Desta vez pude senti-lo, por mais estranho que seja, pude sentir aquele beijo em minha alma. Foi tão suave, tão doce e ao mesmo tempo inesquecivel. Nossos lábios estavam em perfeita sincronia naquele beijo. Sua língua, tão macia, invadiu minha boca, começando a massagear a minha. Nunca havia dado um beijo assim, tão lentamente, e ao mesmo tempo, tão bom.
Quando nos separamos, parece que volto ao mundo real, aquele beijo havia me levado para outro lugar. Um lugar que eu queria entrar, mas não queria encontrar a saída.
- Diga que sentiu algo, por favor. - sussura em meu ouvido.
- Eu...
- A expressão em seu rosto te entrega, diga logo por favor.
- Sim, eu senti algo.
- O que? Você gostou certo?
- Eu gostei sim, na verdade achei incrível. - acho que tinha coragem de falar essas coisas para ele, porque não tinha como vê-lo. Olhando em seus olhos, a coisa seria bem diferente.
- E disso? Você gosta?
- Disso o...
Assim que sinto seus lábios em meu pescoço, parto para aquele mundo novamente. Aquilo era golpe baixo, beijo no pescoço é muita sacanagem. Meus pêlos da nuca se arrepiam e minha calcinha molha na hora.
Sem perceber, gemo bem baixinho.
- Ótimo, agora já sei seu ponto fraco. - diz e ouço uma risada bem safada.
- O que vai fazer? Usar isso para me torturar?
- Talvez.
- Posso matar você antes.
- Acredite, se fizesse isto, seria minha assasina favorita.
- Ainda vou descobrir um ponto fraco em você.
- Pode tentar, e posso ainda até dar uma dica. Meu ponto fraco é mais lá para baixo. - ele pega minha mão e a leva até sua ereção. Passa meus dedos nela, sobre sua calça. - Bem aqui.
Retiro minha mão na hora.
- Seu imbecíl.
- Ué, você que queria descobrir, eu só ajudei.
- É que não era esse...não era nesse sentido...eu...
Enquanto tento me explicar, sua risada vai se transformando em uma gargalhada sem fim.
- Para com isso Gabriel, não tem graça!
- Ao contrário, tem muita graça sim, você não imagina o quanto.
- Pode me levar ao meu quarto ou vou ter que arranjar um modo de ir sozinha.
- Tudo bem, parei. Vou te acompanhar até seu quarto sim, me desculpe.
Chegando ao quarto, me sento na cama e começo a retirar minha prótese, deixando-a no chão, ao meu lado. Gabriel ainda não havia ido embora, tinha quase certeza de que me observava. Ele se senta ao meu lado.
- Adimirando minha beleza? - pergunto brincando.
- Podia ficar horas fazendo isso.
Sorrio.
- Não acredito em você, não há nada de belo para se observar em uma mulher como eu.
- Está muito enganada.
- Tanto faz, tem quase quatro anos que não me olho no espelho mesmo.
- Já tentou fazer cirurgias?

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Me proteja
RomanceBeatriz era uma menina mimada, metida, seu namorado era o mais popular do colégio. Quer dizer, até o dia do acidente, isto mudou sua vida para sempre. Ela ficou cega. Os amigos que ela achava que iam ficar para sempre ao seu lado, a abandonaram. Seu...