17| Through the dark

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Billie já me contou algumas vezes sobre a situação difícil que ela teve que passar com a Indie quando ela estava grávida de Clarice. Assim como o parto difícil e como Indie não conseguiu passar por ele. Não havia sido fácil para elas, por isso eu sei que nós cometemos um grande erro.

Não deveríamos ter saído. Ainda mais sabendo que Clary poderia entrar em trabalho de parto a qualquer momento.

A quantidade de mensagens e ligações perdidas também indicava nosso erro.
Billie estava nervosa do meu lado, respirando com dificuldades e claramente segurando o choro, mostrando o seu medo de perder a filha assim como perdeu a namorada anos atrás.

Eu fui burra em concordar em sair com ela sabendo a situação de sua filha.

Eu não deveria ter saído da casa.

E a culpa era esmagadora.

— Pode ir um pouco mais rápido? — Billie pediu, se remexendo no banco do carro.

Assim que eu finalmente atendi a ligação de Anna, nós duas pegamos o carro de Khaji que felizmente estava na garagem, e desde então, eu venho tentando manter a calma por nós duas.

— Não posso acelerar mais. Não poderemos ajudar se sofrermos um acidente — digo de forma calma, mas eu estava tão nervosa que até os sinais eu estava passando. Com a certeza que chegaríamos vivas no hospital, claro.

— Acha que está tudo bem? Se não tivesse elas já teriam ligado, certo? Mas Ann não fala com a gente desde que saímos do apartamento — Billie fez as perguntas, ela mesmo as respondendo.

— Está tudo bem — eu respondo de forma simples. Porque eu não sabia se era a verdade.

Clary não havia entrado na semana em que o bebê começa a se encaixar, ele não estava nem perto segundo a consulta que fomos há alguns dias. Mas ele pode ter encaixado nesses últimos dias. O parto pode ser normal. Mas se não não, ela teria que passar por uma cesária, e essa cirugia era sempre... complicada.

— Está tudo bem — repito.

Dessa vez, foi para mim.

Na minha cabeça, quanto mais eu repetisse essas palavras, mais chance disso ser uma verdade.

Acelerei um pouco mais o carro quando avistei a entrada do hospital, estacionei o carro de Khaji aonde deu, e antes mesmo que eu terminasse, Billie saiu do carro, correndo para o dentro do lugar de forma apressada. Eu fui logo atrás, correndo também, mas um pouco mais calma do que Billie.

A primeira pessoa que vi ao entrar no hospital não foi minha filha, ou alguém próximo, e sim, Jake, sentado na sala de espera junto de Alice. Olhei para Billie que gritava com a recepcionista querendo saber de nossas filhas e suspirei, indo até o meu ex marido e cruzando os braços.

— O que está fazendo aqui? — pergunto.

— Enquanto você estava vivendo a noite da sua vida, eu trouxe a menina para cá. Então, melhore esse tom — Jake diz. Sempre educado.

Suspiro, tentando controlar a vontade repentina que eu tenho de mandá-lo tomar no cu, e assentindo.

— Elas estão bem? Como foi? A Ann te ligou? — pergunto tudo de uma vez, dando um beijo na cabeça de Alice que estava apagada no colo do pai.

— El... — Jake respirou fundo, reformulando a frase — A Ann me ligou faz algumas horas. Ela disse que acordou no meio da noite sentindo algo molhado. Ela viu que a bolsa tinha estourado, mas havia sangue também, então elas pensaram em vir para o hospital, mas nenhuma das duas estava calma o suficiente para dirigir. Ligaram para vocês, vocês não atenderam. Então, Ann me ligou — ele explicou.

Midnight Memories |G!P| ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora