Kageyama em Um a Cada Cem

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LEIAM AQUI POR FAVOR: Nessa história eu tentei retratar um pouco como seria um Kageyama neuro divergente. "Neuro divergente" é um termo guarda-chuva, ou seja, ele engloba diversas diversidades como pessoas com déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), autismo, síndrome de Tourette, entre outras tantas condições. 

Como não é um assunto do meu domínio eu utilizei apenas esse termo "neuro divergente" para denominar a diversidade dele, assim não entrando em nenhum detalhe de que diversidade ele teria de fato. Eu simplesmente peguei algumas caracteristicas que eu percebo no Kageyama canônico e trouxe pra cá com essa visão da neurodiversidade. 

OU SEJA, essa não é uma retratação fiel ou realista de qualquer pessoa neuro divergente real. Existem uma diversidade enorme de pessoas, com os mais diversos sintomas e/ou processos comportamentais e mentais, que podem ou não experenciar qualquer coisa que eu cito aqui. Como todas as minhas fanfics, é uma obra de ficção que pode ter sido sim inspirada na realidade mas as fontes científicas são as vozes da minha cabeça

Quem entendeu isso, por favor comenta aqui "vem logo season 5!!"

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Crescer, amadurecer e se desenvolver. Para muitos, um processo natural que acontece com o passar dos anos. Para Kageyama, algo que, assim como qualquer outra habilidade, assim como o vôlei, necessitava de treino. Muito treino.

Navegar por todas as interações sociais e hierárquicas, desde o âmbito familiar, passando pela escola, pelo vôlei, e agora no nível profissional, não era algo que vinha naturalmente para ele. Criar conexões com seus colegas de time, entender de onde eles vinham e qual a situação atual deles e como melhor aproveitá-los numa partida exigia tanto ou mais esforço que praticar as jogadas em si.

Na época da escola, por mais que seus colegas de time estivessem espalhados em turmas e até anos diferentes, o contexto geral de cada um era o mesmo. Eram todos estudantes da mesma escola, tinham rotinas muito similares às dele. O fato de vê-los durante as aulas e durante os intervalos, também ajudava a memorizar seus nomes, rostos e trejeitos. Vê-los fora de quadra e como se comportavam, ajudava que ele percebesse quando estavam sendo diferentes em quadra.

Os acampamentos da seleção japonesa juvenil nada mais eram do que uma amostra grátis das dificuldades que ele enfrentaria no profissional. Já no segundo ano, seu esquema mental de associar os colegas pelas características físicas como Brocoli #1 e Brocoli #2 se provou totalmente ineficaz. Muitas pessoas que aparentemente ele deveria conhecer o cumprimentavam como amigos de longa data, e ele nem sequer lembrava de tê-las visto antes.

Eram rostos demais para lembrar em muito pouco tempo. E ele precisava aprender quem eram aquelas pessoas, se quisesse ser um bom levantador.

Eikichi Chigaya (antigo Brocoli #2), central, escola Shizen, amigável, cabelo curto e ondulado, ótimo no bloqueio e no ataque, gosta dos levantamentos mais perto da rede, péssimo levantador emergencial, quando está cansado apóia a mão na costela. Sakusa Kiyomi, ponta, escola Itachiyama, não parece amigável, cabelo preto mais comprido ondulado, sem pontos fracos perceptíveis, consegue colocar efeito na bola, gosta dos levantamentos mais longe da rede, quando está cansado respira profundamente para regular a respiração. Korai Hoshiumi, ponta, escola Kamomedai...

O cérebro de Tobio parecia doer mais que qualquer músculo do corpo depois de um dia inteiro de treino. Como as outras pessoas faziam isso?

Seus olhos desviaram da bola por um instante para encontrar Miya Atsumu do outro lado da rede fazendo o exato mesmo exercício que ele. Ele não só parecia estar fazendo um ótimo trabalho, o miserável ainda fazia tudo com um sorriso no rosto. O cérebro de Atsumu não parecia estar doendo como o dele, não era possível. Tobio jamais conseguiria fazer tudo que fazia, e ainda sorrir como se não estivesse já dando o máximo.

Haikyuu para Maiores Vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora