CAPÍTULO 11/2

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 "Dois anos antes

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 "Dois anos antes...

Nos reunimos para jantar como de costume, mas desta vez temos visitas de advogados e amigos da família.

Meu pai acabou de voltar de viagem e tenho problemas na minha empresa, pois como ainda passo pelo processo de construção da marca e adaptação, as coisas ainda são muito difíceis.

― Então, ao invés de recuperar o investimento, você está perdendo dinheiro, Rômulo! ― meu pai diz.

― Toda empresa começa assim.

― Não. Eu nunca perdi um centavo na minha empresa. Ainda mais depois de seis meses aberta.

― A sua empresa não é de petróleo e gás.

― Talvez, seja esse o seu erro. Você inventou de trabalhar com algo que nem conhece! Deveria ter ficado comigo e aprender a ser um verdadeiro empresário, um homem de negócios! Você não vai a lugar algum com essa empresa — meu pai fala na frente de todos, com um sorriso esnobe no rosto.

― A minha empresa não...

― Cale-se, Rômulo! Você não sabe de nada. Não adianta inventar desculpas para sustentar seu fracasso. Feche enquanto ainda não teve um prejuízo milionário e volte a trabalhar para mim, é o mais inteligente a se fazer. Ouça o conselho de alguém de sucesso. Vocês não concordam? ― pergunta aos convidados e alguns deles riem enquanto outros o apoiam.

Levanto da mesa destruído e saio de casa, entre a vontade de defender o que acredito e de avançar em meu pai a fim de fazê-lo engolir a língua a socos.

Escolho a terceira opção, me retirar.

Não fujo, mas me retiro para me poupar de mais humilhação.

Só quem já perseguiu um sonho, sabe o quão difícil é o caminho e sabe o quão doloroso é ouvir alguém o desmotivando e invalidando o seu esforço."

Saio dos meus pensamentos com a voz de alguém me chamando.

― Senhor?

Olho em direção à porta e vejo o Sérgio.

― Sim.

― Precisa de alguma coisa?

― Não, não preciso.

― Como foi a despedida? ― Entra no escritório.

― Triste.

― Mas não é por causa disso que está assim, é?

Sérgio convive há tempo demais comigo para reconhecer quando algo mexeu com o meu psicológico e nos últimos meses isso foi frequente.

― Eu a reencontrei no cemitério.

― Quem?

― Ela... Aquela... ― Suspiro. ― Ela estava falando sobre sua situação em frente à lápide do pai.

― E então?

― Ela me disse coisas que mexeram comigo, como se já não tivesse feito muito. Tudo o que queria na vida era ser diferente do meu pai e agora vejo que sou mais parecido com ele em personalidade do que fisicamente.

"E olha que sou a sua cópia física."

― Ela disse que queria que eu fosse humilhado da mesma forma que ela foi, mas nem imagina que já vivi uma humilhação pior que ajoelhar e pedir desculpa a alguém. O motivo pelo qual resolvi morar sozinho foi que em um jantar repleto de pessoas que admirava muito no meio dos negócios, que eram amigos da nossa família, meu pai me destruiu ao falar abertamente sobre o meu até então fracasso empresarial e ainda me aconselhou de um jeito esnobe que deveria voltar a ser seu funcionário para aprender a ser um homem de negócios.

Sérgio fica parado, me ouvindo.

― Eu o odiei tanto, Sérgio. Ele não acreditou em mim e ainda me massacrou na frente de quem eu buscava aprovação. Agora, fiz o mesmo com ela e tendo consciência disso, compreendo a dimensão do ódio e mágoa que deve ter por mim. Eu sinto o mesmo pelo meu pai, mas diferente dela, não sei lidar com isso.

― Tudo na vida serve para algo. Às vezes, não é só para o que vemos ali na frente.


A namorada Falsa do MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora