Capítulo 13 - O festival

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Eles tinham ensaiado os passos de dança de manhã e decidiram voltar para a casa após o almoço. Sam achou melhor ocultar de Eduarda o que ouvi-a dizer em seu sono. Para não atrapalhar aquele momento tão importante de progresso de sua amada.

Mas como uma pedra no sapato aquilo se estendeu por todo o almoço e no caminho de volta para a fazenda. No trote manso do cavalo, enquanto ela descansava a cabeça sobre as costas dele. Sam tomou coragem e falou.

- Você falou o nome do Juliano enquanto dormia.

- O que? - Eduarda se alarmou.

- Disse que precisava dele ou coisa assim.

- Eu não lembro. Eu...

- Tudo bem. Eu imaginava que não lembraria.

- Você ficou chateado? - Ela não tinha sequer percebido o aborrecimento dele.

- Um pouco. - Ele voltou o rosto para ela. - Mas eu sei que você me ama, não é?

- Claro que sim. - Ela beijou as costas dele, apertou seu braço ao redor da cintura do esposo para garantir a ele a veracidade de suas palavras.

- O que me incomoda é que eu vou ter que ser ainda mais dedicado.

- Dedicado?

- Sim, porque você fala o nome de outro depois de uma noite de amor comigo. Algo não está certo, não acha?

- Sam, me perdoe. - Ela ficou sentida.

- Tudo bem.

Eles seguiram em silêncio por mais alguns minutos, mas Eduarda não se sentia convencida pela facilidade de compreensão do esposo. Ele era um homem ciumento, o que houve? Por que ele estava tão tranquilo? Até assoviava despreocupado.

- Eu prometo não falar mais essas coisas sobre o Juliano.

- Você não tem como me prometer nada disso, você fala dormindo, meu amor. - Ele respondeu condescendente.

- Ok, mas eu vou me esforçar.

- Sabe o que eu vou fazer, vou ficar atento enquanto você dorme, quando você falar qualquer coisa feia, como esse nome ridículo. Eu vou te cutucar e te acordar na hora. Vai ser minha nova obsessão.

- Sam, pelo amor de Deus.

- Você não terá sossego, dona Eduarda. Isso é uma promessa. - Ele falou olhando-a de canto de olho. Eduarda sentiu mesmo que a maldita porta do meio seria esquecida e agora seu maior pesadelo seria dormir ao lado desse homem maluco.

***

As preparações para a festa foram feitas à tempo. A fazenda fervilhava de um canto ao outro no entardecer do dia do evento. Eduarda ainda coordenava junto à prima Melissa os últimos detalhes, quando a tia a chamou para vestir-se. Como uma das anfitriãs ela tinha que estar pronta para receber os convidados que já estavam chegando.

É importante contar como estavam dispostas as tendas e também o palco de dança montado especialmente para o evento. À frente do casarão ficaria o estacionamento dos veículos, motos e carros.

Do lado esquerdo do casarão foi empilhado em fileiras um gradil de madeira que fazia o enquadramento de 300 metros quadrados. Talvez fosse pequeno, mas concedia ao evento um aspecto ruralista. Esse detalhe não tinha sido acordado com a secretaria publica que estava organizando o evento.

Foi uma ideia de Tia Leni, que os peões passaram alguns dias fincando no chão. Além dos gradis de madeira formando o que iria ser o quadrado onde aconteceria o evento. Foi montado o palco também de madeira. Tinha pouco mais de 20 metros de largura da direita para esquerda, 1m30 de altura e 5 metros de profundidade.

Eu Não Devia Amar Você [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora