52 Caralho

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Já havia se passado um mês que eu e Matheus estávamos juntos, e não, ele não parou de fazer merda. As vezes ele pisava feio na bola, mas eu vi que ele estava tentando mudar e com
as mudanças sempre vem os erros, então resolvi dar um desconto.

- Acho que o Sr. Thompson não gosta muito de vocês. - Matheus disse entrando na sala e sentando-se na mesa do professor, os olhos de Nikolly  brilharam. - Ele sempre arruma uma
desculpa para sair daqui, já perceberam? - Alguns alunos riram. - Deve ser por causa daqueles panacas fazendo guerra de bolinha de papel lá atrás. - Matheus apontou para alguns idiotas do time.

- Pô, Ferreira. A gente sabe que tu é tão zoeiro quanto a gente. - Um garoto disse rindo e em seguida uma bolinha de papel veio parar em minha cabeça, vire-me para trás e lancei um olhar furioso para o filho da puta, mas nem precisei falar nada.

- Sai da sala agora, seu zé ruela. - Uckermann disse.

- Calma, Ferre... Sr. Uckermann, foi sua uma bolinha de papel. - Falei para Matheus, que me ignorou.

- Larga daqui de uma vez. - Matheus disse e o garoto não se moveu, ficou parado em sua classe, em seguida, outra bolinha voou acertando Nikolly .

- Ferreira, acertaram em mim também. - Ela reclamou.

- Acontece. - Ele deu de ombros. - Mas e aí, mangolão. Vai sair ou eu vou ter que te tirar a força? - Ele se referiu ao garoto.

- O idiota do Marcos acertou em Nikolly  e você não mandou ele largar. - O garoto disse firme, Nikolly  olhou para mim com uma cara mais horrível do que o normal, segurei a vontade de rir.

- É que você é especial. - Ferreira disse e a turma riu. - Agora larga. - O garoto levantou-se troteando e saiu super bravo pela sala, olhei para Ferreira e revirei os olhos, não precisava de tudo isso.

- Algum problema, Helena? - Ele disse apoiando as duas mãos em minha classe e logo deu um sorriso lindo.

- Não precisava tudo isso. - Falei o mais baixo possível, pois os olhos de todos os alunos estavam em nós.

- Ah, aquele cara está sempre enchendo, só mandei ele ir tomar um ar. - Matheus deu de ombros e voltou para a mesa grande do professor se sentando nela. - Então, só para constatar que o Sr. Thompson deixou atividade. - A sala fez um barulho de descontentamento em
uníssono. - Página 233 do livro, bora fazer essas porras. - Todo mundo o olhou na hora que ele disse palavrão. - O que é? Nunca disseram palavrão na vida? - A sala riu.

- Até os palavrões ficam lindo quando saem de sua boca. - Nikolly  soltou essa e logo recebeu outra bolinha de papel na cabeça, Matheus riu.

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