Você é meu ômega!

Capítulo 8 - Desistir não é uma opção

Capítulo tenso, contém menção de abuso.

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O pequeno menino apertou os olhinhos com força ao ouvir a porta de seu quarto abrir, levando as duas mãozinhas à boca, para não fazer nenhum barulho. Dentro de seu roupeiro, seu corpinho todo tremia, não queria passar por aquilo de novo, ao auge de seus sete aninhos, já conhecia bem o que era a dor, e que alguém lhe despedaçasse de dentro para fora.

Ouviu os sons dos passos percorrendo seu quarto, e o como estes pareciam cada vez mais próximos, só ficaria quietinho, os outros homens que sua mamãe levava para casa, nunca o achavam quando se escondia em seu refúgio, só teria que ficar quietinho, infelizmente sabia que esse era diferente, soube disso quando sua mãe chegou em casa, há poucos meses atrás, lhe dizendo que ele seria seu papai, e que teriam seu sobrenome. Não queria, detestava aquele homem, detestava o como ele lhe olhava, o como lhe tocava, o como lhe machucava, era ruim, não queria. A porta de seu refúgio foi aberta, e o pequeno viu com terror o como o homem mau lhe olhava com um sorriso torto.

- O encontrei, princesinha. Por que está se escondendo? Não quer brincar com papai? – à força, o homem lhe tirou de seu refúgio, e o pânico só cresceu, quando este lhe deixou na cama e então deu as costas, indo até a porta e a fechando, agora eram só os dois no quarto.

Sasuke se sobressaltou quando ao sair do escritório do diretor, deu de cara com um alfa sorridente, que lhe encarava com um sorriso de orelha a orelha. Não dando importância, passou por ele, cuidando para dessa vez não tocá-lo, só tinha que ignorá-lo. Naruto ao perceber as ações do ômega, fez um bico, para então correr até este.

- Oe teme, acho que temos que conversar. – mas o ômega fez de conta que não ouviu, e continuou seu percurso rumo à saída da universidade – Ei, teme... pode não me ignorar? Ei! – segurou no braço do ômega para deter sua caminhada, e embora não houvesse colocado força alguma, foi o suficiente para que este parasse e girasse, o alfa poderia jurar nunca ter visto tanto ódio em um olhar.

- Se me tocar de novo, arranco sua mão fora. – o loiro nada respondeu, a intensidade daquele olhar o havia congelado, por isso nada conseguiu fazer quando este se desvencilhou e deixou os portões da universidade, ainda assim não desistiria, aquele era seu ômega destinado, e ele faria com que este o aceitasse, por mais difícil que fosse, não se importava, depois de tudo, Naruto Uzumaki amava um desafio.

(...)

- NÃO, NÃO... DÓI... SOLTA... MAMÃE! – o pequenino filhote se remexia desesperado na cama, seus gritos podiam se ouvir por toda a casa. A porta de seu quarto foi aberta, e por esta uma preocupada mulher entrou, seguida de seu ômega.

- Naruto! Filho, acorda... filhote...

- AH! – o pequenino deu um último grito, antes de abrir os olhinhos, assustado, ao ver seus pais o encarando preocupados suas orbes safiras se encheram d'água, e este pulou no primeiro que viu, sua mãe ajoelhada à sua cama – Mamãe... – começou a soluçar desesperado, agarrando com força as vestes da alfa, o pesadelo que havia tido havia sido tão vívido que havia podido sentir toda a dor e desespero, inclusive agora, depois de acordado, não queria sentir nunca mais aquela dor.

- Shhh... filhote... foi um pesadelo, já vai passar. – o ômega também se aproximou, passando as mãos delicadamente pelos cabelos dourados de seu menino, deixando escapar seu odor, para assim acalmá-lo, ainda assim o pequenino não parou de chorar, chorou toda a noite no colo de seus pais, e essa não seria a última vez, já que aqueles sonhos se repetiriam por muitos e muitos anos, sonhos estes frutos de uma ligação que o pequeno alfa não poderia entender, e talvez nunca o entendesse.

- Ei, Naruto, acorda! – o loiro foi tirado de seus pensamentos ao ouvir a voz de sua amiga, que havia estalado os dedos à frente de seu rosto, para chamar sua atenção – Finalmente. Bem-vindo de volta à terra.

- Não enche o saco, Sakura. – cruzou os braços, irritado.

- Uuuu... estamos de mau humor.

- Deixe ele, Sakura. Todos temos dias que queremos estar quietos. – mas apesar das palavras de Shikamaru, a rosada ainda assim franziu as sobrancelhas, se sentando ao lado de seu amigo de infância, o conhecia, sabia que ele não era calado assim.

- O que aconteceu? Pode falar o que te preocupa, Naru. – o loiro levantou os olhos, encarando seus dois amigos, Sakura era sua amiga mais antiga, haviam se conhecido aos quatro anos, quando haviam entrado à escola, Shikamaru chegou em sua pré-adolescência, aos doze, desde então nenhum dos três havia se separado, faziam quase tudo juntos, incluindo a universidade haviam escolhido a mesma, com exceção do curso, já que ele cursava Música, Sakura Medicina e Shikamaru Relações Internacionais.

- Eu... – olhou especificamente à seu amigo – Shikamaru... o que sentiu quando conheceu seu mate? – aquela pergunta havia pegado a seus amigos desprevenidos, já que Naruto nunca havia transparecido ter esse tipo de reflexões. O loiro entretanto os encarava com expectativa, havia feito a pergunta diretamente à seu amigo, já que Sakura, assim como havia acontecido com seu irmãozinho Deidara, havia descoberto ainda filhote quem era sua Lua, a qual era uma amiga de infância da rosada.

- Qual o problema, Naru? O que de verdade te preocupa? – o loiro suspirou, abaixando os olhos.

- Eu... acho que o encontrei... meu mate. – os olhos castanhos e verdes se abriram como pratos – Mas ele parece não aceitar... ou não perceber.

- Que problemático.

- Shikamaru! – a garota suspirou – Naru... é verdade que encontrar seu parceiro destinado é algo único, mas nem todos reagem da mesma forma ou da forma que queremos. Muitas vezes por traumas ou decepções anteriores, algumas pessoas podem se fechar e não aceitar o que o destino lhes deu. É você quem tem que decidir se vai aceitar o risco de se machucar ou desistir do seu destino.

- Mas Naruto Uzumaki não desiste nunca, não é? – o loiro sorriu fraco, encarando a seu amigo, seu sorriso se desfazendo, dando lugar a uma expressão de surpresa, ao ver a porta do estúdio ser aberta, e um pequeno garoto entrar, um sorriso brilhante se formou em seu rosto.

- Sim, Naruto Uzumaki nunca desiste.

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Naruto quando pequeno tinha sonhos, que nada mais eram que visões do que acontecia com seu parceiro destinado, ou seja, Sasuke, ele podia sentir tudo o que o ômega sentia, mesmo ainda fossem tão pequenos. Ele enxergava a si mesmo no lugar de Sasuke, como o personagem principal dos "pesadelos".