12| Don't forget where you belong (2)

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Eu queria que esse capítulo ficasse melhor. Mas eu travei ali na metade kjkkk enfim, é a vida.

Boa leitura, amo vocês

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Acabei de falar com Khaji pelo celular e o desliguei, deixando o aparelho na sala e andando até o quarto de Olivia.

Khaji havia me avisado que a síndica do prédio pediu mais alguns dias para que o lugar se tornasse habitável mais uma vez. Ela disse isso há duas semanas atrás, quando o prazo que ela deu acabou. Hoje, faz um mês que estou morando com Olivia e o problema do prédio ainda não foi resolvido.

— Hey, Liv. Acho que você vai ter que me aguentar mais um pouquinho. Khaji disse que... — parei de falar ao ver que Olivia não estava mais tão sorridente quanto estava minutos atrás, quando a deixei aqui — Ei, ei... O que houve? — me abaixei em sua frente, fazendo com que ela me olhasse.

— Quando você saiu eu também recebi uma ligação. Não foi tão amigável quanto a sua — ela explicou vagamente, dando um meio sorriso — Meus pais estão vindo para cá. Eles sabem sobre o bebê, sobre minha decisão de não deixar que minhas filhas tenham contato com um transfobico filho da puta, e bem... Eles me acham uma mãe horrível e querem que... — Olivia não terminou.

— Liv...? — segurei em suas mãos, ficando ainda mais preocupada.

— Meus pais acham que eu devo deixar as meninas morarem com o pai. Eles acham que... Vai ser bom pra elas, e que ele pode cuidar delas melhor do que eu — Olivia falou, ela não chorou, e não parecia estar muito abalada com isso.

O que foi uma surpresa pra mim, porque se alguém ameaçasse tirar minha filha de mim, eu certamente surtaria e não saberia o que falar.

— O que você disse? — perguntei preocupada. Ainda mais do que antes até, sabendo o real motivo de sua seriedade.

— Que o único jeito de tirarem minhas filhas de mim é indo na frente de um juíz e conseguindo provar que eu não fui uma boa mãe em todos esses dezessete anos — ela respondeu, me olhando.

Sua resposta fez com que eu suspirasse de alívio, mas também de preocupação.

Alívio, porque Olivia era uma verdadeira mãe coruja, e eu sei que ela iria até o fim do mundo para proteger suas filhas e fazer com que elas tenham a melhor vida possível.

E preocupação, porque eu sei que os pais de Olivia, assim como ela, são insistentes.

Deve ser alguma coisa de brasileiros.

Além de insistentes, os pais de Olivia moraram anos nos Estados Unidos, eles tinham influência, e tinham amigos no lugar. Então, se os pais dela seguirem suas palavras de ir em frente a um juíz para lutar pela guarda das meninas, a briga seria difícil, longa e feia.

— Vem aqui, vamos conversar melhor — eu me levantei da cama, me deitando e puxando a mulher para se deitar em meu peito.

Seus braços me envolveram, assim como eu envolvi seu corpo em uma abraço acolhedor.

— Eles só dizem isso porque a Anna é uma mulher trans. Se ela fosse um homem cis engravidando a namorada, eles não veriam tanto problema. E isso faz minha raiva crescer ainda mais — Olivia desabafou, suspirando contra o meu peito.

— Eu sinto muito, muito mesmo — foi tudo o que eu consegui dizer, deixando um beijo no topo de sua cabeça.

— Eu nunca liguei muito para isso, sabe? Eu sabia que existiam muitas pessoas transfóbicas, mas passei a me importar mesmo com isso quando Anna começou a chegar em casa chorando. Quando diziam algo ruim dela, quando a xingavam, a olhavam torto. Eu nunca pensei que meus próprios pais fossem iguais essas pessoas, até eles a verem no natal que passaram aqui em casa — Olivia explicou.

Midnight Memories |G!P| ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora