As aulas haviam começado há mais ou menos dois meses e graças à Deus esse era meu último ano, bom, graças à Deus não, até porque eu gostava um pouco daquela escola havia tido bons momentos lá e sem contar que a vida seria bem mais complicada depois que tudo acabasse, então eu sentiria falta da Kaplan Westwood.
Enquanto assistias as aulas chatas do professor de geografia, algo ainda me atormentava: Minha terrível (ou maravilhosa?) noite com Matheus, confesso que já haviam passado quase três meses e aquilo não saía da minha cabeça. Durante esse tempo, eu evitei tudo que me levasse até ele, principalmente aquela ruazinha endemoniada quando eu tinha que ir na casa de Jade ou algo do tipo. Aquela rua era um ótimo atalho, me fazia chegar nos lugares bem mais rápido, pena que as coisas tiveram que ser assim. Que drama. As vezes via Matheus de longe e fazia o máximo para ele não me ver.
Ok, era exagero eu sei, mas acontece que ele era um cafajeste e mesmo eu sabendo disso, fui pra cama com ele, porque eu não tive a capacidade de resistir, ou de inventar uma desculpa do tipo "estou menstruada" e também, por Brandon. Eu havia feito tudo por Brandon, o que fazia eu me sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo tempo, Matheus havia me dado sensações que até então eram desconhecidas minha.
Então, até agora eu não sabia dizer se aquela noite havia sido terrível ou maravilhosa, eu estava confusa e quanto mais eu pensava, mais eu piorava a situação.
- Então, senhorita Helena. Você não respondeu minha pergunta. - Ouvi o Sr. Thompson dizer, e tipo, que pergunta? Ah eu não sabia, porque tinha algo me atormentando. Então arrisquei,foda-se:
- Hã... É 10. - Falei. E pude ouvir a risada de todos da classe.- claro, poderia ser 10... - o professor disse. - Se eu tivesse te perguntando alguma conta e se isso fosse aula de matemática ou sei lá o que, que envolva números. - ele respirou, pois havia falado rápido demais, como sempre. - Geografia, senhorita Azevedo, geografia.
- Ah, obrigada pelo "senhorita" me sinto super importante. - O professor me fuzilou com os olhos, mas logo continuou sua explicação.
Logo bateram na porta da sala e o Sr. Thompson murmurou algo do tipo: "Droga, adoram interromper minha aula" e foi abrir.
- Bom dia...- Era a diretora. Mal dia, isso sim. - Espero que todos estejam tendo uma boa aprendizagem. - Ela disse sendo formal. - Mas vamos direto ao assunto, agora nós temos um "faz tudo" da escola, ele vai ajudar o professor Robson de Educação Física, monitorar vocês no intervalo, e se vocês quiserem algum tipo de ajuda, podem falar com ele, mas não abusem claro. Ele vai ficar conosco mais ou menos seis meses. - Coitada dessa pessoa, deve ser um cara tão bom e vai ter que viver esse inferno. Pensei comigo. A diretora deu uma olhada na porta e fez um sinal com a cabeça para que pessoa entrasse. - Entre por favor.
PUTA MERDA. Que droga é essa? Por um momento, eu não acreditava no que eu estava vendo, em um movimento super ninja, coloquei meu capuz e fiquei de cabeça baixa na classe. Se eu estava me escondendo? Não... Imagina. Mas foi algo inútil. Totalmente inútil.
- Senhorita Helena você está bem? - Pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. E quando levantei a cabeça, todo olhavam para mim, inclusive... Matheus, que fez uma cara estranhando o fato de o professor me chamar de Helena pois para ele eu havia dito que meu nome era Lauren. Respirei fundo.
