Estou trancado no meu quarto. O silêncio no corredor se faz presente, todos os alunos da 1-A foram ao seu destino em comum.
Não me sinto bem hoje, minha ausência não fará diferença alguma.
Não mereço estar aqui na Yueei.
Não mereço ser o sucessor do All Might.
Não mereço ter tantos amigos.
Não mereço ter um poder.
Não mereço viver.
Sou tão egoista! Tantas pessoas com problemas maiores que os meus e eu sofrendo por coisas tão idiotas. Um amor unilateral, bullying, ansiedade, não são nada comparado com o que outras pessoas passam!
Sinto-me tão egoista.
Tão... Mal-agradecido.
Em meio ao meus pensamentos, aquela perturbante voz vem à minha cabeça pela quinta vez no dia.
— Ei, Deku! Seu inutíl! Consegue me ouvir?
Iguinoro-o.
— Eu sei que pode, estúpido! Você sabe o quanto não merece nada do que tem, acabe com isso logo! Ninguém te suporta.
Palavras são jogadas na minha cara.
— Ouvi seus amigos cochichando sobre você. Ja já vem aquela Ochako fingindo preocupação, talvez o Shōto venha zombar com você ficando todo vermelho novamente. — Ele gargalhava. — Coitado de você! Uma paixão pelo Katsuki? Ele te odeia, não se tocou, amor?
Ele continua.
Tampo meus ouvidos, com a intenção de que meus tímpanos estourassem e eu não o ouvisse. Nunca mais.
Continuo ouvindo a voz grossa, seguindo os passos que ela passava.
Banheiro.
Chuveiro.
Estilete.
Sangue.
Água.
Estou melhor, mesmo que, com os braços e coxas latejando.
Lágrimas escorrem e me sinto completamente culpado. Talvez egoista também.
Deito meu corpo na pequena cama desconfortável do dormitório, querendo paz. Quanto mais me afogava em pensamentos, mais água salgada molhava minhas sardas, escorrendo para meu queixo e pingando na cama.
Alguém bate na porta.
— Deku-kun? — O apelido me dói os ouvidos. — Está tudo bem? Aizawa-Sensei quer uma explicação... — A das bochechas gordinhas fala baixo, tentando forçar a porta a se abrir.
— Estou passando um pouco mal Uraraka-San, avise Sensei que faltarei os próximos horários.
— Falei que a vadia viria pelo Shōuta-Sensei, sei o que é melhor para você, Izuku.
Acho que ela notou minha voz chorosa.
Afogo-me novamente, em meus pensamentos com aquele ser esquisito falando em minha cabeça.
Vou até o banheiro lavar meu rosto, preciso me acalmar e tomar meus remédios.
— Se olhe no espelho! Ninguém gosta de você! Pobre Deku, tão sozinho e sem nenhuma utilidade...
Com raiva, meus punhos vão de encontro ao espelho.
— Acho que já passou da sua hora, não é? Deixe-me pegar seu corpo emprestado, farei o ato final. Está fazendo hora extra na terra.
Perco o controle do meu próprio eu.
Ah, sim. Aquela voz grossa, o ser esquisito sou eu mesmo.
Minhas mãos frágeis pegam os cacos de vidro, liberando uma vontade suprimida minha.
Mas... Não quero fazer isso! Tenho um fardo tão grande em relação ao All Might!
Sem mais consciência em mim mesmo, trago os cacos para perto, rasgando minha pele.
Braços.
Pernas.
Cintura.
Peito.
Caio no chão, por fim.
Já estou sem mais forças para lutar.
Batidas na porta novamente.
— Midoriya? Uraraka falou-me que você estava mal, vim te ver.
Sem resposta.
— Midoriya? Posso entrar?
Novamente, sem resposta.
— Criança problema, preocupo-me com você, aquele barulho não era normal! Se você não abrir, vou ter que arrombar a porta.
O silêncio prevaleceu.
Perdão, Shōuta-Sensei, não tenho mais forçar para lutar.
Se você for se fazer presente na minha vida e realmente se preocupar comigo, por favor, diga que essa voz sempre esteve errada.
Por favor,
Ajude-me!
A porta cai no chão.
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Capítulo: Ajude-me.
Status: Finalizado.
Palavras: 607
Contagem de caracteres: 3629Us3rn4m3~ :))
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« Ajude-me! » One-shot
Hayran KurguIzuku não aguenta mais. Precisa de alguém que ajude-o. Atenção: a classificação indicativa é 16. Pode conter gatilhos. Ajude-me é uma fanfic completamente de minha autoria! Caso for se inspirar // repostar, dê-me os devidos créditos. Iniciada em: 02...