Capítulo 11 - Um pequeno amigo

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O que está sublinhado é o que é dito através de sinais. 

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Yashamaru mais uma vez olhava seu pequeno aluno sentado sozinho, sentia algo estranho, sentia que as atitudes do pequeno Sasuke não eram normais, que alguma coisa havia de errado com ele, queria de alguma forma ajudá-lo, mas não sabia como. Seus olhos foram à seu pequeno filho, também sentado sozinho em um banco, balançando as perninhas, enquanto comia alegremente uma tangerina. Sorriu, tendo uma ideia, seu filho tinha a mesma idade do pequeno Morino, e assim como este, também era um tanto solitário, já que por sua condição, as demais crianças o excluíam. Sentou-se no banco junto a ele, chamando sua atenção.


- Está gostoso? – o pequenino assentiu, o estendendo um gomo, Yashamaru sorriu, afagando os cabelos vermelhos do menino e recebendo o gomo, o comendo, seu menino era tão doce e inocente, também precisava de um amigo – O que acha de fazer um amigo, filhote? – o pequeno pendeu a cabecinha a um lado, como se não houvesse entendido, Yashamaru esclareceu – Naquele banco... – apontou ao lugar onde Sasuke estava – Há um menino muito solitário, que precisa de um amiguinho. O que acha, filhote? Que tal fazer um amiguinho? – o pequeno Gaara assentiu, para então pular do banco onde estava sentado e andar até o outro lado do pátio, onde o pequeno Sasuke parecia se esconder das demais crianças, este que se sobressaltou ao ver o pequeno ruivinho à sua frente, mas que franziu as sobrancelhas quando este não disse nada, apenas estendeu um gomo da fruta que antes comia, sorrindo. Sasuke olhou o pequeno menino, seu sorriso, e então a fruta, parecendo não saber o que fazer. Yashamaru apenas sorriu quando o pequeno moreninho enfim aceitou o gomo e ambos se sentaram juntos, mesmo nada disseram, apenas sentaram juntos, dividindo aquela fruta e observando as demais crianças.





- Fico feliz que tenha aceitado, filhote. – Orochimaru sorriu, guiando o garoto por entre os corredores, até chegar à sala que seria usada para que o mais jovem desse tutorias – Fique tranquilo, são apenas dois, e eles são muito tranquilos. Estão no último ano do Ensino Médio, se preparando para as provas finais e o vestibular, não irão causar nenhum problema. – Sasuke assentiu e ao não ter mais nenhuma resposta, o diretor sorriu, para então abrir a porta onde os dois adolescentes se encontravam, compartilhando um fone de ouvido, enquanto pareciam rabiscar em um mesmo caderno – Garotos... – chamou a atenção dos dois garotos de dezessete anos, que os encararam – Este é Sasuke Morino, ele tem dezenove anos, e está no primeiro ano da universidade, irá ajudá-los com as provas, sejam bonzinhos com ele. – nenhum dos garotos disse nada, o olhar de Sasuke percorreu a ambos, chegando ao menor deles, ambos se encaravam com as sobrancelhas franzidas, confusos – Sasuke, eles serão seus alunos, aquele... – apontou ao maior, um alfa – é Tobirama Senju. E ele... – dessa vez apontou ao menor, do qual Sasuke não conseguia desviar o olhar – É Izuna Uchiha. – sua cabeça havia começado a doer, mal havia chegado e já queria ir embora.


(...)


Sasuke estava muito feliz, pela primeira vez em sua vida tinha um amiguinho. Gaara era tão solitário como ele, já que, por ter nascido surdo, as demais crianças o excluíam, mesmo o pequeno parecia não se importar, tinha uma imaginação fértil, inventava todo tipo de brincadeiras, mesmo sozinho. No início havia sido difícil a comunicação, já que o pequeno moreno não sabia nada sobre linguagem de sinais, mas aos poucos Yashamaru e o próprio Gaara iam o ensinando, agora já conseguia trocar palavras com seu primeiro e único amigo.


- E para o dia dos pais faremos uma apresentação... – o moreno deixou de ouvir o que sua professora daquele ano dizia, não gostava dela, ela os forçava a fazer coisas que ele não estava interessado, como participar dessas estúpidas apresentações, tinha saudades de Yashamaru como seu professor, o ômega sempre o havia compreendido e o olhava de forma tão doce, de uma forma que nem sua mãe nunca o havia olhado, agora, a seus nove anos, Sasuke havia compreendido, sua mãe não o amava, não como Yashamaru amava a Gaara, às vezes tinha inveja de seu amigo, seu papi jamais permitiria que alguém machucasse o pequeno ruivo, como sua mãe permitia que o marido o fizesse com ele. Olhou para o lado, Gaara rabiscava em seu caderno, alheio à tudo à sua volta, de qualquer forma não conseguia entender o que a professora dizia, seu papi havia tentado de tudo para ser o professor da turma deles mais um ano, mas não importava o quanto havia insistido, não havia conseguido, alguns pais se incomodavam, pelo fato do ômega ser professor do próprio filho, diziam que ele dava privilégios ao garoto, nenhum se colocava no lugar para compreender que o pequeno ruivinho tinha algumas limitações que os demais não possuíam, e o fato de nenhum outro professor compreender a linguagem de sinais, acabava prejudicando a educação do menino, felizmente este tinha um papi professor, que o ajudava e ensinava o que seus professores não se dignavam a ensinar na escola. O pequeno ruivo pendeu a cabecinha para um lado, curioso, ao sentir seu amigo o cutucar.

- Vamos fugir? – Sasuke perguntou, querendo deixar de ouvir o discurso daquela bruxa, como ninguém percebia que era ela quem privilegiava alguns alunos? Sempre destacando os mais populares, os mais bonitos, e deixando os esquisitos e excluídos como eles de lado, esquecidos. O ruivinho assentiu ao pedido e sem que a professora os notasse, os pequenos saíram de mãos dadas até a pracinha da escola, onde passaram uma feliz tarde, apenas os dois, pelo menos até o zelador os encontrar e os levar pelas orelhas de volta à sua sala.





Os olhos do jovem alfa não deixavam de encarar aos dois ômegas, olhava de um para o outro, para então retornar ao primeiro, aquilo já estava incomodando Izuna, que começou a bater as pontas dos dedos sobre a mesa.


- Pode parar de nos olhar dessa forma? – questionou o menor, irritado.

- Desculpe, mas... vocês tem que reconhecer que isso é muito bizarro. – apontou de um para o outro – Vocês são quase iguais. – o ômega menor rodou os olhos.

- Não seja exagerado, Tobirama. Não somos tão parecidos assim. – franziu as sobrancelhas, observando ao outro ômega, sentindo um arrepio percorrer todo seu corpo, talvez fossem um pouco parecidos.

- De qualquer forma... – interrompeu Sasuke – estão aqui para estudar, e eu para ensiná-los, vamos começar de uma vez. – ambos adolescentes cederam, pegando seus cadernos, Sasuke suspirou, pegando suas coisas também, só queria acabar de uma vez e escapar do olhar destes dois, especialmente do ômega, por algum motivo, estar perto dele o angustiava, era tão parecido com ele que às vezes parecia estar se olhando ao espelho, e Sasuke odiava se olhar ao espelho. 

Você é meu ômega!Onde histórias criam vida. Descubra agora