Capítulo 1 - Os Castigos de Petúnia

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20 de Agosto de 1992
“Castigos de Petúnia”


Se existia algo que Harry odiava mais do que lidar com alunos mais velhos sendo bárbaros completos e falando de maneira sexual com garotas, era estar dentro da casa dos Dursley. Preferia mil vezes ter que lidar com suas pequenas porções de refeições e todos o olhando com repulsa do que ouvir toda a gritaria daquela casa.

Os Dursley nunca foram muito convalescidos com ele. Tinha uma vaga lembrança de, quando pequeno, dar presentes de dia das mães para tia Petúnia, mas ela só começava a berrar enfurecida e machucava seus ouvidos; Tio Walter nunca foi muito carinhoso e se tornou pior depois que Harry se transformou, sempre lhe observando com um olhar raivoso e retraído, como se Harry fosse o atacar; Duda e ele, bem no comecinho, até que se davam minimamente bem. Brincavam uma vez ou outra, dividiam brinquedos e dormiam na sala assistindo desenhos numa televisão bem pequenininha – mas isso foi muito antes do incidente.

Com seus doze anos e recém saído de uma lua cheia não muito prazerosa, Harry sentia vontade de bater com a frigideira quente na cabeça de todos os três.

Os dias eram sempre os mesmos depois que voltou de Hogwarts. Ele começou a ficar no antigo quarto de seu primo porque suas transformações já não podiam ser contidas com simples madeiras na porta e barras de ferro e era muito fácil destruir as gaiolas que ficavam no quartinho embaixo da escada. Duda odiou profundamente a ideia de mudar de quarto e só se convenceu quando os pais prometeram alguns presentes.

A rotina era acordar bem cedinho (não que não estivesse acostumado. Os treinos de quadribol o faziam acordar cedo, a única diferença era que ele não tinha mais que acordar Draco. Sentia falta, em certo ponto), preparar o café da manhã sem muito barulho e deixar tudo pronto na mesa antes dos Dursley acordarem, cuidar de Darius e Leonis depois de limpar a casa e reler o livro que Draco tinha lhe dado de natal quando sentia vontade de fugir daquela casa.

As poções extras de acônito tinham acabado no segundo mês de férias, então Harry estava muito feliz em saber que voltaria para Hogwarts em algumas semanas. Como Madame Pomfrey e todos os livros tinham lhe dito, as transformações ficaram mil vezes piores depois do seu aniversário de doze anos.

Harry estava sem paciência enquanto fritava os bacons. Precisava ficar na ponta dos pés para alcançar o fogão.

— É a terceira vez essa semana! – Tio Walter reclamava alto, falando com a boca cheia e fazendo voar alguns pedacinhos de ovos para a mesa. Toda a rua devia estar ouvindo a gritaria e eram apenas sete da manhã.

O motivo da reclamação era simples: Ele acordou às quatro da manhã em plena sexta-feira por causa dos piados de Leonis, que quase implorava para ser liberta e voar pacientemente pelos ares da cidade.

— Se não consegue manter esse bicho quieto, eu darei um fim nele! – Ele continuou a reclamação. Harry apenas virou os bacons na frigideira.

— Querido, não fale de boca cheia – Tia Petúnia repreendeu, olhando-o feio.

— Ela está chateada – Harry explicou Harry pela décima vez naquela semana — É só me deixar soltá-la.

— Eu tenho cara de idiota? – Ele vociferou depois de mastigar e engolir direito. Harry quase respondeu um “sim” — Eu sei o que vai acontecer se você soltar essa coruja!

Blood Moons - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora