4| Story of my life (3)

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Written in these walls are the stories
That I can't explain
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Escrita nessas paredes estão as histórias que eu não posso explicar
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Olivia não fala de primeira, ela brinca um pouco com a comida, muda de assunto umas duas vezes, e depois ela suspira, entrando no assunto do pai de suas filhas.

Eu não insisto, não peço que ela me conte, e quando eu disse que ela não precisava, Liv disse que sim. Ela queria contar.

Meu turno já havia acabado, e eu tenho alguns minutos livres antes de ter que ir para a loja da dona Teresa. Enquanto isso, uso todo o horário do meu almoço para estar com Olivia.

Eu a vi assim que ela entrou na lanchonete, mas percebi que ela estava nervosa. Depois que vi uma figura conhecida entrar pela porta, fazendo o sino soar mais uma vez, percebi o porquê de seu nervosismo.

Jake não mudou nada.

Ele era o típico garoto americano de filmes de Hollywood, na época da escola. Os cabelos louros escuro, o corpo forte e alguns músculos, olhos claros e postura irritante. Agora, depois de anos, ele ainda mantém a mesma postura. Ele parecia um pouco mais sério. E seu rosto, um pouco mais maduro.

Mas eu sabia que era o mesmo babaca de sempre.

— Não é uma história que eu goste de ficar recontando — ela suspira — Mas, eu quero te falar da mesma forma, eu posso? —

Balanço a cabeça confirmando, antes que ela pudesse desistir de contar.

— Jake não me ajudou muito quando eu engravidei, quer dizer, ele não me ajudou nada, ele não assumiu a Ann. Os pais dele disseram que o filho tinha uma carreira a seguir e não tinha tempo para filhos — ela riu fraco.

E eu vi que o riso era de desgosto. Eu entendi o porquê. Os pais de Indigo também não me ajudaram com a Clary. E eu também não mantinha uma boa relação com eles por causa disso.

Eles me culpavam, e culpavam minha filha pela morte da menina.

— A única que me ajudou foi a irmã dele, lembra da Erina? Então... ela me ajudou, Mas ela era bem mais nova que a gente. Não pôde fazer muito — ela continuou dizendo que Jake não só a deixou passar todo o período da gravidez sozinha.

Mas também não esteve presente nos primeiro anos de vida da Ann. Isso me trouxe uma certa raiva.

— Alguns anos depois. Ann tinha sete anos, se eu bem me lembro, ele voltou depois de viver a vida perfeita como jogador. Jake me pediu desculpas e insistiu em participar da vida dela. Eu sei, sei que deve estar pensando que eu sou muito trouxa — ela se interrompe, apontando os dedos para mim.

— Eu nunca pensaria isso — digo — Mas... —

— Para — ela ri sem graça, cobrindo o rosto com as mãos.

Eu não gostei muito daquele gesto, já que seu sorriso é, e sempre foi lindo.

— Em minha defesa, ele realmente foi presente por um tempo — ela continua — Jake me surpreendeu porque ele se tornou o pai que Ann sempre quis, e que eu sempre quis que ele fosse. Nos aproximamos, e depois de algum tempo reatamos nosso relacionamento — ela diz a última frase baixo, e seu tom de voz foi diferente.

Como se ela regredisse profundamente essa decisão.

— Não quero entrar muito em detalhes, mas... Quando eu tive a Alice, perdi meu emprego e tive que sair da empresa onde eu trabalhava como escritora fantasma. Mas eu não gostava muito de ficar em casa o dia todo fazendo o papel de boa esposa, então assim que pude, fui procurar por algo. Minha formação me permitia dar aulas de literatura e inglês, então fui até a escola onde meu até então, marido, dava aula. Encontrei ele com outra professora em uma das salas — ela conta de forma rápida.

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