Capítulo 21 - Não mexa com cobras gigantes, Erus

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24 de Dezembro de 1992

"Não mexa com cobras gigantes, Erus"


Quando Harry acordou, na manhã de natal, Blaise estava imerso em um sono pesado e seu braço estava estirado para fora da cama. Harry olhou para a cama de Malfoy, a frente a sua, e demorou a lembrar – em seu estado de sono – que ela não estaria lá naquele feriado. Ele não demorou a se espreguiçar na cama e juntar coragem para levantar e aproveitar o tempo que teria sozinho para fazer pesquisas na biblioteca.

Quando ele saiu do banho, ainda vestindo o moletom de Faw, Blaise estava sentado na cama de pernas cruzadas, abrindo seus presentes. Ele se virou e sorriu para Harry.

— Bom dia, Harry! – Desejou, rasgando uma embalagem vermelha cintilante — Feliz Natal!

— Feliz Natal – Harry desejou, limpando os óculos embaçados no tecido do moletom e os colocando de volta no rosto — São muitos – ele observou, falando da pilha de presentes.

— Minha mãe teve vários maridos – Ele explicou, alegre — Alguns bons, outros bem ruins. Mas todos me adoram! Adoro ser mimado por eles.

— Hnm... – Harry murmurou — Deve ser legal.

— É! – Ele sorriu mais largo e apontou para a cama de Harry — Mas a sua pilha é grande também.

Harry estava com sono demais para reparar nos pacotes de presentes aos pés da sua cama, formando uma pirâmide – ele adorava triângulos. Sentou no chão, começando a abrir um por um e, vez ou outra, rindo de Blaise comemorando por ter ganho algo que queria muito.

Senhora Molly, em nome de todos os Weasleys, lhe mandou um quentinho suéter vermelho escuro com um "H" dourado na frente – Harry achou que ela pudesse ter confundido a casa de Hogwarts dele, mas achou bonito mesmo assim – e junto veio uma carta dizendo que ela estava com saudades – o que, provavelmente, era uma completa mentira.

Hermione tinha lhe dado um livro cheio de marcações coloridas nas páginas e um bilhetinho dizendo: "Bem, eu li primeiro porque não resisti. Achei que fosse gostar, Draco me disse que você gosta do espaço e coisas assim. Feliz Natal, Harry! Espero que goste de desvendar os planetas!"

Neville tinha lhe enviado uma samambaia – E explicou, em uma carta enorme, sobre todos os benefícios de ter uma por perto e reclamou com ele por não estar cuidando direito da suculenta que ele tinha dado no natal anterior.

Faw lhe enviou um rolo de fitas para câmeras Zenit e uma cartinha dizendo "Eu sei que não usou a câmera desde que eu te dei, mas estou mandando mais fitas para você ficar mais confortável sabendo que o presente não vai acabar rápido. Tire fotos, Harry! Guarde momentos. Feliz Natal, amo você, chego no dia dois de janeiro!"

Não existiam presentes vindos de Malfoy, mas uma cartinha estava em cima de sua cama. E dizia: "Feliz Natal, Cicatriz! Não consegui comprar um presente bom (considere isso um pedido em aberto para irmos fazer compras juntos)" Harry riu, olhando a carta até embaixo, onde tinha, em letras pequenas "Wiltshire, Malfoy, 476. Não me sequestre ou meu pai mata você."

A última embalagem vinha de Remus. Era algo que Harry, sinceramente, não tinha visto antes. Parecia uma caixa e um telefone antigo, grande e esquisito e quando ele clicou em um botão, uma tampinha transparente abriu. Ele franziu o cenho e pegou a carta que tinha vindo junto do aparelho esquisito "Feliz Natal, pequeno! O presente deve parecer estranho para uma criança que nasceu nos anos oitenta, mas antes das televisões ou rádios tecnológicos, usávamos isso para ouvir música (apesar de eu sempre gostar mais do Vinil). Digamos que esse Toca Disco tem muita história e aguentou muitos anos. Cuide bem dele e da fita cassete que eu enviei. Com amor, Remus"

Blood Moons - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora