Jimin estava apavorado. Em pânico. Surtando de vez. Em completo estado de loucura e obsessão. Tudo estava virando gororoba dentro de sua cabecinha confusa.
Sentado no parapeito da larga janela do quarto, o principezinho perdia-se em pensamentos noturnos, velado pela luz suave da bonita Lua e acompanhado de suas amigas estrelas e Libe, seu gatinho preguiçoso e gordo.
Os dedos curtinhos batucavam contra os joelhos ossudos em tique irritante e ele mordiscava o lábio vez ou outra quando uma ideia torta atravessava a mente, colorindo o seu rosto de rosa forte e acelerando o seu coração.
Tinha perdido o sono. Sua cabeça estava cheia com um guarda bobo e bonito que não o deixava em paz, nem por um segundo. Ele estava confuso, sem saber o que fazer com os próprios sentimentos, sem conhecimento o suficiente para identificar o porquê de tudo aquilo. Estava simplesmente perdido, como uma agulha no palheiro, longe de ser encontrado.
Jungkook passou a ser um rosto constante em sua mente. Jungkook sorrindo largo. Jungkook pintando retratos de Libe e Jimin. Jungkook tocando piano com os seus dedos longos. Jungkook olhando para ele com as pupilas brilhantes. Jungkook cantando com a sua voz bonita e suave. Jungkook contando piadas para fazê-lo rir. Jungkook abraçando-o como ternura. Jungkook perto demais de si. Jungkook beijando o seu rosto com delicadeza.
Jungkook. Jungkook. Jungkook. E cada vez mais Jungkook. Sem descanso, sem intervalo, rondando os seus pensamentos o tempo todo.
Ele sentia-se tremendo de assombro, com o coração incansável no peito, batendo forte e sem parar, elétrico e pulsante, jorrando sangue nas veias magras e ecoando nos ouvidos em melodia irritante e estridente.
Suas mãos estavam constantemente geladas sempre que ele estava na presença do guarda. O sangue todo parecia fluir para a cabeça e as bochechas queimavam como a droga do inferno, explicitando uma vergonha sem motivos, estúpida, indecifrável. Ele não conseguia entender o porquê de sua euforia e aflição, sempre em pânico, com os nervos agitados, o coração em ritmo pavoroso, elétrico, os olhos saltados da face e o semblante cor de morango forte, tão fofo.
Minnie estava entrando em colapso. Os neurônios queimando um a um a cada vez em que o guarda sorria para si. As veias estavam prestes a romperem com o fluxo enorme e frenético de sangue que atravessava o corpo inteiro em questão de segundos sempre que Jeon tocava o seu rosto devagar e murmurava elogios sinceros e doces. Seu coração faltava explodir no peito em milhões de pedacinhos todos os dias quando ele se infiltrava nos braços de Jungkook e deitava a sua cabeça no peito dele, sentindo o seu cheiro forte e caseiro e derretendo no calor de sua pele e músculos.
Ele estava definitivamente em colapso, e sem nenhuma explicação coerente para os seus surtos.
Os mirantes violáceos encaram o pequeno animal de estimação ao seu lado e um suspiro seco escapa pelos lábios grossinhos, mesclando-se com o ar gelado da noite. Um sorriso suave cresce lentamente e alguns fios cor de cobre caem sobre a testa do menino em cascata, acumulando-se na frente dos olhos fofos e cobrindo parte de sua visão. Seu coração bate sonoramente dentro da caixa torácica e os pelos arrepiam com a brisa fresca que se esgueira pelas frestas da janela larga.
— Libe, por que eu gosto tanto do Jungkookie? — a questão ecoa em sussurro macio, quase inaudível, as palavras escondendo-se nas sombras e atrás das amigas estrelas, temerosas, envergonhadas em excesso para serem soltas assim no vento.
O gato mia em resposta, confuso, e parece não se importar muito com o dono e a sua boba preocupação. Estava sonolento e cheio de preguiça, com vontade apenas de tirar uma sonequinha gostosa e visitar o fantástico mundo dos sonhos. Ele não tinha tempo para as maluquices e questionamentos do ruivo irritante.
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Coroa Manchada | Jikook
FanfictionSou refém dessa coroa pesada sobre a minha cabeça. Tenho a alma aprisionada e sonhos impossíveis, com uma redoma de tijolos me privando da realidade e uma liberdade roubada desde muito cedo. Sou pintado, como um gato calico, e assisto o mundo atravé...