Paul...

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(Candice Pov)

Disparo contra o alvo e erro novamente, mas dessa vez, eu erro por pouco.

— Está melhorando, semana passada atirou a uns quarenta centímetros de distância do alvo — Daniel vem até mim e eu tiro o fone e os óculos de proteção.

— Eu não posso continuar errando, a que distância do alvo foi dessa vez? — pergunto lhe entregando a arma.

— Quinze, por isso disse que está melhorando. — Ele guarda a arma e começamos a andar.

Faz duas semanas que começamos a treinar tiro ao alvo, e na minha cabeça, eu conseguiria facilmente, mas quando se pega pra fazer, meu Deus, é a coisa mais difícil do mundo.

— vamos terminar por aqui hoje, já foi o suficiente. Vá descansar, tome um banho, eu te chamo quando o jantar estiver pronto. — Daniel vem até mim, coloca a mão em minha barriga e beija minha testa.

Saio do porão — Que até duas semanas atrás eu não sabia da existência — e subo para o hall novamente. O porão não era só grande ao ponto de caber um estande de tiro, mas também um arsenal. Fico me perguntando se Joseph também tinha um, afinal, ele tinha muitos funcionários e eles tinham armas também.

Entro em meu quarto e tiro a roupa indo diretamente para o chuveiro. Tomo um banho longo e que me relaxa por completo. Passo a mão na minha barriga enquanto vejo como ela cresceu em tão pouco tempo. Nina fica o tempo todo ao meu lado com a mão na minha barriga, isso quando Ian não o faz. Tenho certeza que algum dia serão ótimos pais.

Saio do chuveiro e coloco uma roupa confortável, me deito na cama e fico navegando na internet até que fico entediada. Começo a acariciar minha barriga pensando no quanto é incrível ter uma vida crescendo ali...

Em dois dias eu completo dois meses...

Dois meses desde a morte de Paul. A noite em que consegui esse bebê também foi a noite em que perdi uma das pessoas mais incríveis que já conheci. Eu sinto falta dele, claro que sinto, como não sentir?.

Paul foi meu amigo, e até mesmo chegamos a ter algo, mas principalmente, ele foi meu amigo,e ajudou em momentos frágeis e cuidou de mim quando eu precisei. Ele me entendeu quando eu disse que não podia mais negar o que sentia por Joseph, mesmo que eu saiba o quanto aquilo doeu nele. Eu pude ver em seu rosto.

Ele morreu me amando, morreu querendo que eu fosse amada também. Espero que ele e Joseph estejam juntos onde quer que seja... ninguém merece morrer e não ter ninguém do outro lado, seria um destino horrível.

Desde que ele morreu, eu pensei muito em como aquela noite poderia ter acabado. Se por exemplo quem tivesse tomado o tiro fosse eu, meu irmão iria me perder, minha amiga não iria me ver mais e quem sabe, Joseph estaria vivo, já que Leah provavelmente amaria tanto minha morte que o deixaria em paz. Penso comigo que Joseph e Paul não iriam demorar para se apaixonarem novamente, e que Nina logo teria uma nova amiga. Mas também penso, que se naquela noite tivesse sido eu... Esse bebê teria ido junto comigo, e sequer teria a chance de conhecer o mundo. E nenhuma mãe quer isso para o filho.

Eu amei Paul, em algum momento sim, eu o amei, assim como ele me amou, e me chateia que seu fim tenha sido aquele, ele ia amar conhecer esse bebê.

Fecho os olhos e respiro fundo algumas vezes me viro de lado e acabo optando por dormir um pouco.

(...)

Acordo com batidas na porta, e quando olho pela janela, já está de noite. Droga, eu dormi de mais. Deve ser o meu irmão me chamando para jantar.

Me levanto e ando até a porta a abrindo me deparando com uma figura familiar parada me olhando com um sorriso de lado. Um sorriso genuíno de felicidade.

𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐀 𝐒𝐎𝐍𝐆 ||𝐉𝐎𝐃𝐈𝐂𝐄 𝐕𝐄𝐑𝐒𝐈𝐎𝐍||Onde histórias criam vida. Descubra agora