Capítulo 10 - O certo é "idiotinha"

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01 de Setembro de 1992

"O certo é: idiotinha"


— Potter – Draco chamou, alarmado.

Harry estava muito tranquilo em saber que toda a atenção indesejada que estava sendo posta sobre ele tinha se dissipado e estava aproveitando para dar uma corajosa mordida na laranja. Se arrependeu logo em seguida, porque teve vontade de pôr para fora.

— Harry – Draco chamou mais uma vez, o puxando pelo braço.

— O que? – Respondeu, com o cenho franzido e olhou em volta. Havia um alvoroço na mesa da grifinória enquanto Rony segurava um envelope vermelho muito afastado do próprio rosto, como se ele fosse explodir a qualquer momento.

— É melhor você sair daqui.

— Por que?

— Harry – Draco chamou, quase implorado — Aquela coisa não é boa para você, tudo bem?

Do outro lado do salão, Neville disse:

— É melhor abrir, Ron – falou com convicção — Vai ser pior se não abrir.

Draco o fez levantar da cadeira e o segurou pelo pulso para o levar para longe. A porta do grande salão mal chegou atrás deles antes que Harry tivesse que se encolher pelo barulho de um grito estrondoso. Se encostou na parede oposta ao salão e escorregou para o chão, cobrindo as orelhas com força.

— RONALD WEASLEY! – foi um grito ensurdecedor. Harry conseguia ouvir o barulho dos talheres e pratos se chocando e sentiu vontade de espirrar com a poeira que caiu do teto — ESTOU ABSOLUTAMENTE DESGOSTOSA, SEU PAI ESTÁ ENFRENTANDO UM INQUÉRITO NO TRABALHO, E É TUDO CULPA SUA! E, SE VOCÊ SAIR UM DEDINHO DA LINHA, VAMOS TRAZÊ-LO DIRETO PARA CASA.

— Harry, vamos para mais longe – Draco pediu, tendo certeza que toda a gritaria não tinha acabado. Ver Harry todo encolhido não era nada bom. Ajoelhou ao seu lado e pôs as mãos em cima das deles, como se aquilo pudesse abafar mais o barulho.

Harry pulou quando ouviu uma explosão. Seus ouvidos doíam e sua cabeça estava latejando com uma dor aguda e irritante. Draco lhe ofereceu a mão, mas Harry estava muito concentrado em não chorar de dor.

— Eu disse para sairmos – Draco comentou em um tom deprimido.

Harry suspirou.

— Obrigado por me tirar de lá.

— Podíamos ter sido mais rápidos.

Harry sorriu de lado para ele, o que fez Draco ficar confuso.

— É legal ter alguém que saiba as minhas fraquezas – comentou baixo, evitando o olhar de Draco — e não as provoque. Digo... sabe? – gesticulou.

Draco riu fraco, negando com a cabeça.

— Alguém que me ajude com os barulhos altos – Explicou, envergonhado.

— Somos amigos, Potter – Draco disse — Porque não te ajudaria?

Harry riu fraco, coçando a nuca.

— Claro – disse — Amigos. Sim. Somos.

— Vem, temos que pegar nossos horários de aulas. Acho que a gritaria já acabou.

Ginny saiu do salão vestindo o uniforme da sonserina. Era a primeira vez que Harry a via desde a estação King 's Cross e nunca negaria que ela ficava extremamente bem de verde.

Ele se levantou do chão e ela sorriu, mostrando que estava com papéis extra de horários.

— Uma cobrinha ruiva, quem diria? – Harry disse.

Blood Moons - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora