- Seus filhos da puta, PAREM. - Gritei alí mesmo da sacada e logo sai correndo, com tanto lugar para brigar, eles resolveram brigar logo na frente da minha casa, se meu pai estivesse presente eu estava totalmente ralada.
Abri a porta e logo avistei uma multidão em volta dos dois, mas não eram gangsters, eram vizinhos fofoqueiros e curiosos. Merda, merda, merda.
- É SÉRIO, PAREM. - Gritei novamente, enquanto Matheus e Brandon quase se esfolavam, os dois estavam no 0x0, mas eles pararam e me olharam.
- Esse viadinho que começou, eu estava aqui de boa na minha. - Matheus disse como uma criança, mas sempre com o seu típico sorriso debochado.
- Esse pau no cu queria entrar na sua casa para falar com você, esse cara é perigoso para você, Helena. Vai saber o que ele queria. - Brandon falou ofegante e quase que eu disse ''continuem aí brigando por mim, feras, a diva aqui vai voltar para o seu sono de beleza'' mas não, ao invés disso, apenas disse:
- Está tudo bem, Brandon. Para mim Matheus não é nem um pouco perigoso, mas agradeço por bater nele, quando quiser fazer isso mais vezes. Fique à vontade.
- Esse garoto não consegue encostar nem um dedo em mim, você sabe muito bem que é bem mais fácil EU bater nele. - Matheus disse como se estivesse ameaçando Don, e ele estava.
- Tem certeza, flor? - Brandon debochou. - Então vem, guerreiro. Quero ver se tu é foda mesmo.
- Você sabe muito bem que eu sou, sua bichinha. - Matheus disse. - Quer que eu esfole sua cara de novo? É isso? Então tá. - Matheus disse e partiu para cima de Brandon, mas antes eu me meti no meio dos dois em uma rapidez assustadora.
- Eu vou falar só mais uma vez... - Respirei fundo tentando me controlar, pois os dois souberam me irritar. - PAREM. - Gritei novamente. - Se não, eu corto o bem mais precioso de vocês com aquelas tesouras normais ainda, para a dor ser bem mais intensa. - Matheus e Brandon se olharam rapidamente.
- Você me assusta, Helena e olha que ninguém me assusta. - Don disse.
- Cala a boca, você é um cagão em todos os sentidos. - Matheus implicou. - Mas enfim, pra que cortar, gata? Se você pode fazer outras coisas. - Matheus disse mordendo os lábios, totalmente malicioso. Foi aí que Brandon tentou ir para cima dele novamente, mas eu o impedi.
- Ok, gente acabou o show. - Me dirigi aos vizinhos. - Podem voltar para as suas casas, ver suas novelas chatas, tricotar, não interessa, MAS VOLTEM. Dona Mary, vá lá fazer sua sopinha que a senhora não abre mão, já veio umas 500 vezes aqui em casa oferecer essa água com legumes. - A senhora fez uma cara de ofendida e saiu. - Sr. George, vá lá continuar a fazer o que o senhor estava fazendo.
- Mas eu não estava fazendo nada. - O homem retrucou.
- Então volte a fazer nada, mas na sua casa. Obrigada. Vão indo todo mundo, que o show dessas ''garotas'' já acabou, obrigada por comparecerem. - Os vizinhos estavam dando meia volta e voltando para suas casas, enquanto Matheus e Dom discutiam. Me virei para os dois. - Pronto, agora vai cada um para um lado e parem com essa porra de infantilidade. - Falei.
- Mas eu quero falar com você. - Matheus insistiu sério. Nunca abrindo mão do seu jeito bad boy.
- Mas ela não quer falar com você. - Don decidiu por mim.
- Cara, você já experimentou transar? Essa sua virgindade está te deixando muito nervoso, relaxa e pega umas minas. - Nossa, olha quem falando, Matheus Ferreira, o garoto mais nervoso que eu conheço. Mas ele falou aquilo apenas para implicar.
