𝗦𝗢𝗟𝗗 𝗧𝗢 𝗧𝗛𝗘 𝗗𝗔𝗠𝗢𝗡 ── Kai And Banks

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ▭▬ 𝖙𝖜𝖊𝖓𝖙𝖞-𝖔𝖓𝖊

KAI MORI

Minhas mãos apertaram com força o volante quando Banks saiu correndo do carro, passando pela porta da cozinha e provavelmente se escondendo no andar de cima.

Era melhor assim, se ela conseguisse se esconder de mim até o amanhecer muitas coisas se evitariam.

Não costumo perder o controle mas hoje... A presença de Banks já me tira do normal e a ideia de alguém machucá-la, ainda na minha frente, me deixa louco. Ninguém tem o direito de colocar as mãos nela, só eu posso tocá-la, beijá-la, segurá-la em meus braços, Banks é minha e não gosto de repartir o que é meu com os outros.

O que Damon fez hoje pode ser declarado um ato de guerra. Nos conhecemos a muito tempo para que fique ciente do meu comportamento, costumes e como reajo quando fazem alguma coisa com as pessoas que me importo. Ele sabia que não iria deixar aquilo barato, não importasse o'que ele fosse, não mediria esforços para pará-lo e fazer pagar pelos seus atos - pecados.

Não me arrependo, nenhuma parte de mim pensa que os socos e chutes foram em vão, que tudo aquilo poderia ser evitado. Até porque a violência não era a solução para tudo. Mas não, não pensava dessa forma. A violência era a única maneira que ele entendia, a única forma que tirava da sua cabeça, que as ameaças não foram apenas blefes, palavras ditas no momento de retaguarda. Coisas que dizemos apenas para nos defender quando sentimos medo.

E bom, nunca fui o tipo de cara que corre de uma briga.

Suspirei tentando relaxar meus músculos tensos sobre o banco de couro do carro. Ele era um Bugatti La Voiture Noire preto. Fechei os olhos com força tentando controlar a vontade de sair dali e encontrar ela. Começar a minha caçada.

Não, estava muito cedo. Precisava esperar mais, ela tinha que ter o tempo suficiente para que pudesse se esconder - ou tentar. Caso contrário as coisas não teriam graça.

Passei a mão em meu cabelo, jogando alguns fios que caíam sobre meus olhos para trás, senti alguns ainda molhados, notei que não fazia nem 2 horas que saímos de casa e que chegamos. As coisas aconteceram tão rápido assim? Suspirei mais uma vez. Abri os olhos levantando o pulso levando até o meu alcance, vendo que fazia 15 minutos desde que ela tinha saído. A essa altura já tinha dado tempo o suficiente para que ela se escondesse bem. Banks era esperta assim como eu. Não duvidaria da sua capacidade nunca, mas, também não podia desmerecer as minhas.

A hora da caçada chegou.

Sai do carro batendo a porta alto o suficiente para que ela pudesse ouvir, queria deixar claro que os jogos tinham acabado de ser iniciados.

Dei a volta nele indo direto até um pequeno armário que ficava ali mesmo na garagem ao lado da porta, assim que abro ele o cheiro de madeira envernizada atinge meu rosto se espalhando pelo meu corpo, tateou um pouco até encontrar uma pequena corda pendurada, puxo ela e uma pequena luz acende me dando a visão de tudo que estava dentro dele.

Meus olhos rolam até encontrar uma bolsa preta no canto quase escondida do armário. Pego ela a colocando no chão, assim que abro o zíper um pequeno sorriso se forma em meus lábios. A luz amarela reflete na máscara prata ganhando atenção no meio do moletom e calça jeans ao redor dela.

Meu uniforme para a Devil 's Night.

Me lembro até hoje da última vez que a usei, a última vez que me senti vivo de novo e de como tudo na minha vida desabou. Dês que sai da cadeia não usei essas roupas na única data que não precisava fingir ser o que todos queriam que eu fosse, a única data que me permitia sentir o verdadeiro significado da diversão.

Hoje não era a Devil 's Night. Mas, seria a noite que me divertiria como se fosse.

***

Todas as luzes haviam sido apagadas quando saímos e para aumentar ainda mais a diversão não ousei acender nenhuma. A única iluminação que tinha era a luz da lua que infiltrava através das janelas de alguns cômodos.