Capítulo 12

67 70 0
                                    

Com a maravilha em mãos, Dhalia levantou sua tela, ajustou a antena acoplada que dobrou de tamanho e o ligou. Em segundos digitava algo num teclado iluminado.

— Base de Operações, aqui é a Tenente Carpenter. McMurdo, vocês têm o meu sinal? Repito: Tenente Carpenter da Divisão de Reconhecimento de Campo e Resgate chamando.

Num instante alguém a respondia.

— Dhalia?! É você?

— Por enquanto, Jackson.

— O que houve?!

— Fomos abatidos. Preciso que chame a Dra. Lewis.

— Porra! O helicóptero, a equipe...?

— Jackson — disse a tenente —, chame Natalie, rápido.

Em menos de dois minutos, outra voz surgia:

— Jesus Cristo de patinete, Dhalia! Graças a Deus!

— É bom ver você também, meu amor.

Eriksson não queria se intrometer, fosse com o que fosse, mas não conseguiu se impedir de dar uma olhadinha na coisa. A tenente conversava com outra mulher de cabelos loiros e um pequeno par de óculos de aros finos; falava como se ela estivesse bem ali ao seu lado. A imagem era quase perfeita, apenas travava de vez em quando.

— O que aconteceu com vocês?

— Alguma coisa derrubou nosso helicóptero, Nat. Estávamos quase pousando quando fomos atacados. Evelyn, Spencer e Kiran também sobreviveram à queda, mas depois, enquanto procurávamos abrigo...

Com quem está falando, Lewis? — perguntou alguém fora de vista.

— É a tenente Carpenter, senhor. Ela e a Equipe 13 foram atacados em Leng.

O homem saiu de perto, praguejando.

— O que... O que os atingiu, Dhalia?

— As Sombras, Nat. Estavam por todo lado. Criaturas aladas, outras parecidas com homens, mas feitos de... sei lá, de névoa negra. Eu mal consegui escapar.

— Inferno!

— Ah, pode apostar! — disse a tenente num só fôlego. — É o verdadeiro inferno. E vai piorar. A coisa que causou os abalos sísmicos pode passar para o nosso lado a qualquer momento!

Eriksson fora simplesmente deixado de lado, como se o assunto fosse somente para os adultos na sala. Mas não havia problema: queria saber sobre o que falavam.

— Então a passagem foi aberta? — perguntou a mulher na tela.

Dhalia concordou com a cabeça.

— Pelas vestes cerimoniais desses idiotas ali no altar... — Fez um esforço para apontar a tela para onde os homens congelados jaziam, destacando o que segurava o objeto reluzente —, acredito que sejam cultistas da Irmandade do Faraó Negro. Parece que finalmente conseguiram. O que me diz?

A cientista fez silêncio. Eriksson a via, mas o olho de vidro com uma luzinha vermelha que Dhalia encarava não o captava. Ela parecia pensar profundamente. Ele achou que a jovem tinha o aspecto de quem levara um golpe repentino.

— Faz sentido — disse a doutora. — Soube de rumores que a pedra havia sido recuperada. Dizem que os homens de Marshall, Carter e Dark encontraram algo perto do farol de Sakonnet. O último paradeiro conhecido do trapezoedro eram as águas do Narragansett. — Ela fez uma pausa. — Santo Deus, eles nunca desistiram!

— A Irmandade deve tê-la comprado por uma fortuna.

— Tesouros são o que não faltam para aqueles lunáticos — disse a doutora. — Sabe a quem eles servem. Talvez tenham matado por ela.

Renascido para a LoucuraOnde histórias criam vida. Descubra agora