Capítulo 8 - A porta se abriu

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A brisa sacudia as cortinas do quarto e trazia o aroma inconfundível das flores que repousavam na pequena varandinha embaixo do batente da janela. O cheiro era tão bom que por um momento Eduarda fechou os olhos e se afastou dos lábios de Sam.

Ele a observou em silêncio, levemente surpreso. Será que ela tinha desistido? Sam estava com a mão no fecho do sutiã dela. Parou seu movimento em expectativa. Eduarda abriu os olhos.

— Que aroma perfeito. – Ela inclinou a cabeça para a janela. A luz da lua tornava a noite menos tão escura e iluminava parte do quarto. Algo nisso era tão bonito, ela não deixou de se emocionar.

— Realmente. – Ele enfiou o rosto no colo exposto de sua amada. Não conseguia sentir outro perfume se não o dela. – O cheiro é incrível.

— Sam... – Ela segurou o rosto dele. Seus olhos se cruzaram em expectativa. – Eu quero você. Eu sempre quis você. Desde o começo.

— Eu sei. – Os olhos dele sorriram. Brilharam com a confissão dela. Sam sempre soube. Nunca se enganou.

Feliz como há muito não esteve, Sam a carregou no colo e levou para a cama. Ela se deitou e pareceu, de repente, assustada. Ele também se sentia apreensivo, afinal ambos estavam alcoolizados. Talvez ela mais que ele, então, para desencargo de consciência, antes de avançar precisou perguntar.

— Está tudo bem? Você...

— Aham. – Ela murmurou. – Eu acho que estou um pouco aérea, mas... –Ela puxou-o com força contra o seu corpo e sorriu – Ainda sou perfeitamente capaz de me perder em você, Sam Baran.

— Não vou mentir para eu também estou um pouco – Ele disse sentindo um relaxamento maior na mente e uma excitação ainda mais sublime no corpo.

A bebida o pegou de jeito. Ele estava levemente embriagado, mas ainda precisava ter certeza. Ouvir ela dizer que poderiam seguir.

— Se quiser a gente não continua. Eu vou entender. – Eduarda segurou Sam pela gola da camisa.

— Se você parar eu te mato. – Ela falou séria. Sam riu alto e a beijou. Esperava algo assim da parte dela, mas nada tão veemente.

— Eu nunca fui ameaçado na hora do sexo. É a primeira vez. – O beijo desceu para o pescoço e para o colo de Eduarda.

— Comigo, querido, será a sua primeira vez para muitas coisas. – Ela o empurrou para o lado e Sam expressou um "wow" tão alto, que ela teve que pedir que ele fizesse silêncio.

As costas de Sam encostaram no colchão e os dois rapidamente se desfizeram das roupas. Houve um momento de apreciação silenciosa da nudez um do outro. Algo que ele não lembrava ter feito com mais ninguém. Geralmente os locais eram muito escuros, ou ele nem sequer fazia questão de tirar, se não, apenas parte de sua roupa.

Agora, porém, parecia que estava realmente fazendo amor. Parecia experimentar uma sensação ainda maior que o prazer. Ele podia contemplar o olhar admirado de sua amada e podia observar de perto, o que havia visto de longe.

Não que Sam não tenha espiado uma ou outra vez, nem que ela não tenha feito a mesma coisa. Não era surpresa o corpo nu um do outro. Ainda assim, houve certo deslumbramento de ambos. Pareceu genuíno, como se eles realmente estivessem se vendo nus pela primeira vez.

Sam já tinha uma porção de experiencias sexuais em sua vida, mas não lembrava de nenhuma como essa, ou ao menos, com uma mulher tão dominante como Eduarda. Não estava acostumado com isso e sentiu um leve desconforto no começo.

Em todos os seus sonhos quentes com essa mulher, ele se imaginava o peão cavalgando ao sabor do vento. Havia algo que pulsava em sua veia, um desejo masculino de subjugar aquela mulher tão mandona. Ele sentia um vislumbre disso quando a via derreter em seus braços.

Eu Não Devia Amar Você [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora