capítulo 8

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                                     MELISSA

Estou sem forças de levantar e meu corpo dói em todos os lugares.

Andrew se foi faz um tempo com medo da Helena acordar e procurar por ele.

Fecho os olhos suspirando.

Ele não pensou nisso quando estava dentro de mim.

A culpa não é só dele, eu tenho minha parcela de culpa também e isso está me  correndo por dentro.

Pego meu celular para constatar que são três da madrugada.

Não consegui pregar o olho.

Isso é culpa, minha consciência me acusa.

Levanto para ir até o banheiro e vejo ali no lençol a evidência do nosso pecado.

O que eu fiz?

Minha amiga não merecia isso vindo de mim.

Helena sem saber me salvou do meu cativeiro, me deu uma nova perspectiva de vida. 

E o que eu faço?

Quebro a confiança dela.

Coloco rápido meu vestido e tiro o lençol sujo da cama e substituo rapidamente por outro.

Alcanço minha mala e jogo todas as minhas coisas dentro, e também o lençol, não posso deixar ele aqui.

Ligo para um serviço de táxi, e deixo um bilhete de poucas palavras para a Helena.

O maior sacrifício é passar pelo corredor e descer as escadas com a minha mala sem fazer barulho.

Respiro fundo quando chego no último degrau e olho para cima.

Ando rápido dessa vez até a porta, e agradeço a Helena por ela ter me passado o código do alarme.

No portão faço uma cara de paisagem quando dois seguranças ali me olham curiosos.

— Senhorita Melissa, onde você vai a essa hora?

Um deles me pergunta olhando para a minha mala.

O outro já pega o telefone.

— Meu irmão me ligou, ele está me esperando...

— E o doutor Andrew sabe disso?

O outro pergunta ainda com o celular na mão.

— Claro que sim, ele só não queria que a dona Helena acordasse, então sai em silêncio.

O táxi que eu pedi para do outro lado da rua e me apresso dando um passo mais perto do portão.

— Eu ainda acho que preciso falar com o doutor Andrew.

O mesmo que está com o celular diz.

— Você não vai querer irritar seu chefe a essa hora, não é? — Você pode por favor abrir o portão, meu táxi chegou.

Minha paciência está se esgotando e reviro os olhos cansada.

Os dois se olham entre si, e o que está com o aparelho na mão diz que tudo bem.

Respiro aliviada quando entro no carro e peço para o motorista sair dali o mais rápido possível.

Depois de passar o endereço do Jimmy para o motorista, relaxo visivelmente no banco.

Mentalmente peço desculpas a Helena, e limpo meus olhos marejados.

Eu não tinha esse direito.

O apartamento em que o Jimmy mora fica a uma hora da casa do Andrew, rodamos tanto que eu achei que o motorista estava me enganando.

fruto proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora