Nunca senti tanta dor física como estou sentindo agora. Parece que minha cabeça está a ponto de explodir e aquele louco ainda me deixou trancada!
Ainda ouço sua voz dando ordens sobre mim.
— Deixe que ela chore. Ninguém vai abrir esta porta, caso contrário, será demitido.
"Um verdadeiro monstro!"
Após alguns minutos, enxugo as lágrimas, sento na cama e pego um dos remédios para dor, tomo com água e me deito logo em seguida. Enrolada no cobertor, tento dormir.
Quem sabe não acordo fora desse pesadelo?
Quando eu sair daqui, vou denunciar tudo o que ele fez comigo, pois não vou assinar contrato algum com ele. Que fique com o seu dinheiro. Esse homem é completamente louco!
Se não tivesse colocado os braços na cama, teria batido a cabeça na parede. Ele é um monstro e nunca vou esquecer o que está fazendo comigo.
Acordo com o barulho da porta e vejo uma bandeja com comida na mesa. Eu não posso rejeitar comida.
O remédio serviu para a dor de cabeça, pois me sinto melhor do que mais cedo, quando o médico me examinou.
Ligo a luz do abajur e pego a bandeja com as coisas para comer ainda sentada na cama. A única coisa boa nesta casa é a comida. Sem dúvida quem cozinha faz isso muito bem.
Será que aquele homem sem coração fica satisfeito?
Acho que ele não agradece a ninguém, por coisa alguma.
Nunca fui de cultivar ódio, afinal só conheci uma pessoa na vida que foi capaz de despertar um sentimento ruim em mim, uma menina de classe média que se chama Ana Cláudia. Ela sempre desdenhava de mim, porque eu era pobre.
Ainda sou.
Ela era e ainda deve ser a filhinha de papai, que ganha tudo. Falava comigo da mesma forma como ele fala e me olha da mesma forma também, como se tivesse nojo de mim, como se eu fosse a criatura mais desprezível do mundo.
Por isso, ele conseguiu despertar ódio em mim. Mas ele consegue ser pior do que ela, porque Ana Cláudia nunca tocou em mim e ele já me machucou tanto com palavras quanto com suas mãos.
O meu braço agora tem marcas dos seus dedos.
Eu sempre fui uma garota forte fisicamente e mentalmente, e, no momento, tento continuar sendo assim, mas ele é tão ruim que tenho medo de que consiga tirar de mim, o que tenho de mais admirável: a minha resiliência.
Lavo a mão na torneira da suíte, pois a machuquei quando, cheio de raiva, soquei a parede.
"Como ela ousou recusar minha proposta?
Será que ela não entende que só vai sair daqui quando me garantir que tudo que aconteceu vai ficar somente entre nós?"
Também estou com raiva de mim, por perder o controle e piorar a situação.
Nunca fiz isso com alguém, mas ela... Ela é o problema!
Ouço passos pelo quarto e pelo perfume reconheço a intrusa, uma senhora elegante.
— Mãe! Eu já disse que não pode invadir minha casa desse jeito! Ainda mais o meu quarto!
— Calma, Rômulo, não precisa ser tão rude! — Ela aparece em frente a porta do banheiro. — Peça desculpa.
— Mãe... Pelo amor...
— Peça agora! Não é assim que se fala com sua mãe!
Com cuidado, seco a mão na toalha e tento esconder o machucado dela.
— Tá bom, desculpa. Eu ando muito estressado.
— Quando não está assim?
Recebo um beijo no rosto.
— Dessa vez é muito mais estresse do que de costume.
— O que aconteceu com a sua mão? — Ela segura meu punho e tenta puxar a toalha. — Você se machucou?
— Não é nada. — Eu me livro dela e ando pelo quarto com a toalha enrolada na mão.
— Rômulo, você andou brigando?
— O que você veio fazer aqui, mãe?
— Vim saber como você está. O seu irmão também veio.
— Ótimo, invasão dupla! Vocês nunca vão avisar não?
— Não, porque toda vez que avisamos você manda a gente não vir. O que está acontecendo? Por que não ligou ontem, nem hoje?
— Ando ocupado. — Abro a camisa.
— Com o quê? O que está acontecendo que te deixou tão estressado a ponto de socar a parede?
— Você anda olhando tudo?
— É impossível não perceber as manchas na parede. Meu filho, você não pode ficar encarando as coisas sozinho. Você tem uma família. Desde que...
— Eu não quero falar sobre isso e você já sabe minha opinião. Eu não vou ficar falando dos meus problemas porque vocês os tornam maiores ainda.
— Rômulo, sempre procuramos te apoiar. Foi você quem criou essa coisa de ficar sozinho, se isolou nessa mansão que se parece mais uma prisão, porque para entrar aqui é quase impossível! Deixe a sua família que te ama ficar perto de você!
"Não é tão difícil de entrar, afinal aquela garota conseguiu."
— Estou melhor assim. — Jogo a camisa e a toalha no cesto de roupas sujas.
— Não me conformo! Você vive para trabalhar. Não tem ninguém próximo, nem amigos, nem uma namorada. Ou tem?
― Eu tenho tirado dias de folga e Gustavo continua sendo meu amigo.
Alguém bate à porta do quarto.
"Argh, deve ser o meu irmão."
— O que é?
— Senhor, acho que temos problemas no quarto de hóspedes...
Desgraça!
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A namorada Falsa do Milionário
RomanceAnteriormente publicado como: O CEO sem coração "Você não deveria ter atravessado o meu caminho, garota!" Linda só queria reinvindicar os direitos após a morte de seu pai na empresa onde ele trabalhava, mas ela acabou mexendo com Rômulo Guimarães, u...