozinho, este que franziu as sobrancelhas, praticamente caindo sentado em sua cadeira, e levou uma mão ao coração, não entendia porquê, mas este havia saltado ao ver o menino – Sasuke Morino... por que sinto que já o conheço?

VOCÊ ESTÁ LENDO
Você é meu ômega!
Fanfiction- Você é meu ômega, por que não acredita? Quando nunca se conheceu o amor, como acreditar nele? História também postada no Spirit Fanfics.