Capítulo 7

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Beatriz

Um arrepio percorre todo meu corpo quando ouço suas palavras.

- Vamos tomar seu café da manhã, e em seguida vamos pra lá.

- Tá bem, vamos.

Descemos para o primeiro andar e ele me pede para ficar sentada no sofá, até que traga a comida.

- Onde Lúcia está?

- Acho que foi visitar sua mãe.

- Porque ela não me disse? Eu poderia ter ido também.

- Deve ter achado que você precisava de um pouco de descanço, ou quiz ter um momento a sós com a irmã. De qualquer modo, não se preocupe com isso, amanhã pode ir com ela.

- Talvez eu tenha que chamar Sérgio para fazer isso.

- O que tem entre vocês?

- Como assim?

- Amizade certamente não é a única coisa que ele está disposto a conseguir.

- Amizade é justamente a única coisa que estou disposta a dar a ele e a qualquer outro homem que se aproxime de mim.

- Porque?

- Porque não me sinto uma mulher completa, nenhum homem sentiria desejo por mim.

- E se eu dissese que sinto?

- Eu lamentaria, pois não pode haver nada entre nós.

- Não pensa em ter filhos?

- Gabriel, se eu tiver filhos, nunca poderia realmemte vê-los. Para uma mãe, isto é terrível.

A sala se aprofunda em um silêncio sem fim.

- Então casar, é uma palavra que você não tem em seu vocabulário não é?

- Certamente.

- Nem amor?

- Estou quase desistindo do amor.

- Me dê um mês.

- Para quê?

- Para fazê-la voltar a acreditar no amor.

- E fazer o que? Ficar apaixonada por você?

- Eu não disse nada disso.

- E se eu me apaixonar pelo Sérgio?

- Não vou te empedir de ficar com ele.

- Quer saber? Tudo bem, eu aceito.

- Perfeito, agora sim já posso buscar seu café.

Sim, eu acetei. Além do mais, não tinha nada a perder. Ele seria a última pessoa pela qual eu me apaixonaria.

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- Não vai mesmo me contar para aonde estamos indo? - pergunto com um pouco de esperança.

Na verdade, perguntei isto para ele desde que entramos neste carro, e praticamente em todo o percuso que fizemos até aqui.

- Pela miléssima vez, não.

- Porque tem que ser tão chato?

- E porque você tem que ser tão curiosa?

- Preciso que me diga, não vou ver mesmo.

O carro para de andar.

- O que está fazendo? Já chegamos?

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