- Em quem está pensando?
Esta pergunta me pega de surpresa, estava tão distraida que nem percebi quando Gabriel havi entrado no quarto.
- Nada, só uma coisa...muito especial.
- E posso saber que coisa é essa?
- Depois prometo que te conto.
- Está bem, só saiba que falei com seu médico e ele já te liberou para ir pra casa quando quiser.
- Que bom.
- E então? Já se decidiu? O que quer fazer? Ficar, ou fugir?
- Não vamos chamar isto de fugir, apenas vamos dar um tempo.
- Então nós vamos?
- Sim, sinto que agora posso ir, sem culpa ou remorço algum.
- Não vai se despedir da sua mãe no velório?
- Não, eu já me despedi. Foi como se ela me desce liberdade para seguir em frente, e é o que eu vou fazer. Ainda mais que se eu ficasse diante do corpo dela outra vez, iria me aprofundar naquela depressão profunda. Já falei o que tinha de falar, não estou mais em dívida com ela.
- Tenho uma casa no Rio de Janeiro, se quiser ir para lá pelo menos já temos um lugar para ficar.
- Porque tem uma casa tão longe?
- Morava lá com minha esposa.
- Então acho que não devíamos ir.
- Porque?
- Vai te trazer lembrançar, e como você se sente culpado pela morde dela, ir para lá só vai te causar mais dor.
- Não se preocupe, isto eu já superei.
- Tem certeza?
Gabriel demora um tempo para me responder, enquanto isto caminha até mim e passa seus dedos por meu rosto.
- O passado, é passado. Não tem como voltar atrás. Agora precisamos seguir em frente, e com você sei que isto vai dar certo.
- E se não der?
- A gente começa de novo, de novo e de novo.
Sorrio para ele.
- Tudo bem então, vamos para sua casa no Rio.
- Ótimo.
- Mas agora - me levanto da cama. - Vamos simplismemte voltar para a pensão. Pegar algumas coisas, roupas, você sabe.
- Quer contar isso para Lúcia?
- Por favor, não conte nada a ninguém, só nós dois devemos saber.
- Vamos para a pensão, e quando ela sair, a gente foge.
- Combinado. Mas primeiro me prometa uma coisa.
Ele rí.
- Esta é a hora que fala que durante esta viagem não posso me apaixonar por você?
- Já ficou tão clichê assim?
- Um pouco.
- Então ainda bem que não é isso. É que durante os dias que se passaram nós tivemos momentos um pouco...íntimos.
- Não quer dormir comigo?
- Não, eu quero que respeite minha decisão.
- Tudo bem, só vou dormir com você, quando pedir.

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Me proteja
RomantikBeatriz era uma menina mimada, metida, seu namorado era o mais popular do colégio. Quer dizer, até o dia do acidente, isto mudou sua vida para sempre. Ela ficou cega. Os amigos que ela achava que iam ficar para sempre ao seu lado, a abandonaram. Seu...