Capítulo 11 - Plano B

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Eduarda não acreditou quando ouviu a proposta de Melissa. Eles tiveram uma reunião familiar na noite anterior, precisavam decidir que rumos tomar em relação a fazenda. O caso é que o investimento de capital que André conseguiu, resolveu por um tempo os problemas da fazenda, mas eles precisavam ter sua moral e credibilidade restituída.

Eduarda sugeriu uma campanha de marketing focando no potencial da fazenda, trazendo testemunhos de pessoas da região e ela até conseguiu que o casal de idosos que se hospedou na fazenda. Aparecessem em um vídeo recomendando o lugar.

Embora as visualizações não tenham sido expressivas e ainda tivessem alguns comentários de haters. A ideia não foi de todo improdutiva. Melissa, porém, viu a necessidade e a oportunidade chegarem com um evento que movimenta toda a região do vale do café.

Eduarda acreditou ser a maior de todas as loucuras da prima e foi contra a proposta ferozmente.

— O que tem de errado em sediar o festival de dança da Vila de Morro do Céu?

— Problema algum, Melissa. O negócio é você querer que eu participe.

— Você é a dona legal da fazenda. Tem a maioria das terras. É seu papel enquanto nossa representante receber o prêmio honorário em nome de nossa avó, que Deus a tenha em bom lugar. – Tia Leni, Eduarda e Melissa fizeram o sinal da cruz em reverencia à Deus e a matriarca cuja foto estava dependurada na parede da sala

André tentou fazer o mesmo sinal, mas acabou fazendo ao contrário e no fim decidiu apenas fazer um hangloose para honrar a famosa senhora.

— Ela tem razão. – Tia Leni concordou com a filha. – Esse evento é muito importante e não é como se fosse algo difícil de se fazer.

— Por que eu não só recebo o premio? Hein? É melhor, por favor, tia, eu não sei dançar.

— A questão não é essa, sua maluca! – Melissa respondeu irritada. -- A questão é você mostrar que é acessível, e não o poço de inflexibilidade que metade das pessoas da cidade e redondezas pensam que você é. – Ela disse numa voz grave de repreensão. – Não é só o que eles fizeram com o hotel, nos difamando, é também o fato de que eles sabem que pode ser tudo real. Por conta dessa sua personalidade complicada.

— Eu não sou inflexível. – Eduarda respondeu encolhendo-se no sofá.

— Não com a gente, mas nos negócios... – Tia Leni complementou. – E a ideia não é de todo o ruim, o festival é em três semanas. O prefeito é meu conhecido, eu já falei com ele que a fazenda está disponível. E mesmo com todas as notícias, ele ainda aceitou. Entrar no evento para uma apresentação especial seria uma opção perfeita, afinal, o que mais poderia chamar a atenção das pessoas do que ver você numa pista de dança, honrando a fama de sua querida avó Samira? A maior e mais premiada dançarina do festival do vale do café?

Ela falou olhando para a foto da mãe que estava dependurada na parede da sala. Eduarda olhou para a avó e resmungou consigo que não estava escrito em nenhum lugar que ser herdeira era tão difícil assim.

— Não sou a Anneanne. Não sou. Eu não sei dançar. Melissa, por que não vai você? Eu já vi você dançando, é ótima. E o André também. – Ela tentou argumentar.

— Eu não sou a dona da fazenda.

— É uma das... – Sinalizou Eduarda. – Você tem que se apresentar no meu lugar. Eu não sei fazer isso, além do mais com quem eu dançaria? Com meu marido?

— Sim, com quem mais? Eu liguei para ele e Sam confirmou. – Melissa respondeu.

— Você o que? Quem te mandou fazer isso?

Eu Não Devia Amar Você [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora