01 de Setembro de 1992
"Não se acostume"
O som dos seus passos nos corredores vazios faziam um eco terrível – e só piorava por Ron estar mancando e grunhindo de dor – que só deixava Harry mais impaciente. Os quadros nas paredes cochichavam entre si sobre os meninos já terem se metido em problemas no primeiro dia do ano letivo.
Snape olhou para Harry por cima do ombro e foi retribuído por uma olhada hostil. Darius sibilou que não sentia falta do "cara que tira presas de cobras para poções".
Severo fingiu que não ouviu o sibilar ameaçador de uma cobra.
— Para dentro – O professor mandou, com sua típica voz arrastada e odiosa, abrindo a porta de sua sala e empurrando os garotos para dentro. Rony estava tremendo e Harry nunca soube se era de raiva pelo professor ou pelo medo do que seus pais falariam quando notassem que o carro desapareceu.
A sala de Snape era desagradável e sombria – mesmo que Harry também achasse muito elegante, porque lembrava as masmorras da Sonserina. As paredes estavam cobertas com prateleiras e estantes cheias de grandes, pequenos e esquisitos frascos de poções e potes com ingredientes que flutuavam em água borbulhante. O cheiro era terrível e Harry não se importou em fazer uma careta quando respirou o ar esquisito daquele lugar.
— Então – Snape começou, se sentando em sua cadeira atrás de uma mesa com alguns papéis, livros e receitas de poções; Cruzou as mãos em cima da mesa, os olhando — o trem não é bom o bastante para o famoso Harry Potter e seu escudeiro?
— Não, senhor – Rony respondeu depressa. Harry nem sequer se esforçou para pensar em uma resposta. Tinha preguiça das lições de moral de professores, principalmente as de Snape — A barreira na estação King 's Cross...
— Calado – Snape o cortou bruscamente.
— Por que pergunta se não vai ouvir a resposta? – Rony resmungou. Harry revirou os olhos para a sua falta de noção. Eles já estavam encrencados o suficiente.
— Só vou perguntar uma vez. O que fizeram com o carro?
Rony engoliu em seco. Harry ficou com vontade de mexer nos frascos enfileirados nas prateleiras, porque a conversa estava extremamente entediante e ele só queria ir embora.
— Não mexa em nada, senhor Potter – Snape mandou, o olhando frio. Harry recolheu sua mão que já estava levantada para a deixar cruzada atrás das costas — O que fizeram com o carro? – repetiu
— Achei que só perguntaria uma vez – Harry retrucou, com um sorrisinho irônico.
Rony o olhou surpreso e trocou o peso da perna. Ficar em pé depois de ter se machucado era doloroso, mas ele não se atreveria a perguntar se eles poderiam sentar nas cadeiras na frente da mesa de Snape.
O professor semicerrou os olhos.
— Não tenho humor para as suas gracinhas, senhor Potter – Disse ameaçador e Harry deu de ombros. Snape nunca tiraria pontos demais dele, já que não suportaria perder a taça das casas naquele ano — Vocês foram vistos – disse, desdobrando o jornal do Profeta Vespertino daquele dia e o colocando à frente dos meninos.
Harry olhou convencido para Rony. Um "eu avisei" quase escorregou da ponta de sua língua, mas se segurou porque o amigo já parecia prestes a chorar de frustração.
Na capa do jornal, uma manchete:
FORD ANGLIA VOADOR INTRIGA TROUXAS
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Blood Moons - Segundo Livro
Hayran KurguHarry se recusava a ser tratado como uma aberração. Tinha se habituado a ser chamado de monstro, desprezível e asqueroso. Mas graças a seu tempo em Hogwarts, o modo com que ele via a se mesmo tinha mudado minimamente. Já não desgostava de suas inúme...