Capítulo 15

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- Em quem está pensando?

Esta pergunta me pega de surpresa, estava tão distraida que nem percebi quando Gabriel havi entrado no quarto.

- Nada, só uma coisa...muito especial.

- E posso saber que coisa é essa?

- Depois prometo que te conto.

- Está bem, só saiba que falei com seu médico e ele já te liberou para ir pra casa quando quiser.

- Que bom.

- E então? Já se decidiu? O que quer fazer? Ficar, ou fugir?

- Não vamos chamar isto de fugir, apenas vamos dar um tempo.

- Então nós vamos?

- Sim, sinto que agora posso ir, sem culpa ou remorço algum.

- Não vai se despedir da sua mãe no velório?

- Não, eu já me despedi. Foi como se ela me desce liberdade para seguir em frente, e é o que eu vou fazer. Ainda mais que se eu ficasse diante do corpo dela outra vez, iria me aprofundar naquela depressão profunda. Já falei o que tinha de falar, não estou mais em dívida com ela.

- Tenho uma casa no Rio de Janeiro, se quiser ir para lá pelo menos já temos um lugar para ficar.

- Porque tem uma casa tão longe?

- Morava lá com minha esposa.

- Então acho que não devíamos ir.

- Porque?

- Vai te trazer lembrançar, e como você se sente culpado pela morde dela, ir para lá só vai te causar mais dor.

- Não se preocupe, isto eu já superei.

- Tem certeza?

Gabriel demora um tempo para me responder, enquanto isto caminha até mim e passa seus dedos por meu rosto.

- O passado, é passado. Não tem como voltar atrás. Agora precisamos seguir em frente, e com você sei que isto vai dar certo.

- E se não der?

- A gente começa de novo, de novo e de novo.

Sorrio para ele.

- Tudo bem então, vamos para sua casa no Rio.

- Ótimo.

- Mas agora - me levanto da cama. - Vamos simplismemte voltar para a pensão. Pegar algumas coisas, roupas, você sabe.

- Quer contar isso para Lúcia?

- Por favor, não conte nada a ninguém, só nós dois devemos saber.

- Vamos para a pensão, e quando ela sair, a gente foge.

- Combinado. Mas primeiro me prometa uma coisa.

Ele rí.

- Esta é a hora que fala que durante esta viagem não posso me apaixonar por você?

- Já ficou tão clichê assim?

- Um pouco.

- Então ainda bem que não é isso. É que durante os dias que se passaram nós tivemos momentos um pouco...íntimos.

- Não quer dormir comigo?

- Não, eu quero que respeite minha decisão.

- Tudo bem, só vou dormir com você, quando pedir.

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