Capítulo 6

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Gabriel

- Tudo bem Lúcia, eu faço isso.

Ela abre um grande sorriso na mesma hora.

- Nem sei como agradece-lo.

- Não precisa.

- E então, já tem algum plano para conquista-la?

- Ainda não, acabei de tomar esta decisão.

- É melhor pensar rápido.

- Eu sei, conversei com o médico enquanto estávamos no hospital. Ele disse...quanto tempo de vida ela ainda tem.

- Por favor, não me fale.

- Não vou dizer.

- Prefiro viver um dia de cada vez.

- Como quiser.

- O que te fez mudar de opinião? Sérgio?

- Quem é Sérgio?

- O médico dela, aquele que a acompanhou hoje de manhã. O que trouxe aquelas flores.

- Ele gosta muito dela.

- Se percebe no modo como a olha.

- Mas enfim, respondendo a sua pergunta, não. Não foi ele quem me fez mudar de ideia. Não é pela...competição que certamente vamos ter daqui pra frente.

- Foi pelo o que então?

- Tenho meus motivos.

- Se não quiser me contar, repeito isso.

- Obrigado.

- Sei que vai ser difícil para você, mas não seria melhor contar toda a verdade para ela? Seria mais fácil de consegui-la.

- Posso até me casar com ela, mas não a trate como um objeto. Se a desrespetar ou falar mal dela eu juro que desisto deste seu plano doido.

- Isto jamais vai acontecer, pode ter certeza.

- Segundo, só vou contar sobre o meu passado quando eu me sentir pronto e confortável.

- Você tem razão.

- Terceiro, não me diga como fazer isso, pois vou conquista-la do meu jeito. Se der certo, vai ser ótimo, mas se der errado...

- Não vai deixar isso acontecer, tenho certeza. Só estou falando que pode arranjar meios mais fáceis de conquista-la, como...

- Como o que? Fazer amor com ela?

- Por que não?

- Vejo que esta ideia está mesmo invadindo a sua mente, tomando todo seu espaço.

- Porque acha isso?

- Como quer que e durma com ela se... - paro a frase.

- Ela ainda te trás recordações da sua falecida mulher não é?

- Se parecem tanto...

- Tem que superar isso, já fazem anos.

- E uma última coisa, se isto não der certo e sua irmã morrer antes de nos casarmos, conto toda verdade para Beatriz. Que foi você quem planejou isso tudo.

- Tudo bem, pelo menos vamos ter tentado.

Beatriz

Nesta noite tive mais pesadelos, sonhei com minha mãe morrendo. Fechando os olhos para nunca mais voltar. Tento não gritar e abafar o choro. Gabriel não veio ao meu quarto desta vez. Não sei porque, mas ele estava um pouco diferente, esquisito. Atencioso de mais nessas poucas horas atrás.

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