Capítulo 25 - Texugos e Cobras

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04 de Janeiro de 1992

"Texugos e Cobras"


Os olhos atentos e curiosos de Blaise e Neville percorreram completamente o garoto na frente deles. Eles observaram do cabelo castanho claro até os olhos escuros e o uniforme informal da lufa-lufa. Sua expressão falsamente inocente enquanto girava a varinha entre os dedos e lançava um sorrisinho na direção deles, com um jeitinho que gritava que ele queria ser encontrado.

— O que foi que você fez? – Neville perguntou, acidamente, ainda que parecesse um tanto nervoso pelo modo retraído que estava, sem saber se podia se afastar da porta.

— Bom dia para você também – Ele respondeu, sorrindo pequeno.

— O que você fez? – Blaise perguntou, engolindo em seco — Que feitiço foi aquele?

— Se você destruiu mais das minhas plantinhas, eu juro... – Neville ameaçou, esticando o pescoço para tentar vê-las de longe. O garoto revirou os olhos.

Suas? – Retrucou, debochado — Que eu saiba, elas são da escola.

— O que você está fazendo aqui? – Neville quase o interrompeu — Se não tem uma permissão, saia – mandou, com o cenho franzido.

— Tenho certeza que Sprout não vai se incomodar de um aluno de sua própria casa estar visitando as estufas dela – Ele comentou, despreocupado, uma das suas mãos se esticou e tocou as folhas saudáveis de uma mandrágora.

— Se afaste delas – Blaise mandou. Sua varinha erguida em mãos enquanto o analisava de longe.

— Ah, por favor – ele pediu, se afastando da plantinha e apontando para a fileira de mandrágoras de modo teatral — Elas estão bem, se você quer saber – olhou para Neville, que o encarava com os olhos semicerrados e duvidosos.

Hesitantemente, Neville andou até onde as doze mais desenvolvidas mandrágoras estavam, levando Blaise com ele. O garoto parecia impaciente ao vê-los tão desconfiados e um dos seus pés estava batendo incessantemente no chão.

— Como você... – Longbottom perguntou, confuso, apontando para as mandrágoras mais saudáveis que ele já tinha tido o prazer de ver — Mas elas...

— Não é difícil de resolver – ele deu de ombros, estendendo uma sobrancelha para o sorriso animado de Neville — Só dei uma ajudinha, estava passando por aqui e acabei vendo o desastre.

— Mentiroso – Blaise disse, desconfiado — Vimos você espiando, não parecia estar "passando por aqui" – ele fez aspas com as mãos e o garoto ergueu o queixo.

— O que você é? Um detetive mirim? – Perguntou, franzindo o cenho.

— Como fez isso? – Neville perguntou, fazendo um carinho nas folhas de mandrágoras à sua frente — Como?

— Como um bom lufano, sou ótimo em Herbologia, por mais estereotipado que isso pareça – resmungou — Fiz um feitiço simples do terceiro ano – Ele explicou, cruzando os braços — Não funciona com todas, mas foi um teste de sorte.

— Obrigado – Neville disse, sorrindo largo o suficiente para seus olhos se fecharem. O garoto desviou o olhar.

— Não me agradeça – Murmurou.

— Obrigado pela ajuda – Blaise disse, com os olhos estreitos — Mas não respondeu minha pergunta. Por que veio aqui?

— Bem – ele suspirou, começando a andar descontraidamente pela estufa, olhando ao redor — Vim procurar vocês – disse, um tanto desgostoso — Qualquer um do seu... grupinho, na verdade.

Blood Moons - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora