Capítulo 2

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Sérgio

- Não dá Márcia, eu já disse e não vou voltar atrás com minha decisão.

- Por favor, eu faço tudo por você, mas não termina comigo. - diz, chorando.

- Agora se arrependeu não é? Lamento, mas já é tarde de mais.

- Eu te amo.

- Então devia ter pensado nisto antes de trair.

- Eu estava bêbada.

- Márcia você já me traiu duas vezes, quantas mais acha que vou te perdoar?

- Só me dê mais uma chance.

- Para que? Para me trair outra vez? - abro a porta, agarro seu braço e a jogo para fora de meu apartamento. - Adeus.

Eu não estava com cabeça nenhuma para o trabalho, mas é claro que não podia faltar. Era para eu estar no meu plantão no hospital, mas por causa dela estou aqui.

Espero um pouco e se passaram quase uma hora, estava querendo evitar que me encontrasse com Márcia novamente. Pego o carro e chego em poucos minutos no meu trabalho, vou para minha sala e visto meu uniforme.

Alguém bate na porta.

- Pode entrar.

- Onde estava?

Era Isabela, minha colega de trabalho.

- Nem queira saber, problemas com a Márcia.

Ela rí.

- Deixe eu adivinhar, te traiu de novo?

- Sim, terminei com ela, me cansei disto.

- Já estava na hora.

Olho para os papéis em suas mãos.

- O que temos para hoje?

- Somente este caso por enquanto. - ela se aproxima de mim e segura minha mão quando me entrega os papéis. - Sabe que não sou de relacionamentos, mas se precisar de uma única noite de prazer, me chame. - coloca seu rosto perto do meu, e aqueles lábios tentadores tocam os meus. De reflexo, me afasto dela.

- Por favor, estamos no trabalho, este não é o momento certo.

- Tudo bem, como quiser. - e em seguida sai depressa, batendo a porta.

Pode me chamar do que quiser, mas eu não era um homem assim, que usava uma mulher por uma só noite.

Olho o relatório da paciente, seu nome era Beatriz, ela havia sofrido um acidente grave de carro. O médico que cuidara dela devia ter feito o possível, acho eu, mas não ouve solução, ela tinha ficado cega e também tiveram que amputar metade de sua perna esquerda. Era uma pena, uma garota assim de 17 anos, sofrer algo tão grave. Os jovens de hoje eram muito descuidados com a própria vida, infelizmente. Ela tinha bebido bastante, estava no celular, dirigindo e acabou assim. Agora pelo visto, eu seria responsável pelo caso.

Entro em seu quarto e a vejo, era um anjo, linda. Eu tinha acabado de ficar hipnotizado por ela. Mas como? Eu nunca tinha visto ela, além do mais era muito mais nova do que eu, isto estava completamente errado.

Chego perto da cama em que estava deitada e toco-lhe o rosto, sua pele era tão macia, apesar dos machucados. Ponho minha mão sobre a dela, torcia mesmo para que melhorasse.

Vejo também, que ainda não avisaram aos familiares o que tinha acontecido. Ótimo, então eu devia dar esta notícia horrível também.

Caminho até a recepção, para me informar de sua família, falaram que a única pessoa que tinha vindo era sua mãe. Eles me dizem onde ela está e vou até ela.

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