Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
KAI MORI
Observei a mesa antiga de madeira bruta envernizada no canto da sala. Ela estava tão sozinha, diferente dos outros móveis da casa que ficavam praticamente um grudado ao outro. Estranhamente me identifiquei com aquilo. Sozinho, observando tudo em sua volta sem ser notado. Quieto.
A maior parte de mim era assim. Sempre gostei do meu espaço pessoal. Ficar sozinho não era tão ruim quanto muitos pensam, chegava até ser divertido em alguns momentos. Sozinho você podia ser quem quiser, fazer o que quisesse a qualquer momento, deixar o seu verdadeiro ser tomar forma sem se preocupar com a criticas das pessoas ao seu redor. Afinal, você está sozinho.
Mas isso não quer dizer que não gosto de interagir com outras pessoas. Não pense que sou um cara isolado que odeia qualquer tipo de socialização. Não eu até curto isso. Caso contrário não teria amigos, certo?
Tive que me segurar para não esboçar uma expressão de nojo quando ouvi Tobias gargalhando junto a Damon. Os dois conversavam sobre carros e bebidas. Até poderia discutir com eles, trocar opiniões mas não enquanto ele estivesse nela. Me senti burro, devia ter ouvido os meus instintos no momento que Damon mandou aquela mensagem com a simples frase:
"Jantar hoje na minha casa às 20:00. Não se atrase."
Mas o que eu poderia fazer? Recusar?
Se fizesse isso Damon teria alguma coisa para desconfiar de mim. E ele tem?
Minha consciência está limpa, não fiz nada de errado. Só estou apaixonado pela sua irmã, o seu tesouro, seu porto seguro, a única mulher que ele é extremamente possessivo, ficando atrás apenas da sua esposa. Apenas isso, nada de mais.
Damon me conhece o suficiente para saber que nunca serei capaz de machucar Banks, ele sabe que esse relacionamento é um grande passo, que não faço isso por ninguém. Que nunca fiz isso na verdade. Ela é a primeira mulher que penso como a minha companheira para todas as ocasiões.
Banks é a primeira mulher que me envolvo publicamente. As outras sempre eram escondidas, casos de apenas uma noite. Um desejo de pequeno prazo, ao contrário do que sentia por ela.
O desejo que sentia por Banks parecia aumentar a cada dia, era como um vulcão em erupção, aumentando o seu território a cada dia. Aquilo me consumia cada vez mais, chegava hora que não controlava essa lava. Estava à beira de um colapso.
Banks... O que você faz comigo? Onde fica o meu controle quando estou preto de você?
— A comida está pronta. — Avisou Winter entrando na sala.
Me levantei arrumando uma onde amassada quase invisível da minha calça. Damon dá uma última puxada em seu cigarro e o apaga no cinzeiro ao seu lado. Tobias finaliza o seu conhaque e ajeita um fio de cabelo que caía sobre seus olhos.