- Sim, só um pouco de dor de cabeça. P-p-ode continuar. - Gaguejei quando meus olhos se encontraram com os de Matheus, ele estava parado ao lado da diretora com os braços cruzados, usava uma camisa preta simples, e uma calça jeans escura, o que era raro.Seu cabelo estava num perfeito topete. Ele me olhou e deu um sorriso sacana bem discreto. Desviei o olhar, que diabos ele estava fazendo aqui? Pode ter certeza que o que ele menos precisa é da merreca que essa escola oferece, porque boatos dizem que ele vem de uma família que possui um poder aquisitivo, aí tem algum dedo podre... Pode ter certeza.
Pude ver as garotas tudo babando enquanto Matheus se apresentava. Ridículo. Inclusive ela, a rainha da rainha da rainha das putas, Nikolly. Eu odiava essa garota. Odiava.
- Então...- Ele tentou ser um pouco formal, mas aquilo não combinava com ele. - Eu vou estar aqui para o que vocês precisarem, qualquer coisa já sabem, me procurem. – Ferreira falava isso com um ar do tipo "Pra tudo mesmo, inclusive, sexo".
Enquanto ouvia Matheus falar, evitava totalmente contatos visuais, tentava me concentrar nos rabiscos que eu havia feito em meu caderno. Aquilo estava estranho o suficiente.
- Para tudo o que a gente precisar mesmo, Sr.Ferreira? - Nikolly disse com o cu piscando e o olhando maliciosamente e Matheus retribuiu o olhar. Daqui há uma semana todas as garotas daquela escola já estariam em sua cama. Ah e sem contar que Sr. Ferreira, não combina nada com Matheus.
- Sr. Ferreira? Hmm...gostei. - Ele disse. - E sim,para tudo que precisarem mesmo - Matheus sorriu e deu uma piscadinha, em seguida ajeitando algum fio Rebelde de seu cabelo, o que fez as garotas babarem mais ainda.
- Ele é gostoso pra caramba, ter uma noite com ele é tudo que eu mais quero agora. - Ouvi uma garota falando pra outra atrás de mim. Eu poderia simplesmente me aparecer e dizer: "Chupem eu já tive esse privilégio" Mas eu sou humilde... E aquilo não era privilégio. Mal sabiam elas o tipo de pessoa que o Matheus era.
- E você... - Matheus disse e apontou pra ninguém mais ninguém menos do que... Euzinha. - Tem alguma pergunta? - Ele deu um sorriso, pois ele estava fazendo aquilo por pura implicância, óbvio.
- Não. -Respondi severamente.
- Tem certeza? - Ele insistiu e eu pude ver diversão em seus olhos.
- Absoluta. - O encarei confiante e levantei uma sombrancelha, ele ficou me olhando profundamente por alguns segundos, piscou e desviou o olhar. Estremeci. Droga. Matheus logo se retirou da sala com a diretora, que se dúvida-se, até ela, ele lenhava. E possibilitou o professor de continuar sua aula.
- Srta Azevedo você pode me fazer um favor? - O professor perguntou.
- Sim... - Respondi.
- Vá na Secretaria e traga algo que preste e que não fica se desgastante para que eu possa escrever na porcaria desse quadro. - Senti irritação na sua voz, quase ri.
- Ok. - Levantei-me e saí da sala, desci alguma escadas meio que correndo, porque eu simplesmente adorava fazer isso, mas dessa vez não foi uma ideia muito boa, pois pisei em um degrau em falso e caí escada a baixo.
- Droga! - Falei alto, não havia me machucado muito, só havia causado uma dor suportável em meu tornozelo
- Você está bem? - Uma voz rouca disse entre risadas, enquanto eu tentava me levantar com certa dificuldade. - Você é uma anta mesmo. Como conseguiu cair desse jeito? – Ferreira riu mais uma vez. - Eu queria que o corredor estivesse cheio para ver todos rindo da sua cara.
- Idiota
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Possessivo
Romance"Você é minha, querendo ou não, porque eu simplesmente anseio que seja assim, você não tem escolha" - Matheus Gabriel Ferreira. E se ela fosse dele? Somente dele. Mas ele, ele não fosse dela? E se ela tentasse lutar contra isso, mas ao mesmo tempo...