Midnight Memories |G!P| ✅

3| Story of my life (2)

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I leave my heart open
But it stays right here, empty for days
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Eu deixo meu coração aberto
Mas ele fica bem aqui, vazio por dias
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O som dos talheres batendo nos pratos é quase insuportável pra mim, parece que o som se espalha por toda a casa devido o silêncio que está no ar durante o jantar.

Eu não podia imaginar que logo Billie, de todas as mulheres do mundo, seria a mãe da menina que minha filha engravidou.

Eu me sentia confusa, e principalmente envergonhada pela noite de ontem. Por ter me embriagado em sua presença e por ter dormido em seus braços no banco de trás de um carro.

Sem saber o que dizer mais cedo quando sua filha perguntou se já nos conhecíamos eu disse que não, eu contei a maior mentira de todas dizendo que sabia seu nome porque Ann já tinha falado comigo.

Ann não havia falado comigo sobre Billie. Se tivesse, muita coisa teria sido evitada. Principalmente, nosso encontro às cegas e o encontro não intencional naquela mesma noite, onde saímos bêbadas.

— Senhora Carvalho — Clary chamou minha atenção, fazendo com que meu olhar fosse para a ela.

— Por favor, Clary. Só Olivia — tentei sorrir.

Mas toda aquela situação ainda parecia desconfortável pra mim.

— Eu quero dizer que eu sei da sua preocupação com o bebê. Mas o motivo de eu querer não interromper a gravidez é porque eu não sei se teremos essa mesma oportunidade no futuro. A Ann toma hormônios há algum tempo e já é um milagre eu ter conseguido engravidar. O que eu quero dizer, é que... É um pedaço de nós duas que está dentro de mim, eu não quero que isso desapareça — ela colocou as mãos sobre a própria barriga.

Eu olhei para Billie, querendo saber como seria sua reação à essas palavras. Até porque era a filha dela ali. Acho que elas já haviam tido aquela conversa em casa, pois tudo o que Billie fez foi sorrir fraco, bebendo um copo de suco.

— Eu me preocupo muito, Clarice. Mas não posso forçar vocês a seguirem com algo que não querem. Vocês já têm dezessete anos e seria injusto. Eu posso garantir que eu vou ajudar vocês de toda forma, e que a nossa família não irá te abandonar — essas eram as palavras que eu esperava ouvir da família do meu namorado na época em que engravidei.

Mas não foram essas palavras que eu ouvi.

Clary sorriu largo, olhando para minha filha que também sorria. Elas seguram as mãos sobre a mesa, como em uma cena romântica de filme de romance.

Meu olhar sem querer vai para Billie, e eu me assusto quando vejo que ela já está me olhando. Dou um sorriso fraco, que é retribuído por ela.

Acho que é isso.

Minha filha vai mesmo ter um filho.

Depois do jantar, eu fui para o meu escritório e fiquei lá durante o restante da noite trabalhando. A despedida foi leve. Eu continuei tratando Billie como se não a conhecesse e talvez por isso eu me sentia tão estranha.

Foi estranho ter que agir como se nós não tivéssemos um passado. Como se eu não tivesse ficado bêbada com ela na noite anterior.

Deve ter sido por isso que eu também não consegui dormir. Não importava o lado da cama que eu estava ou quantos carneirinhos eu contava, o sono não vinha.

Desisti de dormir quando relógio marcou duas da manhã. Desci as escadas devagar, com medo de que o barulho fosse acordar as meninas e fui para a cozinha.