A tormenta era terrível, o vento assobiava, sacudindo as janelas, os trovões cortavam os céus, produzindo um som ensurdecedor, e iluminando de forma tétrica por breves segundos o pequeno quarto. O pequeno menino, que debaixo das cobertas se escondia, já não suportou, e descendo da cama, correu a passos silenciosos até o quarto de sua mãe. Sasuke ainda a olhou alguns instantes, com dúvida, sabia que ela ficaria brava, mas tinha medo, desde que se lembrava, sempre havia tido medo de tempestades, por isso, mesmo duvidoso, correu ao lado contrário da cama, subindo e se aconchegando o melhor que podia, só queria estar perto de sua mãe, só queria se sentir seguro, porém...
- Garoto... o que faz aqui? – a mulher acordou ao sentir o movimento da cama, o menino suou frio.
- Eu... medo... tepetade (tempestade)... mamãe... – sabia que ela ficaria brava, e confirmou seu temor, quando esta levantou raivosa da cama, o pegando pelo braço com tanta força, que seus dedos ficariam marcados na pálida pele do menino, o arrastando para fora do quarto, até o do pequeno ômega.
- Não me faça ter que levantar de novo, garoto, ou irá levar a pior surra de sua vida. – os olhinhos negros do menino, tão iguais aos de seu pai, se encheram d'água, para a raiva da mulher, que o segurou pelos bracinhos, o sacudindo – E pare de chorar, ou então eu irei lhe dar um motivo de verdade para chorar, entendeu? – o pequenino apenas assentiu, tentando sem sucesso, controlar as lágrimas. A mulher, bufando, saiu do quarto, batendo a porta em um estrondo, quase a derrubando, o pequeno menino, de apenas quatro anos, que agora tremia, soluçou, para então correr até seu roupeiro, quando um novo trovão soou, se encerrando neste, para não ver, nem ouvir mais nada, suas pequenas mãozinhas, apertando os ouvidos, enquanto seus olhos estavam fortemente fechados.
- Um... d-dois... t-tês (três)... – o menino começou a contar, para assim esquecer o medo, mas como só sabia contar até cinco, repetia os números todos outra vez. Aquela noite, o pequeno Sasuke a passou dentro do roupeiro, no local que com o tempo se tornaria seu esconderijo, seu refúgio, o lugar que mais segurança lhe passava.
Fugaku analisava o currículo do garoto que a pouco havia saído de sua sala, o ômega era jovem, estava estudando, ainda assim havia se candidatado a uma vaga de limpeza, a única que atualmente estava em aberto em sua empresa.
"Posso ser jovem e inexperiente, mas o compenso com energia. Se me der uma chance, darei meu melhor."
O alfa sentia algo estranho, desde que havia visto o garoto, quando este entrou em sua sala, havia sentido algo, uma inquietude que não conseguia entender, seu lobo também havia estado inquieto, mesmo este também parecia não entender o motivo, o garoto lhe trazia uma sensação estranha, quase familiar. O som de um trovão o fez despertar de seus devaneios, era hora de ir para casa, ver seu pequeno filhote, antes disso passaria na padaria, para comprar a torta favorita de Obito, além de algumas guloseimas, isso sempre o distraía nos dias de tempestade, quando ele ficava um tanto choroso e se escondia entre o alfa e seu esposo.
- Já disse que não vou cantar essa porcaria. – suspirou ao ouvir a voz de Tenten, a garota ultimamente andava insuportável, se achava melhor que o restante da banda, apenas por ser a vocalista.
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Você é meu ômega!
Fanfic- Você é meu ômega, por que não acredita? Quando nunca se conheceu o amor, como acreditar nele? História também postada no Spirit Fanfics.