3 • O quê eu vou fazer agora?

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Bill

Eu realmente gostaria de pedir para Daisy dormir aqui, mas gastei tudo que havia no cartão, ou seja; não tinha como comprar roupas secas para ela usar e jamais emprestaria qualquer peça da minha falecida mãe. Então, a levei para casa dela.

— Sã e salva.

— Eu nem sei como expressar o quanto eu adorei passar esse tempo com você.

— Eu sei como deve expressar...

Aproximei meu rosto ao seu, colando nossos lábios, você não resiste e sobe no meu colo, descendo o beijo para o meu pescoço. Eu fecho os olhos e não consigo evitar imagina-lá machucada, armodaçada e com os braços envoltos em um laço apertado... Droga! Não posso fazer isso, Daisy é uma garota decente, nem ao menos contestou quando disse a Vivian que ela é minha namorada, parece tão ingênua e submissa...

— É melhor pararmos por aqui, não vai querer que seu pai chegue do trabalho e te veja tranzando comigo no carro. — sussurro e ela volta para o banco.

— Têm razão... Você me desliga do mundo.

— Continuamos depois, eu prometo.

— Mal posso esperar. — ela morde o lábio.

— Não mais do que eu. — dou um sorriso — Ahn... Quando eu te trouxe do parque aquele dia, esqueceu uma coisinha. — aperto o botão que abre o porta-malas.

— É mesmo, a minha bicicleta! — ela desce do carro, pega a bicicleta no porta-malas e fecha a porta — Até logo, Bill. — disse na janela.

— Até, Daisy.

Você parece perfeita demais para ser verdade, vou confirmar a procedência. Retorno o caminho de casa, subo para meu quarto e tranco a porta, me sento frente ao notebook e despejo uma quantidade elevada de pó na escrivaninha, divido seis linhas, enrolo uma nota e cheiro quatro, duas para cada narina, o resto que sobra, passo meu dedo e esfrego na gengiva, causando uma leve amortecida.

Daisy Parkins Durand, assim como a minha família, a sua é conhecida por ter muito dinheiro, levando o título 'Durand' na empresa dos seus pais. No google diz que o significado do seu sobrenome francês é 'eterna'. Sendo o oposto da sua irmã, você não têm muitos amigos, é cuidadosa em não colocar a localização nas fotos que publica. No entanto, suas colegas bailarinas não são. Agora eu sei o local onde prática ballet, o restaurante que costuma ir, seus livros favoritos, o nome da sua professora e até o nome do cachorro dela...

Será que você está escondendo algo ou sua vida se resume em ser presente com a família e praticar ballet?
Vendo o perfil dessas garotas, elas não são boa influência. Ainda bem que você não é tão ligada à elas, pelo menos eu acho que não...

Eu ando de um lado para o outro no quarto, pensando que sim; você deve estar mentindo e se eu souber que têm outro garoto na história, não respondo por mim. Devo te seguir, só assim vou ter certeza se está mentindo ou não.

— Bill! —Vivian bate na porta e eu atendo.

— Vivian, estou um pouco ocupado agora.

— Não dormiu ainda? São 7 da manhã.

— Já? Nossa... Eu nem vi as horas passarem.

— Vim aqui para te acordar, Sr. Fitzgerald ligou e precisa falar urgente com você, disse para encontrá-lo as 14:00 no escritório dele.

— Eu tô adiando essa conversa há dias. — bufei — Não dá mais pra fugir, meus cartões estão zerados. Vou resolver essa coisa toda e ficar livre de uma vez.

𝐓𝐎𝐗𝐈𝐂 • 𝐁𝐢𝐥𝐥 𝐒𝐤𝐚𝐫𝐬𝐠𝐚̂𝐫𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora