Midnight Memories |G!P| ✅

13| Strong

"Porque quando não estou com você, sou mais fraco
Isso é tão errado? É tão errado?
Que você me torna forte"
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Eu tinha conhecimento de que a qualquer hora, meus pais chegariam de viagem e o primeiro lugar que eles viriam seria a minha casa. Para gritar comigo e dizer as mesmas coisas que disseram por celular. Que eu sou uma péssima mãe, que eu dou muito mole para as crianças, que eu não sou um bom exemplo.

Por saber que a qualquer momento eu os veria, eu já chegava em casa do trabalho esperando por uma surpresa.

No entanto, naquela noite de quarta-feira, quando eu entrei em casa, a surpresa não foi a chegada dos meus pais, e sim a possível saída de Billie.

A mulher estava com suas malas prontas, enquanto arrumava o cômodo que era seu, mas agora havia voltado a ser meu escritório.

— O que está fazendo? — acho que ela levou um pequeno susto com minhas falas, porque se afastou rápido, colocando as mãos no peito.

— Mamãe, a tia Billie e a Clary vão embora. Elas não podem ficar mais alguns dias? — Alice pergunta, puxando minhas roupas no intuito de chamar a minha atenção.

— Como assim vocês vão embora? O apartamento já ficou pronto? — eu deixo minha bolsa na mesa, indo ao seu encontro.

Billie parecia arrumar a última coisa do quarto, que era o sofá cama.

— Eu acho melhor Clarice e eu irmos para um hotel por enquanto — foi tudo o que Billie disse, passando por mim.

Eu vou atrás dela, pedindo para Alice que ficasse na sala assistindo seu desenho e lhe dando um beijo rápido.

Subi as escadas correndo, seguindo por Billie e a vendo no quarto de Ann. Agora ela juntava as coisas de Clary.

— Como assim, Bil? O que houve? — eu já estava um pouco desesperada, porque eu não queria que Billie fosse embora. Eu havia me acostumado com a sua presença.

Billie suspirou, se sentando da cama e me chamando para eu me sentar ao seu lado.

— Seus pais chegam a qualquer momento, e eu não acho que a minha presença aqui vá te ajudar. Seus pais nunca gostaram de mim, e se eles me verem, pode ser que as coisas fiquem piores pra você — ela me explicou, fazendo um carinho na minha coxa.

Eu tentei fazer com que ela se afastasse, uma tentativa de dizer que isso era uma loucura. Mas eu conhecia meus pais.

E pela primeira vez, um sentimento novo me inundou a respeito dos meus pais. Não medo, ou raiva e sim, vergonha.

Eu tinha vergonha do que eles poderiam dizer a respeito de Billie assim que a vissem e a reconhecesse.

— Eu vou resolver essa situação o mais rápido possível, e assim vocês podem voltar para casa — assegurei, colocando as mãos por cima da de Billie — Quer alguma ajuda? Eu posso te ajudar a pagar o hotel, ou... —

— Não, não mesmo. Eu já aluguei e já paguei para uma semana inteira. Eu não sou uma pobre coitada, sabia? — ela riu, beijando minha bochecha e meu pescoço.

Eu sei que Billie não era pobre, e que ela trabalhava em dois empregos e ainda tinha um dinheiro guardado. Mas eu só sentia essa necessidade de cuidar delas.

— Eu vou resolver isso logo, prometo — digo mais uma vez, segurando em seu rosto e beijando dessa vez em seus lábios.

Não fazia ideia de onde estavam nossas filhas e não liguei para a minha filha mais nova no andar de baixo. Com o tempo, Billie e eu fomos ficando um pouco mais a vontade quando o assunto era beijar em diferentes cantos da casa.