Capítulo 22 - Não fale como se ele tivesse morrido

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25 de Dezembro de 1992

"Não fale como se ele tivesse morrido"


Neville e Blaise estavam competentemente escondidos e espremidos contra uma das paredes do primeiro andar, esperando que os professores saíssem da Ala Hospitalar para que eles pudessem ver como Harry estava sem terem que se controlar no falatório. Blaise tentava acalmar Neville, que parecia extremamente nervoso e ansioso do seu lado.

— Não acredito que isso aconteceu – Nev murmurou, apreensivo, começando a roer suas unhas — Não pode ter acontecido.

— Você precisa respirar, Nev – Blaise pediu calmamente, olhando para o corredor e tentando entender as conversas entre cortadas dos professores.

— Estou tentando! – Ele murmurou — É difícil quando você vê seu amigo sendo carregado para a ala hospitalar! Como que você não está mal?

Blaise se virou para ele.

— Estou preocupado com a gente – explicou — Se o Harry, que é o Harry, foi pego, nós não temos chance.

— É com isso que está preocupado? – Questionou, abismado.

— Estou mal pelo Harry – ele disse — Mas também me preocupo comigo, sabia? E ser emocional não resolve nada. Você vai chorar e o Harry vai continuar estando petrificado.

— Resolve sim – Ele disse, muito sério — Chorar é uma demonstração de sentimentos, não uma resolução de problemas.

— Sempre falou tão difícil?

— Não faça piadas – Nev brigou — Estou preocupado. Me leve à sério.

— Estou levando – Ele deu de ombros — Mas o Harry não morreu, não precisa ficar tão triste – ele comentou, ouvindo passos pelo corredor. Minerva e Snape conversavam baixo enquanto andavam lentamente, indo na direção que Blaise e Neville estavam escondidos — Eles estão vindo para cá – alertou.

— Abaixa aqui – Neville pediu, puxando Blaise pela mão e se apertando entre um conjunto de armaduras, de um lado escuro o suficiente para eles não serem notados — Nessas horas, sinto falta da capa da invisibilidade do Harry – ele reclamou, soltando um grunhido por seu pé ter ficado preso na ponta de um martelo.

— Harry tem uma? – Blaise perguntou, curioso.

— E uma muito boa – Disse — Mas não usa tanto. Pelo menos, não que eu saiba.

Minerva e Snape passaram bem em frente onde os dois estavam e Neville segurou firmemente a mão de Blaise, se impedindo de falar ou respirar muito fundo. Eles só saíram do esconderijo quando os dois professores cruzaram o corredor, usando uma escada que se movia para irem para outro ponto do castelo.

— Uma pergunta boba: – Blaise pediu, passando as mãos pela roupa para a desamassar — Por que nos escondemos?

— Minerva ia começar um discurso – Ele explicou — Não quero lidar com isso agora, porque ia começar a chorar. Quero ver o Harry.

Eles se apressaram pelo corredor, abrindo a porta da enfermaria. Madame Pomfrey andava de um lado para o outro, afobada enquanto arrumava camas para outros três alunos que ocupavam as camas. Todos petrificados.

— Oi Madame Pomfrey – Neville cumprimentou de repente, ato que a fez derrubar uma prancheta no chão e por uma mão no peito, respirando fundo graças ao susto que tinha levado. Ela o olhou em repreensão.

— Santo Merlim, Neville! – Ela disse, pondo uma mão no peito — Que susto! Não chegue assim. Achei que era mais um – ela se agachou para pegar a prancheta — Olá meninos! Do que precisam?

Blood Moons - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora