Capítulo 13

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Descobriram como pegar um ônibus até a Carolina do Norte. Um não: três.

Pegariam três para chegar até lá e mais um para chegar à floresta, era uma senhora viagem. Talvez seria mais rápido se fossem de carro, mas eles não tinham carteira de motorista, nem um carro, e roubar estava fora de cogitação. Não tinham sequer a habilidade de fazer isso. And fez uma nota mental para perguntar para Iara, de Hermes, se ela sabia roubar um carro e se poderia ensiná-la algum dia, porque depois dessa missão viu como seria útil.

Nina e JJ apagaram no primeiro ônibus. Na verdade, Nina parecia que não tinha descansado, o sonho provavelmente tinha gastado todas as suas energias. Seus olhos estavam vermelhos e com olheiras enormes.

A viagem seguiu tranquilamente, alguns monstros pela rua, mais alguns nos ônibus, mas nada fora do normal pra uma missão. A Carolina do Norte tinha um clima levemente diferente, e quando chegaram ventava e chuviscava um pouco, o que foi o suficiente para acabar com o otimismo. Queriam estar no chalé, com Malu, tomando chocolate quente com cupcakes e jogando conversa fora.

Eles esperaram meia hora pelo ônibus que os deixaria perto da floresta. Ninguém falava muito, o que era estranho para filhos de Íris, cada um estava preso em seus próprios pensamentos. A chuva talvez estivesse afugentando os monstros, já que o trajeto até a floresta foi mais tranquilo do que deveria, deixando Rê desconfiada.

Era muito tarde, talvez já fosse até madrugada, e eles vagaram pela floresta juntos, já que era muito extensa e estava tarde demais para que andassem separados. Além do mais, nenhum deles conhecia aquela área. Andaram o máximo possível, mas não encontraram nada, e a escuridão não ajudou. And poderia tentar fazer algo usando seus poderes, talvez apenas uma rajada de luz, mas era arriscado demais, poderia atrair atenções de que não precisavam ou desejavam. Todos queriam desistir e parar, ao menos por alguns momentos.

— Não vamos encontrar nada a uma hora dessas. Vamos procurar algum lugar para ficar e voltamos a procurar quando o sol nascer — JJ disse, colocando a mão na frente do rosto, tentando protegê-lo do vento.

— Você tem razão — Rê soltou um suspiro. — Acho que vi uma cabana ali na frente.

Caminharam em silêncio por mais dez minutos, suas pernas começavam a tremer pela caminhada, e a cabana não parecia abandonada.

— Tem certeza que podemos entrar aí? — a voz de Ana falhava um pouco.

— Parece que tem pessoas aí, vamos procurar outro lugar — JJ olhava ao redor, apreensiva.

— Esperem um pouco! Esse lugar... não me é estranho — os cinco se entreolharam e depois encararam Nina, que olhava para dentro pela abertura da fechadura. — É aqui! Malu, está aqui! Este é o lugar que vi no sonho.

— Nina, você tem certeza? — Rê perguntou com cautela.

— É claro, absoluta. Foi aqui.

— Tudo bem, vamos tentar entrar, mas precisamos de um plano. Gui, você pode tentar usar a habilidade de teletransporte que vem praticando?

— Não vai funcionar, preciso que o lugar que estou e o lugar que irei estejam iluminados, e minhas habilidades não estão muito afiadas, estava praticando ainda, tinha acabado de descobrir que podia fazer isso... — Gui estava decepcionado.

— Deixe me ver... JJ, você consegue ficar invisível, pode tentar entrar, e And pode criar uma distração com luz, apenas alguma coisa que chame atenção pra que JJ possa entrar.

Contos de Natal no Acampamento Meio-SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora