MELISSA
Estou sem forças de levantar e meu corpo dói em todos os lugares.
Andrew se foi faz um tempo com medo da Helena acordar e procurar por ele.
Fecho os olhos suspirando.
Ele não pensou nisso quando estava dentro de mim.
A culpa não é só dele, eu tenho minha parcela de culpa também e isso está me correndo por dentro.
Pego meu celular para constatar que são três da madrugada.
Não consegui pregar o olho.
Isso é culpa, minha consciência me acusa.
Levanto para ir até o banheiro e vejo ali no lençol a evidência do nosso pecado.
O que eu fiz?
Minha amiga não merecia isso vindo de mim.
Helena sem saber me salvou do meu cativeiro, me deu uma nova perspectiva de vida.
E o que eu faço?
Quebro a confiança dela.
Coloco rápido meu vestido e tiro o lençol sujo da cama e substituo rapidamente por outro.
Alcanço minha mala e jogo todas as minhas coisas dentro, e também o lençol, não posso deixar ele aqui.
Ligo para um serviço de táxi, e deixo um bilhete de poucas palavras para a Helena.
O maior sacrifício é passar pelo corredor e descer as escadas com a minha mala sem fazer barulho.
Respiro fundo quando chego no último degrau e olho para cima.
Ando rápido dessa vez até a porta, e agradeço a Helena por ela ter me passado o código do alarme.
No portão faço uma cara de paisagem quando dois seguranças ali me olham curiosos.
— Senhorita Melissa, onde você vai a essa hora?
Um deles me pergunta olhando para a minha mala.
O outro já pega o telefone.
— Meu irmão me ligou, ele está me esperando...
— E o doutor Andrew sabe disso?
O outro pergunta ainda com o celular na mão.
— Claro que sim, ele só não queria que a dona Helena acordasse, então sai em silêncio.
O táxi que eu pedi para do outro lado da rua e me apresso dando um passo mais perto do portão.
— Eu ainda acho que preciso falar com o doutor Andrew.
O mesmo que está com o celular diz.
— Você não vai querer irritar seu chefe a essa hora, não é? — Você pode por favor abrir o portão, meu táxi chegou.
Minha paciência está se esgotando e reviro os olhos cansada.
Os dois se olham entre si, e o que está com o aparelho na mão diz que tudo bem.
Respiro aliviada quando entro no carro e peço para o motorista sair dali o mais rápido possível.
Depois de passar o endereço do Jimmy para o motorista, relaxo visivelmente no banco.
Mentalmente peço desculpas a Helena, e limpo meus olhos marejados.
Eu não tinha esse direito.
O apartamento em que o Jimmy mora fica a uma hora da casa do Andrew, rodamos tanto que eu achei que o motorista estava me enganando.
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fruto proibido
RomanceNa vida tem coisas que você pode escolher, e outras não. Qual será o propósito de tudo? Melissa se vê nesse dilema.