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NIKOVA BANKS
A mentira pode machucar mais que um corte, um tiro ou soco. Depende de quem ela vem. Falsas palavras podem causar mais estrago do que um carro de luxo dentro de uma sala de estar. E só agora fui ter a noção disso — Ou certeza — . Essa mentira conseguiu estragar todas as coisas que eu mais zelava. Que amava, e não só para mim, Kai também havia perdido.
Tudo aconteceu tão rápido que só fui me dar conta da real situação quando ouvi o barulho dos pratos se chocando com o chão. Quebrando em vários pedaços. E de Damon em cima de Kai o socando no rosto. Gritei desesperada me levantando da cadeira tentando puxar Damon de cima de Kai e foi ali que vi uma coisa que pela primeira vez me fez tremer de medo. Vi seu ódio. Por mim.
Damon nunca havia me olhado assim antes, sempre vi olhar para a sua mãe — A que achávamos que era — mas nunca para mim. E agora ali estava, o mesmo olhar. Nojo, ódio, raiva, dor... todos esses sentimentos sendo ditos com o olhar.
Tropecei para trás quando ele largou Kai e veio em minha direção em passos largos e rápidos. Seu rosto estava vermelho, mas não era por causa do choro como parecia, Damon nunca chorava. Aquilo era por causa da raiva.
À medida que ele se aproximava eu ia me afastando cada vez mais, o medo fazia con que minhas pernas tremerem e que soluções subisse pela minha garganta. Eu estava com medo dele. Pela primeira vez temia o que ele faria comigo quando colocasse suas mãos em mim.
Senti quando minhas costas bateram no armário arrancando a única esperança que tinha. A de fugir dali.
Olhei para os lados tentando achar algum lugar para onde pudesse correr, mas a respiração pesada dele me distraía de tudo. Em segundos ele estava na minha frente, ofegante com seus batimentos cardíacos tão fortes que podiam ser ouvidos. Fechei os olhos com força em uma tentativa falha de suprimir as lágrimas que começaram a surgir. Me forcei a encará-lo por mais que doeria vê toda a sua decepção. Era isso que eu era.
Damon se aproximou ainda mais de mim. Seu corpo praticamente colou no meu, senti o cheiro de cigarro junto da sua respiração se chocando com o todo da minha cabeça. Por ele ser uns 20 centímetros mais alto do que eu tive que levantar a cabeça para olhar em seus olhos. Senti meu estômago embrulhar quando eles encontraram com os meus, o medo fez presença ainda maior na minha pernas, sentia que elas podiam vacilar a qualquer minuto. Eu despencaria ali mesmo.
Meu peito subia e descia, sentia que me faltava fôlego. Minha mãos estavam apoiadas no armário atrás de mim, me ajudando a ficar de pé caso minhas pernas cedessem. Minha garganta secou quando ele subiu a mão até o meu rosto. Pensei que fosse me bater, me xingar, apertar a região até que seus dedos doerem, e mesmo assim não largaria. Ele desconta toda a dor que sentia em mim.
Mas ele não fez.
Damon colocou sua mão em forma de concha na minha bochecha esquerda, o calor da sua palma me fez dar um pequeno espasmo, senti como se um fio passasse pela minha coluna até as minhas coxas, era uma sensação estranha de medo, nunca senti alguma coisa como essa.