XXII. Ebert

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   Tinha o grupo que nos encontrou naquele hotel, enquanto caminhavamos rumo ao Campo I, e eu nem sei se de fato existe esse tal Campo I. Talvez seja só mais um saco de bosta do governo que usam lorotas para persuadir a nossa esperança... Sempre pondo esperança onde não existe... Passou doze meses desde que eu me separei do grupo, sai escondido, disse que iria fazer xixi e me misturei com a floresta. Queria encontrar o grupo que havia encontrado antes

Clay...

   Porra era esse seu nome? Será? Eu estava com fome, havia andado demais, pelo menos eu estava longe daquele povo irritante. Joel seu desgraçados, eu te odeio... Assim como Rylei, Maicom e Anna... São todos mimados, Clay poupou a vida deles? Como assim? Matou Greg aquele idiota covarde. Estava desarmado, apenas tinha uma pequena faca que eu empunhava a todo momento na mão. Bem era foda passar doze meses como nômade... De galho em galho, procurando um lugar seguro, comida... Nem sequer um rastro de pessoas eu havia encontrado. E os supermercados estavam vazios. Os canibais, nunca tive problemas com eles, sempre andei na cautela sem fazer barulho e evitando os bandos, eles são os piores.

   Lembro-me quando eu matei uma velha que estava infectada, eu entrei em sua casa para pegar comida e ela estava com uma puta cara fudida, dava pra ver seu crânio. Eu recuei e ela saltou sobre mim, eu caí com a faca cravada em sua cabeça... Foi quando eu me dei conta de que a cabeça séria o ponto fraco dessas criaturas.

   Em fim segui meu caminho até chegar na cidade de Abilene, que fica alguns quilômetros de Austin, como sempre não havia nada, só carros revirados, batidos e estragados. Havia muito silêncio, dava para escutar os pássaros cantando, era algo bonito em uma paisagem feia. Estava com fome, minha barriga roncava. Precisava achar alguma lanchonete e ter muita sorte de encontrar algo pra comer. Havia alguns canibais próximos, cerca de uns quatro, da para eu matalos, mais um sangue em minha roupa não iria fazer diferença...

   Havia notado um comportamento peculiar nesses monstros, quando não tem presas por perto, eles ficam parados, como se estivessem "dormindo", seria uma técnica para manter sua sobrevivência? Não sei... Apenas cravei minha faca na cabeça da criatura, não deu tempo dela esboçar nenhuma reação. Fui certeiro. Restava três, mas eles estavam próximos um dos outros, se eu tentasse matar um deles, os outros dois iriam me pegar e isso seria o meu fim. Peguei uma pedra e a arremessei, a mesma bateu em um carro. Os três saíram correndo em busca na direção do barulho, foi o momento em que eu segui meu caminho em segurança.

   Após andar alguns quilômetros, o sol já estava se escondendo, precisava achar um lugar rapidamente, foi então que encontrei uma lanchonete. Abri a porta lentamente e estava tudo muito escuro. Liguei a lanterna, entrei e fechei a porta. Boa parte de sua frente era de vidro, então as pessoas que passaram antes de mim, puseram tábuas e mesas na frente das vidraçarias, justamente para impedir a entrada dos canibais. Contudo era pouco provável eu encontrar comida por esse lugar... Que inferno.

   Andava iluminando com minha lanterna e não achava nada, bem... A lanchonete era um lugar bem grande, sem contar com mais dois andar acima do térreo. Me sentei no chão e chorei com fome! Até que um barulho de rádio emergiu de um dos andares acima. Estranhei, então decidi subir andar acima.

   "Lobos" é o que estava escrito de sangue na parede, seria isso uma facção? Um grupo do governo? Só sei que o barulho do rádio via detrás da porta. Lentamente girei a maçaneta da porta e abri a porta. Não havia ninguém, estava tudo muito estranho... Me aproximei da bancada, puxei a cadeira e fiquei de frente ao rádio esperando alguém falar, mas o rádio só emitia um chiado insuportável. Notei que ao seu lado havia um caderno pequeno e nele tinha as coordenadas dos canais de rádio, então coloquei um deles e esperei algum tempo. Mais ou menos meia hora alguém falou no rádio...

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