Capítulo 13 - Cinofobia

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Capítulo tenso, contém tortura psicológica.

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- AHH!!! – o pequeno ômega gritou mais uma vez ao sentir a fivela do cinto atingir suas costas, já havia perdido as contas de quantas cintadas havia recebido. Sua fuga não havia tido muito êxito, no dia seguinte, um guarda que passava pelos arredores, os encontrou, os levando para a delegacia da região, onde chamaram por seus responsáveis. Sasuke havia assistido calado o como Yashamaru havia chegado desesperado, abraçando o filho e o enchendo de beijos, sentiu-se culpado por preocupar ao gentil ômega, principalmente quando este também o abraçou, deixando um suave beijo em sua testa, mas tudo havia desaparecido quando viu sua mãe chegar, junto àquele homem o qual odiava, e juntos o haviam arrastado de volta para casa, onde agora mais uma vez, como tantas outras, apanhava da mulher que deveria amá-lo e protegê-lo, mas que o único que fazia era machucá-lo até deixar profundas cicatrizes em sua pele e em seu coração. O marido desta, apenas observava da porta, com os braços cruzados e um sorriso de lado na face, quando a mulher finalmente se cansou é que decidiu se aproximar.

- O que faz? – Anko perguntou ofegante, seu braço havia cansado de golpear ao pirralho e suor já pingava de sua testa.

- Creio que seu castigo acabou, é hora do meu. – e mesmo os golpes de sua mãe lhe haviam doído muito, sabia que o que estava por vir seria muito pior.





O alfa sorria bobo ao sair da loja, havia passado por ali por acaso, após comprar seu jantar e de seu irmão, já que seus pais haviam saído para uma reunião de negócios, quando algo na vitrine o chamou a atenção, imediatamente entrou na loja, apenas uma pessoa em sua mente, mesmo não sabia se ele aceitaria seu presente. Levantou a mão que segurava o presente, o admirando, ficaria bonito em sua lua. Resolvendo que no dia seguinte lhe entregaria, guardou em seu bolso, para então andar até o local que havia deixado seu carro, algo, ou melhor alguém, lhe chamando a atenção ao fazer um cruzamento. Franziu as sobrancelhas, andando até onde o ômega estava, parecendo paralisado, enquanto com os olhos muito abertos encarava um ponto.


- Teme? – viu como o garoto estremeceu, ainda assim não se moveu, continuava olhando fixamente ao cachorro, que latia ao querer a comida que o ômega trazia em uma sacola, Naruto sorriu, tirando um dos bolinhos que havia comprado e entregando ao cão – Está com fome, não é amigo? Ei teme, por que você não... – mas ao levantar, o ômega já não estava mais ali, havia desaparecido.


(...)


- Agora vai aprender a não desobedecer mais o papai, está bem princesinha? – o alfa terminou de amarrar o menino, o corpo inteiro deste tremia, aterrorizado, enquanto via como o alfa entrava na casa e saía pouco depois, com uma camiseta sua, a qual sujou com o resto da carne do almoço, jogando em seguida para o cão, que a fez em pedaços – Choko está com muita fome, ele não comeu hoje ainda, não é Choko? – o enorme cão latiu, mostrando os dentes, Sasuke tremeu, não gostava daquele cão desde que o havia visto matar um gatinho que havia caído no jardim, tinha medo – Vamos afrouxar um pouquinho a corrente, não é Choko? Opa, calma Choko, ele quase me mordeu. – o alfa falou entre risadas, conseguindo afrouxar a corrente do cão, o pequeno ômega gritou quando este quase o alcançou.

- P-por favor... – as lágrimas já caíam por seu rostinho, não queria ficar ali, com aquele cão que o olhava como se quisesse matá-lo, exatamente a mesma forma em que olhava para os gatos da vizinhança, que passavam próximos à casa.

- Infelizmente tem que ficar aqui princesinha, é o seu castigo, por fugir de papai. Boa noite e... cuidado para Choko não se soltar. – entrou na casa, fechando a porta.

- NÃO! NÃO ME DEIXE AQUI! POR FAVOR! – o cão fez força em sua direção, como se quisesse atacá-lo, mostrando os dentes e babando, Sasuke fechou os olhos, em pânico – Por favor... – e embora houvesse implorado por muito tempo, não o deixaram entrar, o deixaram amarrado a noite toda no jardim traseiro, junto a um cachorro faminto, desejoso de seu sangue.





O ômega ainda tremia quando chegou em casa, imediatamente correu à seu roupeiro, se escondendo neste a fim de se acalmar. Segurou seus joelhos, fechando os olhos e escorando a cabeça em uma das paredes, buscando estabilizar sua falha respiração. Mesmo depois de tantos anos ainda tinha medo de cachorros, mesmo fossem minúsculos e inofensivos, um dos tantos traumas que o haviam deixado, e que mesmo tentasse, não conseguia superar.


(...)


- NÃO! – o pequeno acordou em um pulo, sua respiração entrecortada, pouco depois a porta foi aberta e seus pais entraram correndo, assustados.

- Naruto... filho, o que houve? – sua mãe foi a primeira a chegar à cama, onde o menino tremia, as lágrimas caindo por seu rostinho – Bebê... – mas o pânico do pequeno só cresceu quando viu uma pequena Kurama, sua pequena cachorrinha filhote entrando curiosa ao quarto, após ouvir os gritos.

- NÃO... NÃO... SAI, SAI DAQUI! – o menino gritou ao ver a pequena filhote, esta que entortou a cabeça, confusa. Kushina e Minato se entreolharam, Naruto nunca havia tido medo de cachorros, muito menos de Kurama, a qual havia ganhado há cerca de duas semanas, lembravam o quanto o menino havia ficado feliz ao ganhá-la, um presente de seus avós.

- Amor, é só Kurama. Ela...

- Não, não quero. Tira, tira daqui! – o único que puderam fazer foi tirar o pequeno animalzinho do quarto, até que o menino se acalmasse, depois tentariam entender o que havia acontecido, o que havia ocasionado este medo irracional, e que mesmo não soubessem, demoraria a ser superado.





- Tadaima!

- Okaeri, nii-san. – seu pequeno irmãozinho foi o único a responder, já que seus pais ainda não haviam retornado do jantar de negócios.

- Vá lavar as mãos, Dei, trouxe o jantar.

- Oba! Estou com fome! – o menino imediatamente largou seus brinquedos e correu ao banheiro, fazer o que seu irmão mais velho havia ordenado. Naruto negou com a cabeça, vendo sua pequena amiga deitadinha em sua cama, na sala.

- Ei, Kurama. – se abaixou à altura do pequeno animalzinho alaranjado, que se ergueu, balançando o rabinho e lhe lambendo o rosto – Ei, ei... também estava com saudades. – sorriu, tirando do bolso o que havia comprado – Olhe só, Kurama... olhe o que comprei. É bonito? Acha que ele vai gostar? – a pequena em resposta apenas lhe lambeu o rosto mais uma vez, o alfa sorriu, acariciando os pelos macios de sua melhor amiga, jamais entendeu o porquê a havia temido em um momento de sua vida, havia precisado de um longo tratamento para deixar de lado seu temor, mas havia superado e hoje esta era parte de sua vida e sua família, jamais a deixaria para trás, amava aquela pequena bola de pelos laranja. 

Você é meu ômega!Onde histórias criam vida. Descubra agora