003 Ah Merda!

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- Ganguezinha de merda? - Matheus se afastou de mim e o vi ficar irritado. - Você está ciente do que você está dizendo? Ou melhor, você está ciente de quem nós somos? Do que nós somos capazes? Garota, eu criei tudo isso, e uma coisa que me deixa puto é alguém cagar numa criação minha, The Canadians passou a ser uma das gangues mais temidas e olha que muitos nem sabem quem realmente são os membros. Você está nos subestimando e isso é algo muito arriscado para sua vida, tem noção disso? - Um silêncio se criou, eu apenas o olhava. - HEIN PORRA, TEM NOÇÃO DISSO? SE EU TE PERGUNTAR ALGO, VADIAZINHA DE CAMELÔ, TU ME RESPONDE. - Matheus se alterou. - Depois a gente mata, e ainda é considerado crime, eu não entendo isso. - Ele disse, totalmente "emputecido".

- O que menos importa na minha vida é essa gangue de vocês... - Falei algo, finalmente.

- Você é um caso raro. Em vez de querer estar na minha cama, está me desafiando e implorando sua morte.

- Eu nunca ia querer estar na sua cama, Mendes, você é sujo, podre e de gente assim eu quero distância... - Levantei do sofá, e tentei me afastar o máximo de Matheus, mas ele me puxou com toda a força do mundo e mais uma vez a distância entre nós era mínima.

-Tem certeza? - Ele disse e logo apertou minha bunda, aquilo me deixou com mais raiva ainda. - Você é gostosa. - Ele sussurrou em meu ouvido. - Podia ser mais uma das minhas vadias. - Agora ele havia extrapolado, afastei-me dele e com toda a coragem e força do mundo, lhe dei um tapa no rosto.

- SUA VADIA DE CAMELÔ. - Ele gritou com uma das mãos no lado do rosto atingido. - Você está mesmo brincando com sua vida né? Mas aproveite, porque hoje você teve sorte, não estou a fim de te matar e depois ainda ter que esconder seu corpo. Eu vou dormir, e quando eu acordar não quero mais nenhum rastro seu aqui. - Ele disse se controlando.

[...]

Três dias se passaram e tudo o que havia acontecido não saía da minha cabeça, pensei até em denunciar aquela ganguezinha para a polícia, mas eles são espertos demais, eu estaria apenas moldando minha morte. Fui obrigada a pisar no meu orgulho e voltar para a casa, fiquei de castigo claro, meu pai me deu um discurso dizendo que o fato de eu ter saído de casa havia sido um exagero e blá blá blá.

Estava em minha cama, lendo algo desinteressante que havia naquelas revistas sem graças que eu adorava comprar, vai entender, a tristeza batia quando eu me lembrava que só havia mais duas semanas de férias. O telefone tocou.

-E ai putinha de GTA, já está na esquina? - Era Jade, minha melhor amiga.

- Claro, até porque minha esquina é de outro nível, tem até telefone residencial..

- Vai te foder, Lena. Você não atendia a droga do seu celular, então liguei para o telefone residencial ué.

- Ok, fala...

- Vem aqui, preciso de companhia, estou me sentindo tão sozinha. - Jade fez drama.

- Garanto que você não quer uma puta na sua casa. - Falei e Jade riu.

- Puta, quem é puta? Eu falei algo? Devo ter confundido a palavra, você é uma princesa... A fiona claro. - Ela me amava.

-Você tem sorte que eu gosto da Fiona, se não você estava ralada Jade Viivi Garcia. - Ela odiava que eu a chamasse pelo seu nome. - Vou tomar um banho e daqui a pouco colo aí.

A casa de Jade ficava a algumas quadras depois da minha, ainda não havia falado a ela o acontecido de três dias atrás. E nem sabia se iria falar, talvez fosse melhor eu guardar um pouco mais para mim.

Finalmente saí de casa. Enquanto caminhava tranquilamente, sem pressa alguma com os meus fones no ouvido e praticamente em outro mundo, pude observar assim que dobrei a rua (a mesma rua onde eu havia encontrado aqueles podres) uma agitação onde havia mais ou menos uns 20 garotos que formavam um círculo e no meio desse círculo humano havia algo que eu não conseguia ver direito, os garotos gritavam feito loucos, algo do tipo " Isso, bate nele." ou " Cara, você tem que reagir". E droga, quando eu vou entender que eu devo ignorar essa rua? Pensei em voltar, mas a curiosidade falou mais alto, tentei me aproximar o máximo a ponto que eles nem ligassem para mim, e porra, no meio daquele círculo humano havia dois garotos brigando.

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