- Eu não sou virgem, cara. Comi sua mãe, lembra? - Porra, agora o bagulho ficou sério. Vi Matheus mudar sua expressão suave, para o VERDADEIRO Matheus.
- O que você disse, seu cuzão? Repete, quero ver. - Ferreira disse.
- Comi sua mãe. - Don repetiu, e então, Matheus partiu para cima dele e os dois se embolaram novamente, que inferno de vida mesmo. Eu já estava quase desistindo, poderia deixar os dois se matarem ali mesmo e, boa ideia, virei as costas abrindo o portão de casa para voltar aos aconchegos da minha linda cama.
Deixei eles lá, eu já estava ficando com muita raiva e daqui a pouco seria nós três na tal pauleira.
Havia uma mensagem de meu pai dizendo que ele ''dormiria no escritório''. Dormir no escritório? Mas que merda de vida, falei comigo, jogando o celular em um canto qualquer do sofá.
Ouvi o barulho da porta se abrindo e logo Cindy entrou, droga, não podia piorar. Ela estava com uma calça branca super justa, que dava até para ver seus órgãos, uma blusa vermelha justa também e um salto que deixava ela com 3 metros de altura mais ou menos. Sem contar a maquiagem extremamente exagerada, do tipo ''sou vadia''.
- Oi pirralha, a janta já está pronta?- Ela perguntou e eu ri ironicamente.
- Quem deveria cozinhar para mim era você, até porque você está na casa da MINHA mãe.
- Que Deus a tenha. - Ela debochou. - Mas agora eu mando aqui.
- Não sonha, Cindy, um dia sua máscara cai. - Falei.
- Deus o livre minha máscara facial cair . - Ela disse massageando o rosto . - Imagina só , eu cheias de rugas . Não consigo nem pensar . - " Oi burrice " pensei comigo . - Então pirralha, já que você não fez minha janta, pode deixar que eu vou sair para comer fora . - Isso foi um pretexto para ela pular a cerca e meter vários chifres em meu pobre pai. - Ah , depois vou para a casa da minha querida vó. - Mentira. Só volto amanhã.
- Você vai é pro seu ponto que eu sei. - Impliquei.
- Olha o respeito, pirralha. - Ela disse.
- Desculpa , é que eu não consigo ver a diferença entre você e uma prostituta. - Falei, enquanto pegava uma maçã e a mordia. Cindy ficou vermelha, mas ela não disse nada, apenas foi até a porta e saiu. - Vá pela sombra . - Na verdade, eu queria que ela fosse pelo sol e tivesse um câncer de pele bem forte, mas estava noite.
E era nessas horas que eu me sentia a pessoa mais solitária do mundo , fui para o meu quarto, mas o sono eu já havia perdido. Apenas me joguei de qualquer jeito na cama e viajei para outro mundo, e sem querer, vi Matheus nesse outro mundo. Droga, não, nunca. Sacudi a cabeça tentando fugir daquilo, eu e Matheus vivíamos em mundos completamente diferentes, ele estava fora de cogitação.
Tirei os fones, porque ouvir musica não estava dando certo e fiquei ali, no silêncio. Até ouvir um barulhão, tipo um estrondo, levante - me da cama praticamente voando e totalmente assustada. Abri a porta do meu quarto lentamente, indo devagar até o quarto de meu pai, pegando seu revólver de emergência. Fui passo a passo pelo corredor tentando fazer o mínimo de barulho possível, cheguei nas escadas e fui descendo de fininho, degrau por degrau com o coração quase saindo pela boca. Assim que cheguei no último degrau da escada, avistei algo, algo nojento. Eca.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Possessivo
Romance"Você é minha, querendo ou não, porque eu simplesmente anseio que seja assim, você não tem escolha" - Matheus Gabriel Ferreira. E se ela fosse dele? Somente dele. Mas ele, ele não fosse dela? E se ela tentasse lutar contra isso, mas ao mesmo tempo...