Na manhã seguinte, elas acordaram com a luz do sol entrando pelas cortinas brancas do chalé. Sonolenta, Lui se levantou, abriu uma janela e se parou onde o sol batia por alguns segundos, o suficiente para ficar bem desperta, ou pelo menos o máximo possível, já que mesmo a boa noite de sono não tinha recuperado completamente as suas energias. Talvez precisasse de mais luz do sol mais tarde. Se arrumaram e foram para o refeitório tomar o café-da-manhã. Assim que terminaram de comer, ambas as conselheiras de Deméter foram até a caverna do oráculo, conversar com Rachel em busca de possíveis respostas.
Chegando lá, elas encontraram a ruiva usando seu estilo habitual, camisetas largas e jeans personalizados com rabiscos de canetinha. Assim que as viu, ela disse:
— Bom dia, meninas. O que precisam?
— Bom dia, Rachel. Hã... Precisamos de uma profecia... — Lui falou, estremecendo, e Rachel olhou preocupada para elas, antes de se sentar em seu banco de três pernas e uma névoa verde sair dos lábios dela, junto com uma profecia.
Por portais terão que viajar
E missões de um deus agrícola completar
A praga dos feijões resolverão
As moscas dos frutos vermelhos combaterão
Café e soja de ajuda necessitarão
Para que enfim possam embarcar
E para a terra dos vikings viajar.
As conselheiras se olharam assustadas, algumas das coisas ditas na profecia estavam em seus sonhos, o deus agrícola, as pragas e os feijões. Agradeceram a Rachel pela profecia, agora era com elas, deveriam sair em missão.
— A profecia fala em deus agrícola, o primeiro nome que eu penso é Triptólemo — disse Ani, assim que saíram da caverna. — Nico, Hazel e Frank o encontraram em Veneza, mas será que ele ainda está lá? Ou com sua carroça arrumada ele saiu para ensinar as práticas agrícolas pelo mundo?
— Essa profecia não nos guia em quase nada — Lui suspirou. — Portais? Como vamos conseguir viajar por portais? — ela parou um pouco para pensar nos versos da profecia. — Será que deveríamos começar por uma plantação de feijões?
— Acho que sozinhas não vamos conseguir entendê-la — ponderou Ani. — Precisamos de ajuda.
— Será que deveríamos falar com os monitores? — questionou Lui. Era a única alternativa que ela conseguia pensar.
— Pode ser uma boa, buscar uma orientação de pessoas experientes em missões — acrescentou Ani.
As duas seguiram para a Casa Grande, ainda tentando entender alguma coisa da profecia que tinham recebido. Alexia e Rogério estavam na varanda, jogando pinochle com o Sr. D, mas a expressão em seus rostos era quase um pedido de socorro. O diretor do Acampamento estava longe de estar no melhor de seus humores, e fazia algum comentário desnecessário a cada jogada.
— Alexia, Rogério — chamou Lui, quase como uma súplica. — Precisamos da sua ajuda.
— Está atrapalhando nosso jogo, Luana — grunhiu o Sr. D, mal humorado.
— Desculpe, Sr. D, acredito que seja urgente — falou Alexia, já se levantando e se aproximando das duas conselheiras de Deméter. — Obrigada por nos salvar — sussurrou ela. — Ele está insuportável hoje.
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Contos de Natal no Acampamento Meio-Sangue
FantasyO natal está se aproximando e coisas estranhas começam a acontecer no Acampamento Meio-Sangue. Os morangos estão morrendo, apesar das condições controladas de temperatura e clima, e nem os poderes dos filhos de Deméter e Dionísio conseguem salvá-los...